O Centro Escolar de Alvega e o Centro Escolar de Abrantes, localizado no antigo Colégio Nossa Senhora de Fátima, vão entrar em funcionamento no arranque do ano letivo, já em setembro.
A garantia foi dada pelo presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, durante uma visita promovida pela autarquia de Abrantes a quatro obras em curso e que estarão todas concluídas este ano.
Se as duas escolas vão abrir portas no ano letivo, daqui por 15 dias, o Skate Park de Abrantes, ou parque radical, junto ao Castelo, terá a intervenção concluída até final de outubro e o Museu de Arte Contemporânea (MAC) que vai acolher a coleção Charters de Almeida deverá ser inaugurado até ao final do ano.
Já à margem desta visita Manuel Jorge Valamatos disse que a escola Otávio Duarte Ferreira deverá entrar em fase de obra dentro de pouco tempo, mas com um cronograma de trabalhos mais complexo porque implica a remoção das coberturas de fibrocimento que ainda existem nos edifícios. Ou seja, alguns trabalhos não poderão acontecer em simultâneo com as atividades letivas da escola.
Já o cineteatro S. Pedro o presidente da Câmara revelou que estão a ser feitos todos os esforços para que o empreiteiro possa começar a requalificação. “Desejamos que isso possa acontecer ainda no mês de setembro” afirmou Manuel Jorge Valamatos que garantiu que o processo está em numa fase de preparação das obras no terreno, nomeadamente na fase do projeto de segurança e a aguardar o visto do Tribunal de Contas. Mas a previsão aponta mesmo, mas que a intervenção comece já em setembro.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Centro Escolar de Alvega
A antiga Escola C + S Dr. Fernando Loureiro, em Alvega, está praticamente pronta para reabrir portas como Centro Escolar de Alvega. “Esta escola precisava de uma intervenção. Tínhamos de olhar para esta escola, Alvega, e para a do Tramagal”, indicou o presidente da Câmara de Abrantes à porta do edifício que tem a entrada principal a partir da Estrada Nacional 118.
Manuel Jorge Valamatos tem a expetativa que a requalificação desta escola sirva “para fixar os nossos alunos”.
E depois revelou aquilo que “muitas pessoas falavam” e que apontava a uma escola que “não tinha conforto. Fui aqui professor, já lá vão muitos anos, e vejo logo as diferenças.”
Esta intervenção no Centro Escolar de Alvega representa um investimento de cerca de 450 mil euros e, disse o presidente da Câmara que “vamos ter de investir mais de 100 mil euros na intervenção exterior.”
Manuel Jorge Valamatos aludiu a esta obra com uma descrição simples “não podemos querer escolas novas e depois ter escolas fragilizadas como era o caso desta de Alvega.”
A escola passa a ter balneários novos e uma sala polivalente que mantém o palco para as atividades escolares e da associação de pais.
O presidente da Câmara aproveitou o facto de estar num dos pátios para contar uma recordação que mantém presente. Quando começou a dar aulas em Alvega não havia nada na sua área: Educação Física. A sala polivalente era uma sala de trabalhos manuais. Contou, depois, que passou o primeiro e segundo período com os alunos a “limpar a sala polivalente e a capinar erva para criar um espaço na rua para jogar futebol. Pedimos umas balizas de madeira à Câmara. Só no terceiro período é que houve aulas de Educação Física.”
O autarca deixou depois a sua posição que sempre foi contra a ideia de construir uma nova escola. “E depois o que é que se fazia a esta?” Há muitas “coisas públicas” devolutas, por exemplo, edifícios escolares.
O centro escolar de Alvega terá, em setembro, cerca de 70 alunos. Duas turmas de 1.º ciclo e uma de pré-escolar.
“Temos a esperança que consigamos dar à comunidade aquilo que ela merece”, concluiu o autarca de Abrantes.
Centro Escolar de Abrantes
A aquisição do Colégio Nossa Senhora de Fátima à Congregação das Irmãs Doroteias aconteceu em 2014, ainda na presidência de Maria do Céu Albuquerque. A primeira informação oficial a dar conta deste negócio aconteceu em 25 de fevereiro de 2014.
Mais tarde, em 2016 foi apresentado o projeto de requalificação do edifício para a criação do Centro Escolar de Abrantes.
Esta intervenção no edifício construído nos anos 40 do século passado passou pela sua adaptação a receber um piso de jardim de infância, um outro destinado a 8 salas para alunos do 1.º ciclo e tem ainda dois salões polivalentes de grande dimensão (no piso 3), para além de uma moderna cozinha e sala de recursos.
Na visita A este centro escolar ficou a saber-se que a empreitada teve um custo de 2,9 milhões de euros, com 1,1 milhão financiado por verbas da União europeia.
A obra começou em 2018 e transformou a antiga escola num moderno centro escolar com todas as garantias de dar aos alunos as melhores condições de aprendizagem e é um edifício com sustentável ao nível da eletricidade. Conta com uma bateria de painéis fotovoltaicos que, em horas de pico de sol, produz energia suficiente para o consumo do estabelecimento, e nalguns dias pode até criar excedente.
Quando entrar em funcionamento, em setembro, o novo Centro Escolar vai receber os alunos que frequentavam até este ano a Escola N.º 2 de Abrantes, a escola dos Quinchosos e o Jardim de Infância S. João Batista.
O presidente da Câmara de Abrantes explicou que “numa fase inicial vamos aguentar os recursos humanos. Estamos a trabalhar com os diretores dos agrupamentos para perceber aquilo que serão as necessidades e exigências em termos de recursos humanos. Teremos mais do que aquilo que foi acordado a transferência de competências.”
Celeste Simão, vereadora com o pelouro da Educação, explicou, em relação aos recursos humanos das escolas, que “os rácios são calculados em função de todos os espaços das escolas. Há uma norma que tem de ser seguida.” E acrescentou ter “esperança que o rácio seja alterado pelo ministério da educação. Há centro de recursos, bibliotecas e cozinhas que não existiam há 20 anos.”
Por outro lado, Manuel Jorge Valamatos indicou que o novo acordo de transferência de competências entre o Estado e a Associação nacional de Municípios Portugueses (ANMP) vai “reforçar os montantes que tínhamos acordado com a administração central. Estamos convictos que teremos mais condições daquilo que são os valores atuais.”
O autarca vincou que “uma escola sem ginásio ou refeitório, ou centro de recursos é mais fácil de gerir. Esperemos que seja uma vantagem para Abrantes.”
Com a requalificação do Colégio Nossa Senhora de Fátima existem duas outras obras que ganharam prioridade por causa das acessibilidades. Primeiro um muro de suporte na Rua de Santa Ana, na zona exterior ao Centro Escolar, com um custo previsto de 150 mil euros, e a própria rua que está a ser redefinida para poder ser o acesso dos automóveis dos pais dos alunos do 1.º ciclo.
É que, de acordo com o vice-presidente da Câmara de Abrantes, os alunos do Jardim de Infância vão fazer a sua entrada pela frente do edifício, na Rua Actor Taborda, enquanto que o grosso da comunidade escolar fará a entrada pelas traseiras.
Esta intervenção deverá estar pronta quando começarem as aulas e tem um custo previsto de 149 mil euros.
Em janeiro haverá ainda, de acordo com o presidente da Câmara de Abrantes, o prolongamento desta Rua de Santa Ana até à Rua 5 de outubro com a criação de mais uma bolsa de estacionamento de 70 lugares, nas traseiras do Centro Escolar.
Com esta segunda fase aquela zona, que era uma encosta rural, passa a ganhar vida e pode vir a funcionar como uma espécie de “circular” em relação a este centro escolar que deverá ter entre 200 a 250 alunos.
Skate Park de Abrantes
O Skate Park de Abrantes, ou Parque Radical como é conhecido e designado, foi construído em 1999 e destina-se à prática de skate ou BMX, embora tenha também uma tabela de Basquetebol e permita outro tipo de atividades físicas mais radicais.
Depois uma intervenção de manutenção das estruturas em madeira (2009) que permitem aos skaters fazer os movimentos e saltos há uma necessidade de voltar a mexer. É que mesmo com madeiras navais, o facto do parque ser ao ar livre representa uma enorme deterioração nas estruturas.
Esta intervenção tem um custo de quase 150 mil euros e prevê requalificar os pavimentos e equipamentos para melhorar as condições de prática de modalidades como skate, patins e BMX e outras, dentro do mesmo género. Esta intervenção vai permitir a realização de provas regionais e nacionais destas modalidades.
A conclusão da obra apontava a dezembro, mas a mesma deverá estar concluída ainda em outubro ou no início de novembro.
Museu de Arte Contemporânea
A última paragem desta visita às obras em curso foi no Edifício Carneiro, que está na fase final de um complexo e demorado trabalho de requalificação exterior e interior, ampliação a criação de uma nova acessibilidade ao Jardim do Castelo.
Este edifício, que já foi escola, centro de saúde, universidade e sede de associações, começou com requalificações em 2009. O objetivo é a instalação do Museu de Arte Contemporânea de Abrantes (MAC) que vai receber o espólio artístico do escultor Charters de Almeida.
Esta é uma intervenção que representa um investimento de 2,1 milhões de euros com um financiamento aprovado de 1 milhão 974 (mil) euros.
Neste momento está em curso o trabalho de museologia em todas as salas, num total de 17 salas de exposição: o piso 0 terá 2 salas, o piso 1 contará com 8 e o piso 2 com mais 7.
Depois houve, no exterior, uma ampliação do edifício, para a criação de um laboratório de restauro e investigação. Trata-se de um espaço livre que não tinha qualquer construção, pelo que é uma ampliação do MAC.
Uma das grandes alterações é a ligação do pátio das traseiras ao Edifício Carneiro ao Jardim do Castelo, num “corredor” que terá uma série de esculturas exteriores de Charters de Almeida e de onde se pode avistar a “Cidade Imaginária”, obra do escultor localizada no Aquapolis, na margem norte do rio Tejo.
Manuel Jorge Valamatos referiu, quase na conclusão da visita ao MAC que “não é só termos um museu. Tem de haver dinamismo. Há aqui um trabalho minucioso.”
O presidente da Câmara de Abrantes tem a expectativa de poder inaugurar o Museu de Arte Contemporânea Charters de Almeida até ao final do ano.
O MAC é a última peça da Rede de Museus de Abrantes que se vem juntar ao MIAA (Museu Ibérico de Arqueologia e Arte), ao Museu da Metalúrgica Duarte Ferreira, ao Panteão dos Almeida, na Igreja de Santa Maria do Castelo, e ao quARTel, a galeria de Arte localizada no antigo quartel dos bombeiros de Abrantes.
Reportagem do jornalista Jerónimo Belo Jorge
Nota final para uma mudança de serviços por via da desativação das escolas N.º 2 de Abrantes, Quinchosos e Jardim de Infância S. João Baptista.
Se a Escola N.º 2, localizada junto ao Hotel de Turismo, no Alto de Santo António, já tem destino previsto, com uma candidatura em curso para passar a ser a Creche Municipal, com capacidade para 200 crianças, a escola dos Quinchosos ainda não tem ocupantes. “Poderá ser entregue ao associativismo”, revelou o presidente da Câmara de Abrantes.
Já o, até aqui, Jardim de Infância S. João Batista deverá sofrer remodelações para albergar serviços de Ação Social do Município, cujo processo de transferência de competências está em curso, e a equipa da Estratégia Local de Habitação. E vai ainda receber o polo de Abrantes da Agência Portuguesa do Ambiente ou ARH (administração da Região Hidrográfica) que atualmente está em instalações precárias na Rua D. João IV.
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