A Câmara Municipal de Abrantes lançou, esta segunda-feira, em parceria com a Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul, um Concurso Internacional de Ideias para o Castelo da cidade.
A cerimónia, que decorreu no Palácio dos Governadores ao final da tarde, contou com assinatura de um protocolo entre as duas entidades, onde a Ordem se comprometeu a gerir o concurso, destinado a equipas de arquitetos.
“ O lançar de um concurso internacional de ideias para o castelo de Abrantes quer precisamente acolher ideias vindas de todo o mundo para podermos reforçar a intervenção que nos propomos fazer de valorização do castelo, do nosso centro histórico e da sua vivência em concreto,” disse à Antena Livre Maria do Céu Albuquerque, presidente da CM de Abrantes.
Sendo o castelo “um ícone, uma marca efetiva na nossa paisagem, no nosso território, na vivência da nossa cidade, concelho e região, entendemos nós que este espaço será valorizado com uma participação mais alargada,” fez notar a autarca.
Partindo do projeto “Escolha_Arquitectura”, uma plataforma online, onde estão todas as informações acerca do concurso, a iniciativa vai contar com três prémios: um primeiro lugar, onde o vencedor arrecadará 5.000 euros, um segundo prémio no valor de 1.500 euros e ainda um terceiro no valor de 1.000 euros.
A entrega das propostas a submeter na plataforma online vai ser possível até dia 7 de novembro. A Ordem dos Arquitetos avança ainda a intenção de promover uma exposição, a decorrer até ao final do ano, onde estarão patentes as propostas enviadas.
Na cerimónia, João Costa Ribeiro, vogal do Conselho Diretivo Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos, afirmou ser necessário “voltar a refuncionalizar este castelo, talvez com funções mais ligadas à questão cultural e de lazer, mas é preciso perceber que essas funções são importantes para a dinamização deste edifício (…) quando pretendemos melhorar a relação com a cidade é importante que a mobilidade seja prevista nas propostas”.
Integrado na estratégia de regeneração urbana, Maria do Céu Albuquerque referiu que este concurso surge associado “à valorização do património cultural, tendo por base as iniciativas que estamos a desenvolver para instalar a Coleção Estrada, Maria Lucília Moita, Figueiredo Ribeiro e Chartres de Almeida, para podermos atrair outros públicos, mas depois na valorização do património, seja nos espaços onde vamos instalar estas coleções, no edifício Carneiro, na Galeria Municipal de Arte e no futuro MIAA, seja na valorização do património religioso, na igreja de São Vicente, São João e na igreja de Santa Maria do Castelo”.
A autarca abrantina referiu ainda que há intenção de uma candidatura a fundos comunitários para desenvolver o projeto vencedor: “não nos propomos fazer uma intervenção global toda ao mesmo tempo, neste caso no jardim do Castelo, na igreja de Santa Maria do Castelo, no Palácio dos Governadores, nos Quinchosos, etc. Queremos é que haja uma definição de um programa que vai englobar estes espaços na valorização global do centro histórico. Que se estabeleça uma hierarquia e que à medida que haja capacidade financeira iremos garantir que as intervenções serão feitas”.
Por sua vez, Rui Gomes Alexandre, presidente do Conselho Diretivo Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos, fez referência à importância dos concursos de ideias, enunciando alguns objetivos: “no fundo o que nós queremos é divulgar o trabalho dos arquitetos, explicar não só aquilo que é o concurso em si, mas outras formas de trabalhar”.
Um concurso de ideias “é a via preferencial”, para a Ordem, pois “permite uma panóplia de escolhas, onde podemos encontrar a melhor solução, quando temos participantes a pensar sobre um problema, quando temos visões diferentes”.
Para o responsável esta modalidade adotada pela Câmara Municipal de Abrantes é “um bom processo e uma forma democrática de se perceber o trabalho e dar oportunidade aos mais jovens arquitetos”.
JMC