“Hoje é um dia que marcará a história de Abrantes”, começou por afirmar Manuel Jorge Valamatos ao introduzir o primeiro ponto da ordem de trabalhos da reunião extraordinária do Executivo, realizada esta terça-feira, 27 de abril.
O presidente da Câmara Municipal de Abrantes deu conta da transferência do projeto da ESTA – Escola Superior de Tecnologia de Abrantes da Tagusvalley para a Câmara, justificando que “olhar para a nossa cidade sem a nossa ESTA, é partir-nos o coração”.
“Esta Escola, o ensino superior e a ciência têm que estar lado a lado com o desenvolvimento das comunidades e Abrantes e a sua Escola têm um papel importante na dinâmica do ensino superior na região do Médio Tejo”, acrescentou o autarca.
Manuel Jorge Valamatos lembrou que “há mais de 10 anos que se ouve falar na nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, coisa que não conseguimos concretizar”.
O projeto agora apresentado “vem já marcado com os pareceres que teve, com a discussão feita com o IPT – Instituto Politécnico de Tomar e, obviamente, com a diretora e professores da ESTA. Vem também já com marcas e linhas de orientação do ensino superior”.
O presidente da Câmara de Abrantes reconheceu que este foi um projeto “que demorou a sair da gaveta mas que hoje está aqui perante nós e representa um investimento de cerca de quatro milhões de euros. É um projeto ambicioso”.
Quanto ao financiamento para a construção da nova ESTA, Manuel Jorge Valamatos revelou que “nesta altura, não temos Quadros Comunitários de Apoio já afetos a esta obra em concreto, mas queremos desenvolver um conjunto de ações tendo em vista o financiamento de grande parte desta Escola. Vamos trabalhar nisso”.
“Não podíamos perder mais tempo”, exclamou o presidente que disse ainda que se sente “a necessidade de afirmação deste projeto, de o pôr em marcha e é isso que vamos fazer num processo de revisão técnica do projeto e vamos lançar de imediato a empreitada”.
De relembrar que esta quarta-feira, 28 de abril, vai ter lugar a sessão de Apresentação do Projeto das Futuras Instalações da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), no Tagusvalley – Parque de Ciência e Tecnologia, em Abrantes, e que conta com a presença do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira.
Manuel Jorge Valamatos disse ir aproveitar a oportunidade para “tentar convocar o senhor secretário de Estado para os possíveis financiamentos de futuro para a ESTA”.
A nova Escola Superior de Tecnologia de Abrantes vai passar pela reconversão de dois pavilhões existentes nas antigas instalações da Quimigal, “onde antigamente fazíamos alguns eventos” e que agora vão “ser a base de todo o desenvolvimento do projeto da nova Escola. Para além da reabilitação do espaço, é dar-lhes uma vida nova”.
O autarca caracterizou o projeto como “aberto, arejado, do futuro e contemporânea”.
Quanto à área de implementação do edifício, é de 4408 metros quadrados, sendo a área de implementação de ESTA de 2900 metros quadrados”.
O preço base do Concurso Público tem por base o valor de 3.999.000 euros e tem um prazo de execução de 720 dias, cerca de dois anos.
Armindo Silveira, vereador do Bloco de Esquerda, colocou a questão de não estar presente no projeto um auditório e um refeitório, apesar de saber que um refeitório está já programado para servir todo o Tagusvalley. O vereador bloquista levantou ainda questões relacionadas com o financiamento da obra mas disse-se “satisfeito por ser dado mais um passo no sentido de dar condições à ESTA e aos seus alunos”.
Relembrou também que “a posição do Bloco de Esquerda era a de que a Escola ficasse dentro da cidade mas pior do que a Escola não ficar dentro da cidade, era não ter Escola. Daí este projeto ser bem-vindo e querermos que ele avence rapidamente porque o tempo urge”.
Rui Santos começou por dar os parabéns ao presidente da Câmara pelo projeto e disse ser “com grande satisfação que eu o vejo hoje aqui ser aprovado”.
Para o vereador do PSD, “é mais um sinal daquilo que o PSD tem vindo a dizer ao longo dos últimos anos, de que é preciso ter projetos arrojados mas que sejam necessários para o desenvolvimento do concelho e não termos projetos megalómanos, como tivemos nos últimos anos, sobretudo com a sua antecessora”.
Deixou, contudo, um alerta para “o cuidado que o próximo Executivo deverá ter com o edifício onde se encontra atualmente instalada a ESTA, Não podemos, de maneira nenhuma, deixar um edifício daqueles devoluto durante muitos anos, no coração do centro histórico. Essa deverá ser uma preocupação do futuro Executivo que vier a saior das +próximas eleições autárquicas”.
Manuel Jorge Valamatos confirmou que “o atual edifício da ESTA, seguramente pela sua posição e localização”, irá ser alvo de discussão acerca “da sua vocação e do seu futuro”. No entanto, adiantou o presidente, “pela sua nobreza, terá que ser também requalificado e devolvido à cidade e ao concelho”.