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Ourém: Câmara avança com apoios para médicos de família se fixarem no concelho

14/02/2023 às 12:28

O presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque, disse à agência Lusa que a autarquia vai avançar com apoios para que médicos de família se fixem no concelho.

“Na próxima reunião de Câmara, dia 20, vamos iniciar o procedimento para a elaboração de um regulamento para atribuição de apoios à fixação de médicos de família no concelho”, afirmou Luís Albuquerque.

O autarca falava à Lusa após uma reunião, em Lisboa, com o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, a pedido deste, na mesma ocasião em que, em Ourém, dezenas de pessoas se concentraram em frente aos Paços do Concelho a reclamar por mais médicos de família.

“Não estava em Ourém porque, à mesma hora, reuni com o secretário de Estado da Saúde, em Lisboa, para falar, exatamente, sobre o problema da saúde no concelho”, declarou Luís Albuquerque.

Ao governante, o presidente do município do distrito de Santarém foi expor as preocupações com a falta de médicos de família no concelho, um “problema que tem mais de 10 anos” e procurar “esclarecimentos sobre a eventual integração de Ourém na futura Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria e como esta irá funcionar caso se concretize”.

“Como já disse na reunião de Câmara da passada semana, onde estiveram presentes muitas pessoas, a intenção do Governo é criar ULS por todo o país e, segundo o Governo, Ourém deve ficar na ULS da Região de Leiria”, explicou.

Segundo Luís Albuquerque, na reunião com a tutela foi garantido que “todos os serviços que são hoje prestados no concelho de Ourém se vão manter”, dos cuidados primários à saúde mental e aos serviços convencionados com privados, “se o concelho de Ourém for integrado na futura ULS da Região de Leiria”.

“Vão ficar como estão à data de hoje”, afiançou, transmitindo à população uma “mensagem de tranquilidade, porque tudo o que está a ser feito pelo Governo e pelo Município de Ourém será sempre para melhorar o que hoje não funciona bem, ou seja, melhorar o acesso à saúde”.

Frisando que embora a saúde seja uma competência do executivo central, “o Município tem dialogado permanentemente com o Governo, para melhorar o acesso aos cuidados de saúde primários”.

Quanto à criação da ULS da Região de Leiria, Luís Albuquerque alertou que, se porventura, o Município entender não aderir a esta entidade, “o que irá acontecer, no futuro, é a criação de uma ULS do Médio Tejo e Ourém integrar esta”.

E, se tal suceder, “o hospital de referência para os utentes do concelho passará a ser o de Abrantes e não o de Leiria, como é hoje”, esclareceu, recordando que “há uma dezena de anos houve exatamente uma manifestação [em Ourém] a reclamar para que Leiria fosse o hospital de referência”.

Fonte da Polícia de Segurança Pública esclareceu que o protesto começou pelas 17:00 e pelas 18:30 ainda se encontravam no local entre 100 e 150 pessoas.

Uma delegação foi recebida pela vice-presidente, Isabel Costa, que acabou por vir ao exterior falar com os populares.

Em outubro de 2022, a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) anunciou que iria propor à tutela a criação de uma ULS, por entender que esta estrutura pode “melhorar o funcionamento da prestação de cuidados de saúde”.

A CIMRL integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

Já em dezembro, o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, determinou a criação de um grupo de trabalho que tem como missão elaborar o plano de negócios da futura ULS da Região de Leiria.

Ainda neste mês, a CIMRL informou que os municípios de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, no norte do distrito de Leiria, não vão integrar a Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria.

“(…) Conclui-se que os cinco municípios do norte do distrito, portanto, Castanheira de Pera, Alvaiázere, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Ansião, continuam como estão até agora, a drenar [os utentes] para os hospitais de Coimbra, não integrando esta ULS”, disse à agência Lusa o vice-presidente CIMRL Jorge Vala.

Jorge Vala, também presidente da Câmara de Porto de Mós, esclareceu na ocasião que Ourém, Alcobaça e Nazaré, cujos utentes são reencaminhados para o Hospital de Santo André, em Leiria, aceitam integrar este processo da ULS da Região de Leiria.

Lusa

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