O movimento ALTERNATIVAcom, que apresenta Vasco Damas como candidato a presidente da Câmara de Abrantes, emitiu um comunicado esta segunda-feira em que aponta às políticas de lazer e de entretenimento do concelho.
O movimento independente começa por referir que “defende e compromete-se a trabalhar, tanto no plano da cidadania participativa como no dos órgãos autárquicos, por um concelho mais humanizado e vivenciado que articule, com sabedoria, o progresso e a modernidade com a tradição e a identidade. E que equilibre bem as diversas dimensões da vida em sociedade, designadamente as da família e amizade, cultura e lazer, atividade física e espiritual, trabalho e empreendedorismo, produção e consumo, estudo e aprendizagens”.
Depois diz que as dimensões devem fazer parte de “todas as políticas autárquicas, das económicas e urbanísticas, às sociais, culturais e ambientais. Não é isso, contudo, que se tem observado em Abrantes, designadamente a nível urbanístico e cultural, comprometendo a procura e a exigência da população por mais e melhor oferta cultural. O diagnóstico que fazemos leva-nos a considerar que existem incoerências e desequilíbrios significativos, e que algumas das referidas dimensões (ou parte delas) não são valorizadas de forma suficiente ou adequada”.
Assim, o movimento alude ao “lazer e entretenimento, assim como de uma parte significativa da atividade cultural na cidade e nas freguesias rurais”. Depois aponta o facto do site da autarquia ter apenas referências a atividades de desporto na secção existente e que aponta a “Lazer e Desporto”.
O movimento refere que “numa ótica de “mente sã em corpo são”, o desporto constitui também para o movimento ALTERNATIVAcom uma prioridade, entendemos que a política de lazer deve ser alargada e reforçada, abrangendo outros públicos-alvo, nomeadamente as famílias e as pequenas comunidades (residências, escolas, clubes, etc.)”.
E dá a sua perspetiva, onde revelam que “Abrantes carece de uma oferta atrativa de atividades de lazer e entretenimento, tanto diurnas como noturnas, que estimulem a fruição do domínio público – que se quer mais cuidado e com mais qualidade – e o acesso aos espaços de cultura erudita e popular, artes e espetáculos, restauração e bebidas, comércio e artesanato. Um concelho produtivo que estuda, trabalha e empreende, tem de ser também um concelho animado que se diverte, vive e convive, promovendo intercâmbios sociais e culturais, internos e externos. Porque o convívio e a animação contribuem para um espírito mais positivo, otimista e confiante”.
Esta lacuna faz-se notar tanto nos dias úteis como aos fins-de semana, em todas as épocas do ano. Se, nalguns casos, isso se deve à carência de espaços e equipamentos lúdicos com tal vocação ou finalidade, em muitos outros deve-se à falta de conservação, reabilitação, valorização e aproveitamento dos existentes, incluindo adequada iniciativa e programação. O Aquapolis, onde tanto foi prometido e investido, é um exemplo gritante desta triste realidade, marcada pela falta de atratividade e abandono. Infelizmente, muitos outros exemplos – grandes e pequenos – poderiam ser dados”.
O ALTERNATIVAcom aponta à “requalificação efetuada no Largo do Cruzeiro, no Pego, onde foi decidida uma solução que não agrada à maioria da população, tendo sido criados mais problemas do que aqueles que foram resolvidos. Ou o estado de degradação em que se encontra o Ecomuseu em Martinchel, prejudicando o potencial de exploração e o cumprimento das funções para que foi criado. E, claro, a cruel decisão de demolir o edifício histórico do Mercado e confinar o mercado diário a um imóvel impróprio, sem condições de funcionamento e de atração de consumidores”.
Ainda nesta matéria o movimento diz que” é preciso compreender que a falta de uma política efetiva de lazer e entretenimento tem consequências económicas e sociais extremamente importantes. Desde logo, para o bem-estar e a qualidade de vida das populações que habitam os nossos bairros e aldeias, da mais tenra à mais provecta idade, sendo especialmente impactante nos jovens – que se sentem impelidos a procurar fora do concelho o que cá não encontram ou não os satisfaz – e nos idosos – obrigados pela limitação da mobilidade a permanecerem próximo das suas residências”.
E leva a sua posição a outro patamar, como a “atração de turistas, profissionais, habitantes da região e novos residentes, sobretudo de segmentos mais jovens, em busca de novas ou distintas experiências recreativas e culturais. Finalmente, para a promoção das indústrias criativas e tecnológicas, arrastando consigo a regeneração urbana e a reabilitação habitacional (com destaque para os degradados e desertificados centros históricos), a sustentabilidade do pequeno comércio e o surgimento de novos serviços de proximidade”.
E aponta ainda à cultura: “também no domínio estritamente cultural se verifica um manifesto desequilíbrio entre a cultura física e a cultura intelectiva, assim como entre a cultura popular e a cultura erudita. Não por acaso, muitas das iniciativas erísticas, literárias e de cinema promovidas por associações abrantinas têm de ser realizadas no vizinho Sardoal, por falta de condições ou de bom acolhimento em Abrantes. E, as que se realizam em Abrantes, ou não merecem da parte do município a mesma prioridade e investimento em programação, divulgação e promoção, ou têm uma duração efémera, mesmo quando são bem-sucedidas”.
O ALTERNATIVAcom diz assumir o compromisso “de trabalhar com todas as instituições artísticas e culturais no sentido de promover uma “cultura de cultura” e otimizar a utilização dos recursos humanos e materiais existentes, utilizando-os e valorizando-os numa ótica de reforço da democracia e do desenvolvimento. No caso específico da rede museológica de Abrantes, que conhecerá brevemente uma ampliação expressiva sem que se conheça o respetivo estudo de viabilidade económica, tudo faremos para que tenha uma gestão parcimoniosa e alcance um nível de visitação que justifique os elevados investimentos efetuados”.
E acrescenta um outro compromisso, de “trabalhar com todas as freguesias e suas populações num programa de criação ou requalificação de espaços, equipamentos e serviços de fruição lúdica, incluindo espaços verdes e amenidades projetados para diferentes públicos, em especial os mais jovens e os mais idosos. Tudo faremos para que estes espaços sejam valorizados e adquiram um elevado grau de agradabilidade e atratividade, desde os grandes parques e jardins da cidade às pequenas pérgulas e fontanários dos bairros e das aldeias”.
Em modo de conclusão o movimento independente revela que pretrende dar “uma especial atenção à mobilidade urbana e entre a cidade e as freguesias, e procuraremos facilitar e incentivar investimentos na área do lazer e entretenimento – contando com as associações e coletividades, bem como com os empresários e empreendedores interessados – em bons equipamentos de esplanada e cafetaria, na promoção dos petiscos e da doçaria local, e em jogos e atividades que atraiam todo o tipo de públicos, tanto em espaços abertos (ou ao ar livre) como fechados (ou de salão)”.