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Seca: Autarca Sérgio Oliveira defende uso da água dos poços e captações abandonados (C/ÁUDIO)

22/02/2022 às 08:45

Mais de 90% do território português estava, a 15 de fevereiro, em seca severa ou extrema, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que indica um novo agravamento da situação de seca meteorológica no país.

O último boletim de seca, divulgado esta segunda-feira, dia 21, e que reporta a 15 de fevereiro, indica valores de percentagem de água no solo inferiores ao normal em todo o território, com as regiões Nordeste e Sul a atingirem valores inferiores a 20%, com “muitos locais a atingirem o ponto de emurchecimento permanente”.

Na quinta-feira da semana passada, à margem da reunião do executivo municipal de Constância, Sérgio Oliveira, deixou claro que, neste momento, o concelho não tem registo de problemas com água nos seus serviços.
O abastecimento das populações está alocado à EPAL e noutros serviços a autarquia socorre-se de captações próprias.

Mas naquilo que é o real problema, para já na agricultura, o presidente da Câmara de Constância deixou uma reflexão “porque não usar as águas de dezenas ou centenas de poços que existem por aí e que não estão a ser usados. Poços que estão ao abandono”. Sérgio Oliveira revelou que nunca levantou esta questão em nenhum fórum, mas deu como exemplo um terreno de que é proprietário em Santa Margarida: “Tenho um terreno que está limpo, mas tem um poço que tem sempre muita água. Se fosse canalizada, com outras captações, para a agricultura, poderia solucionar muitas questões.” E depois vincou que todos estes territórios do interior, ou de baixa densidade populacional, têm muitas captações de água, de todos os géneros, poços, nascentes, minas, que continuam a ter água todo o ano e que não é aproveitada. Se calhar, atirou o autarca, poderia ser feito um estudo para avaliar as reais possibilidades de utilização destas captações/depósitos que existem por todos estes locais.

Sérgio Oliveira, presidente CM Constância

Recorde-se que por causa do período de seca o governo decidiu cancelar a produção de eletricidade nas barragens do Cabril e do Castelo de Bode. É que o Castelo de Bode é a fonte do abastecimento público de água para três milhões de pessoas.

Uma das notas do governo é que a albufeira do Castelo de Bode tem de garantir reservas para o abastecimento público para um período de, pelo menos, 24 meses sem chuva. Uma situação que está garantida afirmou o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, quando na quarta-feira da semana passada, dia 16 de fevereiro, acompanhou os trabalhos de limpeza que diversas entidades estão a levar a efeito aproveitando os níveis baixos atuais.

E é certo que com a suspensão da produção de eletricidade por parte da EDP, apenas pode trabalhar com o caudal ecológico, a albufeira do Castelo de Bode está a encaixar mais água do que a que liberta, quer no caudal ecológico, quer no consumo humano. No dia 16 de fevereiro o Castelo de Bode tinha uma cota de 58,3% e na tarde desta segunda-feira tinha subido para 58,6%.

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Palavras chave:
Seca Constância
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