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Mação: Vasco Estrela indignado com medidas do Governo e exige tratamento equitativo | COM SOM

27/10/2017 às 00:00

Na reunião do Executivo realizada esta quinta-feira, dia 26 de outubro, o presidente da Câmara Municipal de Mação deu conta, “em jeito de desabafo e partilha de sentimento”, de tudo o que se tem passado nos últimos meses em relação ao que está a ser feito relativamente à gestão dos apoios e de tudo o que tem a ver com os incêndios florestais.

“Parece-me que é altura de dizer algumas coisas da forma como a gestão dos processos está a ser feita e com as ajudas que foram ou não foram dadas”, começou por explicar Vasco Estrela. O autarca afirmou mesmo que “a gota de água tem a ver com algo que foi ontem (dia 25 de outubro) tornado público e que, entretanto já foi corrigido após um telefonema que fiz à diretora regional da Agricultura. O Governo anunciou que disponibiliza 600 toneladas de alimentos para animais até sexta-feira. Disse o senhor secretário de Estado que nenhum animal irá morrer à fome. Bom, só para dizer que, em Mação, ardeu o que o ardeu e do Governo, do Estado, até à presente data, tivemos 5 toneladas. Quando já tivemos que fornecer, aqui no concelho, 200 toneladas”.

Vasco Estrela afirmou que “o que me dá a parecer é que esta atitude reativa está a acontecer só para determinados Municípios e em determinados contextos de extrema infelicidade, em que há a tragédia das mortes, e quanto ao resto, parece que são questões de normalidade”.

E continua, dizendo que “mais indignado fiquei quando vou ler a lista dos Municípios abrangidos por esta ação e por esta distribuição, e o Município de Mação nem sequer vinha contemplado”.

“Isto é somente um exemplo do que eu acho que está a ser um autêntico desnorte na forma como estão a lidar com este assunto, na tentativa de resolver o problema, sem cuidar de saber se estão a ter o mínimo de critério de equidade a outros Municípios”.

Vasco Estrela adiantou ainda outra medida anunciada pelo Governo para os concelhos que arderam no dia 15 de outubro, “e esta com alguma reserva”. A medida prende-se com “todas as execuções fiscais e da Administração Fiscal, em todos os processos fiscais, que vão ficar suspensos para proteger as empresas daquelas regiões. E eu pergunto: então e as outras empresas das outras regiões, nomeadamente Mação?”

“Que critério é este? Porquê só este critério agora?”, questiona Vasco Estrela. “Há aqui uma série de questões que estão a carecer de uma justificação cabal por parte do Governo”, afirma o presidente.

Vasco Estrela referiu-se ainda à forma como foi gerida a questão do processo do cadastro simplificado, nomeadamente “à forma como foram escolhidos três concelhos, que sejam do meu conhecimento (Proença-a-Nova, Caminha e Alfândega da Fé). Era bom que se soubesse porque é que foram escolhidos esses e não outros… Porque é que o concelho de Vila de Rei, por exemplo, não foi abrangido e foi Proença-a-Nova?”

O presidente considera haver “questões que estão a ser tratadas com alguma ligeireza e de forma pouco transparente”.

“Mação não deverá ficar, de modo nenhum, de fora de qualquer tipo de apoios”

Vasco Estrela anunciou que “esta Câmara irá ser intransigente no tratamento equitativo que este Município deve ter, relativamente a outros Municípios”. E avançou que, na semana passada, “foi entregue, junto do senhor presidente da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, o contributo do concelho de Mação para aquilo que deve ser o plano de revitalização do Pinhal Interior”. Explicou que “de uma forma clara”, o Executivo faz “uma série de exigências, entre as quais e mais evidente, a de que Mação não deverá ficar, de modo nenhum, de fora de qualquer tipo de apoios que venham a ser concedidos a outros concelhos”. O autarca justifica com o facto de Mação ser o concelho com maior área ardida e também “pelos contributos que fomos dando ao longo dos anos para que o mundo rural, a floresta e o interior de Portugal tivessem outra vitalidade. Trabalho esse superiormente coordenado pelo António Louro”.

“Por estes motivos, e por uma questão de justiça para com a população do concelho de Mação, irei ser intransigente, irei sempre denunciar todas estas situações que eu entenda e em que veja que está a haver tratamento preferencial para alguns Municípios”.

Vasco Estrela conclui dizendo considerar que “a gestão que está a ser feita desta matéria é demasiadamente política e carece de justificação por quem tem de dar explicações aos Municípios, aos seus presidentes e aos portugueses”.

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