O Município de Abrantes aprovou ontem, por maioria, o tarifário da água, da recolha e tratamento de resíduos sólidos e do saneamento para 2019, que no total vai representar um aumento de cerca de 1,5 euros na fatura mensal.
O preço da água vai aumentar 17 cêntimos para um consumo médio de 10 metros cúbicos, sendo a média do consumo das famílias em Abrantes. Por sua vez, a tarifa de saneamento aumenta 27 cêntimos e a tarifa de resíduos sólidos urbanos, que é a que mais sobe, sofrerá um aumento de 98 cêntimos.
À margem da reunião de Câmara, Manuel Jorge Valamatos, presidente do conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Abrantes (SMA) e também vereador, justificou o aumento de quase um euro na tarifa dos resíduos sólidos urbanos, lembrando a privatização da Valnor.
“Há dois anos houve a privatização da Valnor, da gestão dos resíduos sólidos urbanos, e isto fez aumentar brutalmente aquilo que Abrantes paga à Valnor relativamente à tonelada de lixo”, salientou.
“O ano passado, entendemos que não devíamos de penalizar as nossas famílias de uma forma muito forte. Subimos um pouco a taxa dos resíduos sólidos”, recordou o vereador.
Em 2019, “voltamos a subir. E, possivelmente, é uma má notícia, mas não há nada como encarar a verdade, iremos ter de subir novamente os resíduos sólidos urbanos no ano seguinte para conseguirmos equilibrar aquilo que nós pagamos mensalmente à Valnor e aquilo que cobramos aos nossos cidadãos”, explicou Manuel Jorge Valamatos, admitindo que o Município “ainda não conseguiu equilibrar as contas a esse nível”.
“E vamos ter de o fazer, até porque a ERSAR obriga que as pessoas paguem o lixo que produzem”, fez notar.
O responsável recordou que “durante vários anos”, o Município não subiu “a tarifa da água visto que estávamos numa situação muito delicada do ponto de vista económico no nosso país. Mas agora, visto que houve uma ligeira melhoria e todos os produtos químicos inerentes ao tratamento de águas subiu, é natural que a tarifa da água também acompanhe a taxa de inflação”.
Reunião de Câmara desta quarta-feira
No que diz respeito ao saneamento, é previsível que haja uma alteração no aumento de 27 cêntimos aprovado na reunião de câmara. A situação está relacionada com o contrato de concessão que o Município tem com a empresa Abrantáqua.
“A Abrantáqua fez uma candidatura, mas a empresa não pôde ficar com o valor, teve de o devolver atendendo ao facto de não poder receber fundos europeus e devido ao contrato de concessão que tem com o Município”, explicou o vereador, dando conta que o valor em causa, de cerca de 1ME, terá de ser “repercutido na diminuição da tarifa do saneamento e vamos tratar de baixar o valor”.
Na reunião de câmara, Armindo Silveira, vereador do BE, absteve-se no tarifário a aplicar em 2019 relativo à tarifa da água e recolha e tratamento de resíduos sólidos. Já no tarifário a aplicar no saneamento votou contra.
Na sua declaração de voto justificou o voto contra por considerar que o “contrato com a Abrantáqua” deveria de ser renunciado. No entendimento do BE, “o lucro da empresa reflete-se negativamente nos bolsos dos munícipes”.
Também Rui Santos, vereador do PSD, solicitou que o contrato com a Abrantáqua fosse revisto e, por isso, absteve-se na tarifa a aplicar ao saneamento. Já no que diz respeito à tarifa da água e recolha e tratamento de resíduos sólidos, o vereador social-democrata votou a favor.