As Festas da Cidade de Abrantes estão aí e em formato alongado. Vão ser sete dias de muitas atividades, para miúdos e graúdos e muita música. As tasquinhas voltam a marcar presença e o convívio está garantido. Para além das Festas, há mais coisas a acontecer no concelho. Fomos saber de tudo com o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos.
Patrícia Seixas
2022 marca a retoma das Festas da Cidade. Como sente o pulsar da população a este respeito? Há receio ou, pelo contrário, as pessoas estão desejosas de voltar à normalidade?
Este é um momento importante e desejado há muito pela nossa comunidade. Sinto que a população está ansiosa pelas Festas, pela importância que elas têm para o concelho, mas sobretudo porque marca o regresso à “quase” normalidade, a alegria e ao convívio. As Festas são sempre um momento de grande vitalidade e de união da nossa comunidade. Além de reforçar a nossa identidade, a edição deste ano dá um grande contributo para potenciar o dinamismo económico numa série de setores que foram muito afetados nestes últimos anos, como o setor da cultura, turismo, restauração, entre outros.
Este ano marca também o regresso dos grandes concertos ao Largo 1.º de Maio. Quais as razões para esta alteração há muito desejada pela maior parte das pessoas que vêm à Festa?
Sim, exatamente. O regresso ao Largo 1º de Maio vai ao encontro do desejo dos abrantinos, porque consideramos que neste espaço estão reunidas as melhores condições para a realização destes grandes concertos.
Este ano teremos novamente o Palco Jovem na Praça Raimundo Soares – com a atuação de vários Dj’s - e o Palco Tradições na Praça Barão da Batalha, onde a animação vai ser da responsabilidade das associações e coletividades do nosso concelho. Para as crianças voltamos a disponibilizar um espaço de diversão, desta vez, no Jardim da ESTA. Mas as festas não são só concertos. Temos um programa muito diversificado em outras áreas, como o desporto, artesanato ou gastronomia. Estamos convictos que agradará aos abrantinos e a todos os que nos visitam.
Tem três anos de presidência. Que balanço já pode ser feito a respeito da sua liderança?
Sem falsas modéstias, entendo que o balanço é muito positivo e que a nossa comunidade reconhece o nosso trabalho, como aliás demonstraram com o resultado eleitoral com que nos honraram no ano passado. A realidade é que dois terços da minha presidência são marcados por uma pandemia histórica a nível mundial, seguindo-se agora a guerra na Ucrânia, cujos efeitos já são bem visíveis na nossa economia. A conjuntura não tem sido fácil, mas julgo que temos conseguido conciliar a defesa da nossa comunidade com os necessários investimentos para o desenvolvimento do concelho, mantendo a responsabilidade financeira.
“A grande prioridade será a conclusão do Cineteatro São Pedro, pela importância histórica e pela necessidade que temos de um espaço com estas características”
Cineteatro S. Pedro, creche municipal, pavilhão multiusos, nova ESTA... são projetos que irão ser financiados pelo PRR?
A procura por soluções de financiamento para os nossos projetos é uma constante na nossa gestão. Estamos constantemente em busca das melhores soluções financeiras que permitam onerar o menos possível o Município. Isso mesmo fica provado pelo recente reconhecimento de Abrantes como o segundo município do país com melhor gestão financeira, atribuído pelo Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses e no qual temos muito orgulho. Os processos referidos estão em curso e a garantia que deixo aos abrantinos é que a breve prazo serão uma realidade.
Há outros na calha?
Existem certamente mais projetos na calha, nas mais diversas áreas. Os projetos referidos anteriormente, que já foram apresentados e estão agora em execução, tiveram longos períodos de desenvolvimento e análise antes de serem tornados públicos. Estamos sempre em busca das melhores soluções para o concelho, mas os abrantinos já sabem que comigo só há anúncios de novos projetos quando efetivamente estão reunidas as necessárias condições para avançarmos. É um compromisso do qual não abdico.
Qual a obra que gostava de ter no concelho e que ainda não conseguiu?
Neste momento eu diria que a grande prioridade será a conclusão do Cineteatro São Pedro, pela importância histórica que tem para a nossa comunidade e pela necessidade que temos de um espaço com estas características no concelho. Desde o início que este tem sido um processo muito complexo e no qual temos trabalhado com grande afinco. Estou convicto que brevemente conseguiremos concretizar este objetivo.
Cerimónia do Dia da Cidade de 2021
Uma das apostas deste Executivo tem sido a expansão e requalificação das zonas industriais do concelho. Qual o ponto de situação de instalação de novas empresas e o que está a ser feito para cativar novos investimentos?
Sem dúvida. Temos a perfeita noção da importância que as zonas industriais têm para a economia local e esta é uma aposta que a todo o tempo reforçaremos. O desenvolvimento de infraestruturas, dos mais variados tipos, assim como os incentivos à instalação de novas empresas e a desburocratização destes processos são elementos-chave na nossa política de captação de investimento no concelho. Paralelamente, a aposta na formação que possa desenvolver as competências das nossas pessoas são muito importantes para o futuro do concelho, sendo a construção da nova ESTA um elemento que consideramos decisivo para o nosso futuro. Em termos de captação concreto de novo investimento, posso referir, porque já é público, que a Endesa instalará a sua sede social em Abrantes, mas há neste momento conversações adiantadas com outras empresas de grande dimensão para se instalarem em Abrantes.
Mas não é só na captação de grandes empresas que trabalhamos. A título de exemplo, temos neste momento em fase de conclusão um novo edifício no Tagusvalley, que servirá de acelerador de empresas e que vai permitir dar uma grande ajuda na fase inicial de vida das nossas empresas.
"...já é público, que a Endesa instalará a sua sede social em Abrantes"
Para além do projeto da Endesa na Central do Pego (que já é certo), quais são os outros projetos que mostraram intenção de se instalar em Abrantes no âmbito do Fundo de Transição Justa?
Como deve compreender, são negociações que estão em curso e sobre as quais eu não falo, ainda, publicamente. Quando esses processos estiverem fechados, cá estaremos para anunciar com toda a transparência. No entanto, estamos muito expectantes em relação a novos projetos que possam surgir.
O Município está a imprimir uma nova dinâmica no Mercado Municipal. Em concreto, o que se pretende que surja naquele espaço? Acredita que o Mercado poderá ser “reavivado”, em termos de bancas de venda e também de compradores?
O projeto de dinamização do Mercado Municipal encontra-se em curso de há uns meses para cá e a resposta inicial da nossa comunidade tem sido muito positiva. Sabemos que com o aparecimento das grandes superfícies comerciais, os Mercados Municipais foram perdendo clientes, que encontraram nestes grandes espaços a comodidade, diversidade de produtos ou até mesmo a facilidade de estacionamento. É um desafio que o Município e a nossa comunidade têm de encarar em conjunto, defendendo o nosso mercado. De forma cuidada e criativa, temos fomentado a ligação entre o mercado e os abrantinos.