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Abrantes: Apresentado o Bairro Comercial Digital do Centro Histórico: «A ideia não é retirar, é acrescentar» (c/áudio)

8/02/2024 às 20:35

O objetivo é claro, aumentar o dinamismo da atividade do centro histórico de Abrantes. Foi desta forma que o presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos apresentou o projeto de criação de um Bairro Comercial Digital, a ser implementado em Abrantes numa parceria com a Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Abrantes, Constância, Sardoal, Mação e Vila de Rei.
Foi nesta quinta-feira, dia 8 de fevereiro, que Município e ACE assinaram o acordo tendo em vista a operacionalização do consórcio que vai dar corpo a este desafio de digitalização do comércio tradicional de Abrantes.

Para já a ideia está concebida para o centro histórico da cidade, uma área que vai da Rua de Angola ao Largo 1.º de Maio.

Manuel Jorge Valamatos destacou que este projeto é a “antecipação ao mundo de hoje em que o digital nos entra pela porta dentro. Não é imposição, é quase dar um passo necessário, porque não podemos desumanizar as lojas e o contacto entre lojas e clientes.”

Trata-se de um projeto de dois anos, que representa um investimento de 800 mil euros, financiado pela União Europeia, porque é preciso acompanhar as necessidades e as adaptações daquilo que é o comércio nos dias de hoje.

O autarca deixou ainda uma palavra para o dinamismo da ACE, “que conheço no tempo em que estou como presidente da câmara. A nova direção tem estado connosco a perceber as necessidades do dia a dia.” E deu como exemplo a parceria para os mercadinhos e do sorteio de natal.

Manuel Jorge Valamatos concluiu a sua intervenção a referir que “estamos a antecipar e programar o futuro, sem incomodar, cada um no seu ritmo. Há 20 anos não havia doce de abóbora em bisnaga. Hoje há.”

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

Neste momento o Município está com o procedimento para a contratação de uma pessoa para ser o gestor de bairro comercial digital.

Frederico Miranda, vice-presidente da ACE, revelou que desde que surgiu a possibilidade de haver um bairro comercial digital que a associação manifestou interesse em poder aderir. “A digitalização do negócio com formas mais eficientes, permitindo chegar a mais clientes é uma excelente oportunidade que vai criar grandes desafios”, disse o dirigente associativo e concluiu a referir que “a ACE esta cá para apoiar dentro do que for possível.” 

Frederico Miranda, vice-presidente ACE

O consórcio foi assinado entre as duas instituições, tem o prazo de duração de dois anos e tem um investimento de 800 mil euros.

O Bairro Comercial Digital de Abrantes

“Um bairro aberto a novas experiências, feito de cultura, tradição e inovação”, é assim que começa a apresentação deste projeto.

A base digital está idealizada, pensada e preparada para poder ser colocada em prática. E foi Paulo Rêgo, chefe da Divisão de Informação do Município, que apresentou, pormenorizadamente, os passos que estão pensados para este desafio de transição digital do comércio.

“Só juntos é que conseguimos chegar a esta transição digital”, começou por dizer Paulo Rêgo que exemplificou a ideia de comércio dos anos 80: A forma de negócio dos anos 80 era a humanização do comércio tradicional, o contacto entre o cliente e o vendedor. “Não queremos mudar isso, queremos é acrescentar mais.”.

O especialista na área digital explicou que há uma meta simples a ser pensada e que é “dotar o comércio tradicional de ferramentas que sejam diferenciadoras.”

E depois passou a apresentar aquilo que está pronto a ser aplicado. Primeiro a criação de uma nova experiência de Wi Fi gratuita. Assim que se entra no “Bairro” pode ficar logo ligado a esta rede.

Depois vão ser instalados painéis digitais interativos, com mais informação disponível. Mas painéis que, por exemplo, possam permitir comprar bilhetes para transporte público.

A seguir o sistema de estacionamento inteligente, nas zonas onde ele é pago. OU seja, haver informação disponível sobre lugares disponíveis nas ruas, tal como existe nos estacionamentos dos parques comerciais.

Acrescenta-se a plataforma de comércio eletrónico, através do site para computador ou telemóvel, ou até nos painéis informativos. A publicidade nos painéis vai criar mais interação com potenciais clientes.

Todo o sistema permite pagamentos digitais, quer seja compras ou, por exemplo, o estacionamento. Mas continuará a existir o parcómetro tradicional para quem não está muito ligado ao mundo digital.

A plataforma comércio eletrónico terá um portal de vendas, permite lojas individuais dos estabelecimentos do centro histórico, com montras digitais, marketing digital (levar a loja para outros locais, para o mundo), gestão de publicidade e pagamentos digitais

E acrescenta-se ainda a colocação de cacifos inteligentes onde o cliente poderá fazer o levantamento das encomendas.

A plataforma permitirá ainda, de acordo com Paulo Rêgo, a monitorização de tráfego, “conseguimos perceber quantas pessoas estão ou passaram em determinado local num determinado dia, ou hora.”

E tudo estará assente numa componente muito forte cibersegurança madura.

O objetivo é que em fevereiro 2025 a plataforma esteja a funcionar. 

Paulo Rêgo, CM ABrantes

Paulo Rêgo vincou que entre fevereiro de 2025 e setembro do mesmo ano o sistema será gratuito, sendo que depois há que dar seguimento e fazer com que seja sustentável e perdure.
Paula Grijó, chefe de Divisão de Desenvolvimento Económico, explicou que o programa terá um plano de formação para os comerciantes aderentes. Haverá, naturalmente, benefícios para o cliente do bairro. “A ideia não é retirar, é acrescentar.”

Paula Grijó indicou ainda que haverá programa de eventos e campanhas, onde existem algumas que se irão manter e outras novas a ser desenhadas.

Paula Grijó, CM Abrantes

A Associação Comercial e Empresarial de Abrantes é a entidade parceira neste desafio de transição digital e, de acordo com Brigite Lopes, há já um plano de formação na área digital que os comerciantes podem aproveitar.

Brigite Lopes deixou ainda uma outra informação que pode ajudar os comerciantes neste novo desafio e que tem a ver com outro projeto de aceleradores digitais. “Temos apoio para 200 empresas da nossa região, nomeadamente na conceção de micro sites ou na aposta em cibersegurança. São cheques, no máximo de até 2 mil euros, com um valor médio de 1.500 euros para cada candidatura.”

Brigite Lopes, ACE

 “A medida Bairros Comerciais Digitais procura promover a digitalização da economia, ora através da adoção tecnológica por parte dos operadores económicos e pela digitalização dos seus modelos de negócio, ora através da sensibilização e capacitação dos trabalhadores e empresários”, pode ler-se na página do IAPMEI.

 

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