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Constância anuncia fecho de Centro Escolar de Santa Margarida devido a maus cheiros

8/04/2018 às 00:00

Problemas com agravamento de maus cheiros de origem desconhecida levaram hoje a Câmara Municipal de Constância a anunciar o encerramento do Centro Escolar de Santa Margarida até que se apurem as causas do problema.

"É um cheiro a ovos podres que decorre desde 2016 mas que na sexta-feira se intensificou pelo que, não sabendo nós a origem do problema nem os seus efeitos nas crianças e nos profissionais que aqui trabalham, decidimos suspender preventivamente as aulas neste centro escolar até que se apurem as causas deste problema e seguindo, aliás, as recomendações de um relatório que assim o sugere", disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Constância, Sérgio Oliveira (PS).

Com cerca de 70 alunos do pré-escolar e ensino básico e 15 profissionais, o centro escolar de Santa Margarida, no concelho de Constância, foi inaugurado em setembro de 2011, edificado no local onde funcionou até 2009 a escola primária da Aldeia de Santa Margarida, tendo representado um investimento na ordem dos 2,2 ME.

O problema dos maus cheiros de origem nunca apurada começou a fazer-se sentir apenas no ano letivo 2015-2016, gerando preocupações junto dos pais e encarregados de educação, tendo os mesmos sido hoje informados da decisão da autarquia em transferir os alunos para a sede do Agrupamento de Escolas Luís de Camões, em Constância, a partir de terça-feira, medida a que anuíram, começando os alunos com a atividade letiva um dia depois do previsto.

"Os pais aceitaram bem esta medida porque é a mais sensata e porque é a que defende a segurança e bem-estar das crianças e profissionais", disse o autarca socialista, que anunciou ainda a "abertura imediata de um inquérito interno na Câmara para apuramento de responsabilidades" no que concerne ao não registo de entrada nos serviços de um relatório do Instituo Politécnico de Tomar (IPT) sobre o problema.

"A intensidade do cheiro sentiu-se de forma grave na sexta feira, dia 6, que nesse dia solicitei que me fizessem chegar toda a documentação que existia sobre o processo e eu, até aí, tinha apenas conhecimento de um relatório do Instituto de Soldadura e Qualidade, datado de abril de 2016, no qual não se levantavam problemas de maior", relatou.

Todavia, nesse dia, o autarca, que lembrou estar "apenas há cinco meses nestas funções" [enquanto presidente de Câmara] disse ter sido "surpreendido pela existência de um segundo relatório", do Instituto Politécnico de Tomar, também datado de abril de 2016, "no qual a primeira recomendação que se fazia era o encerramento do Centro Escolar", até ao apuramento da fonte do problema.

"Ficámos alarmados como devem imaginar", afirmou Sérgio Oliveira, que revelou "não haver registo de entrada do documento na Câmara de Constância", gerida até outubro de 2018 por Júlia Amorim, eleita pela CDU.

"Só tive acesso ao mesmo porque uma funcionária da divisão de educação e ação social tinha guardado uma cópia no seu arquivo", criticou Sérgio Oliveira, tendo anunciado a "abertura imediata de um inquérito interno na Câmara para apuramento de responsabilidades no que concerne ao não registo de entrada do relatório do IPT".

O autarca disse ainda "estranhar" não haver registo do mesmo mas que "tenham sido seguidas as recomendações nele contidas, nomeadamente quanto a elevação das chaminés e outras alterações", tendo assegurado que a Câmara "está empenhada em descobrir a origem do problema e falará sempre com verdade e com sinceridade".

O presidente da autarquia disse ainda que vai reunir na segunda-feira com o responsável do IPT que elaborou o relatório tendo em vista novas medições para determinação da qualidade do ar no Centro Escolar de Santa Margarida e contratar uma empresa externa que, com uma sonda, vai percorrer as condutas de águas pluviais e da rede de esgotos para tentar perceber se há alguma obstrução nessas condutas ou acumulação de matéria orgânica.

Para além disso, Sérgio Oliveira disse ainda que vai fazer deslocar ao local uma empresa certificada em instalações de gás para verificar o reservatório e as canalizações do gás do Centro Escolar.

Questionado sobre prazos previsíveis para a resolução do problema, o autarca disse "acreditar que daqui a duas ou três semanas haverá conclusões", sendo o assunto considerado da "máxima urgência" pelos constrangimentos que provoca.

Contactada pela agência Lusa, a anterior presidente da Câmara, Júlia Amorim, optou por não comentar a conferência de imprensa nem o problema nela abordado, remetendo todas as explicações para uma conferência de imprensa a decorrer nos próximos dias.

Lusa

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