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Abrantes apresenta Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais. “Estamos preparados para mais um ano” – autarca

1/06/2018 às 00:00

A Câmara Municipal de Abrantes (CMA) apresentou na terça-feira, dia 29 de maio, no Edifício Pirâmide, o DECIR - Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais 2018.

A sessão contou com as intervenções de Maria do Céu Albuquerque, presidente da CMA, Inês Mariano, coordenadora operacional municipal, António Manuel Jesus, comandante dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, João Furtado, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes e Mário Silvestre, Comandante Operacional Distrital.

António Manuel Jesus, Maria do Céu Albuquerque, João Furtado, e Inês Mariano

Inês Mariano falou do trabalho de prevenção aos incêndios que está a ser levado a cabo pelo concelho, fazendo referência às faixas de gestão de combustível, que irão ser realizadas a partir do dia 4 de junho. As faixas de gestão de combustível, que contarão com 10 metros para cada lado da rede viária municipal, serão implementadas, numa primeira fase nas freguesias consideradas prioritárias, em Martinchel, Fontes, Carvalhal, União de Freguesias (UF) de Rossio ao Sul do Tejo e S. Miguel do Rio Torto e na UF de Alvega e Concavada.

Por sua vez, António Manuel Jesus, fez referência aos objetivos e meios disponíveis durante a vigência do DECIR.

O comandante referiu que durante o período de 1 de junho a 15 de outubro, o Corpo de Bombeiros de Abrantes irá garantir equipas de Intervenção Permanente, compostas por 5 elementos, equipas de Combate a Incêndios Rurais, garantidas 24 horas por dia, equipas de Apoio Logístico, garantidas 24 horas por dia, e uma Equipa de Veículo Tanque, com 2 elementos.

O corpo de bombeiros dispõe agora de um novo veículo que transporta 14000 litros de água, que foi comparticipado a 100% pelo Município de Abrantes.

António Manuel Jesus disse que para o DECIR 2018 os Bombeiros querem “melhorar a primeira intervenção” na chegada ao incêndio, “diminuir o tempo inicial”, “manter a força musculada de combate ao incêndio”, estabelecer uma “interligação entre entidades” e com tudo isto levar a uma “diminuição da área ardida”, à “diminuição do número de ignições” e não contar com acidentes durante o período de vigência do DECIR.

O comandante explicou ainda que em caso de incêndio, é o “CDOS que aciona os meios da área, efetua a Triangulação de Meios, pelo raio de ação, deslocando para o local do incidente os recursos próximos”. No local, “são utilizado meios de Bombeiros, mas também meios privados, associativos ou concelhios” e “são ativados os meios aéreos”.

Já o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Abrantes, João Furtado, explicou o trabalho da equipa de vigilância ativa durante o período do DECIR, tendo reforçado que a “recente criação da Equipa de Intervenção Permanente vai permitir assegurar a concretização profissionalizada das missões”.

Em jeito de balanço, Maria do Céu Albuquerque assegurou que os vários organismos envolvidos no DECIR estão “preparados para mais um ano”, tendo salientado que o que foi realizado durante o inverno e a primavera foi uma preparação “de acordo com a legislação vigente, no âmbito da defesa da floresta contra incêndios”.

A autarca destacou o trabalho da criação de “faixas de interrupção de combustível” e a “limpeza de terrenos municipais”, tendo lembrado que agora o Município terá de se substituir aos “privados”, levando a cabo o trabalho de limpeza de terrenos.

 “O concelho tem 714 Km2 de área e nós não podemos querer fazer, de um ano para o outro, tudo aquilo que não foi feito em décadas, porque em bom rigor também os municípios não tinham as competências que têm hoje nesta matéria. E, portanto, estamos a acompanhar aquilo que é a estratégia nacional que foi implementada desde 2017”, lembrou a presidente.

“O primeiro agente de proteção civil é o cidadão” – Maria do Céu Albuquerque

A autarca abrantina frisou que “o primeiro agente de proteção civil é o cidadão. É responsabilidade do cidadão proteger-se a si, aos seus e aos que lhe são próximos, limpando e criando as melhores condições para evitar que problemas de maior possam acontecer, isso é determinante”, salientou.

A autarca assegurou que estão a ser criadas “todas as condições para melhorar o tempo para o primeiro combate, porque também sabemos quanto mais rápido for a primeira intervenção mais fácil é evitar que o incêndio propague, a não ser em condições absolutamente excecionais que decorreram, inclusivamente de fenómenos atmosféricos, o ano passado”.

Maria do Céu Albuquerque explicou que o dispositivo tem a “premissa inicial da prevenção e, depois, tem o dispositivo de combate que em primeiro lugar tem a ver com a predisposição de meios um pouco por todo o território no sentido de criar ou de minimizar o tempo que dista desde a ignição até à primeira intervenção”.

Alguns parceiros do DECIR marcaram presença na sessão

Por último, a responsável evidenciou que o DECIR conta “com uma rede de parceiros muito importante e de voluntários organizados com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes”. O objetivo é dar “todo o suporte logístico para que todos os trabalhos decorram de forma expedita, criando as melhores condições aos soldados da paz, aos homens e às mulheres, que têm este desígnio de salvar vidas e proteger bens”.

Recorde-se que a partir deste ano mudou o nome do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), que passa a chamar-se Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), segundo a Diretiva Operacional Nacional (DON).

A DON define que o DECIR deve garantir “em permanência uma resposta operacional adequada e articulada, em conformidade com o grau de gravidade e a probabilidade de ocorrência de incêndios florestais durante os períodos de perigo considerados”.

As forças de empenhamento “permanente” do DECIR fazem parte dos corpos de bombeiros, do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, da Força Especial de Bombeiros (FEB) da ANPC, as Equipas de Intervenção Permanente (EIP) e os Grupos de Intervenção Permanente (GIPE).

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