Foi oficialmente inaugurada na terça-feira, 19 de julho, aquela que é a grande novidade deste verão no que à história dos Templários em Vila Nova da Barquinha diz respeito.
No edifício do Centro Cultural / Posto de Turismo / Centro de Interpretação Templário de Almourol (CITA), está agora disponível a vertente imersiva da “Rota dos templários – Vila Nova da Barquinha”.
A nova “Sala de visita imersiva 360º ao Castelo de Almourol” é uma experiência que proporciona a visita ao monumento num ecrã 180º, garantindo a acessibilidade quer informativa quer a pessoas de mobilidade condicionada, sendo um verdadeiro atrativo para os turistas que procuram a temática dos Templários, valorizando o território numa visão intrínseca e na perspetiva da narrativa, destacando os pontos emocionais dos factos com recurso à tecnologia.
Trata-se de uma nova visão da interpretação do património enquanto oportunidade para o desenvolvimento de produtos turísticos, capazes de estabelecer uma comunicação única com o visitante, permitindo-lhe relacionar-se com o destino de uma forma inovadora, pessoal e enriquecedora, influenciando o processo interpretativo.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha afirmou que a Rota dos Templários “pretende afirmar-se como um produto turístico de uma região central, de cultura e uma região monumental: quer Ferreira do Zêzere, quer Vila Nova da Barquinha, quer Tomar e agora também já estamos a trabalhar com Soure. Isto no sentido alavancarmos estes ativos culturais e monumentais a favor da região”.
Fernando Freire assegurou que “consolidar a oferta turística é fundamental. Alavancar os principais polos de atração e de marcas que são a nossa história, que é o que fazemos aqui, nomeadamente na questão dos Templários, com congressos internacionais”.
O autarca referiu-se ainda aos números “avassaladores” do Turismo em Portugal que representa já “21% do PIB” e que “está em crescendo”. Quanto ao projeto desencadeado em Vila Nova da Barquinha, “há quatro ou cinco anos era impensável”. A olhar para o futuro, Fernando Freire garantiu que “vamos à procura de novos mercados e de novos segmentos porque é isso que importa”.
Jorge Simões, secretário-executivo da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, falou de “um momento simbólico, mas muito intenso”, ao referir-se à inauguração da Sala de visita imersiva 360º ao Castelo de Almourol. “Um trabalho muito bem feito e muito na perspetiva da sustentabilidade do turismo”, avançou, dizendo ainda que “temos que criar uma atividade turística sustentável, temos, obviamente, que a disponibilizar a todos”.
Quanto ao Turismo, Jorge Simões confessou não ver “outro caminho se não este de procurar outros nichos”.
Já Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal, que engloba 100 municípios de oito comunidades intermunicipais, começou por dizer que cada um dos municípios tem “a sua singularidade e a sua diferenciação” e que é isso “que trazem de bom para esta competitividade e para a atratividade que é o Centro de Portugal”.
O país tem “cinco grandes áreas com que se posiciona internacionalmente, aquilo que chamamos de nossos ativos turísticos e qualificantes e que nos distinguem de outros territórios e de outros países: o clima e a luz, a natureza e a biodiversidade, a água, as manifestações histórico-culturais e o mar. Barquinha, praticamente, tem as cinco. Não tem mar mas tem quatro que são relevantes”.
Pedro Machado acrescentou que “dentro do patamar dos ativos qualificantes, temos depois uma camada que são os ativos diferenciadores e que só existem, de forma específica, nos nossos territórios: a nossa gastronomia e o nosso vinho e aquilo que temos aqui, as manifestações histórico-culturais”. O trabalho a seguir “é fazer com que estes ativos cheguem ao conhecimento do grande público”.
Referindo-se ao CITA (Centro de Interpretação Templário de Almourol), disse ser “uma porta grande de entrada, não só porque torna possível a visitação, e de forma virtual neste espaço, irradiar a partir daqui para as atrações do concelho, daqui para toda a comunidade do Médio Tejo e depois a outras comunidades”. Para Pedro Machado, “e exatamente isto que hoje é relevante para atrairmos pessoas”. O presidente da Turismo Centro de Portugal lembrou que “há muitos anos que Portugal deixou de estar amarrado a uma ideia clássica de que somos um destino de sol, praia e golfe. Hoje, o mercado tem criado condições, e o número de visitantes criaram condições, para que tenhamos necessidade de oferecer mais. E é por isso que nós vemos crescer o território do turismo ativo, do turismo natureza, do turismo histórico-cultural, do turismo gastronómico, do turismo religioso e do turismo industrial”.
A “Sala de visita imersiva 360º ao Castelo de Almourol” e a Rota dos Templários
A sala de visita imersiva 360º ao Castelo de Almourol é então um espaço para quem não pode ir ao Castelo e é um projeto que integra a Rota dos Templários, projeto intermunicipal de Tomar, Ferreira do Zêzere e Vila Nova da Barquinha sendo que “Vila Nova da Barquinha é o município que está mais avançado no programa”.
Lembrar também que Vila Nova da Barquinha está a preparar o futuro Congresso Internacional dos Templários, que vai ter lugar em outubro.
A ligação estreita entre o território do concelho de Vila Nova da Barquinha e a temática templária está espelhada no CITA, um espaço com exposição permanente, suportada em elementos gráficos como fotografias, ilustrações, infografia e textos, espaço de exposições temporárias dotado de vitrinas para exibição de peças e uma sala de projeção de filmes sobre a temática templária.
A intervenção, proposta no projeto “Centro de Interpretação Templário de Almourol”, contribui para, em complemento com a oferta cultural e artística existente, promover a criação e a atração de novos públicos ao centro da vila, acrescentando a temática templária à arte e à vertente ambiental existente no parque ribeirinho. Potencia a visitação do centro histórico, alavancando os investimentos privados existentes na área da hotelaria e da restauração, ao mesmo tempo que cria novas oportunidades de negócio interligadas com esta temática e o turismo cultural e religioso, fomentando a criação de novos postos de trabalho.
Por outro lado, a “Biblioteca/Arquivo” incluída no CITA, constitui um projeto inovador a nível nacional, sendo a primeira Biblioteca/Arquivo aberta ao público, única e exclusivamente sobre a temática templária. Trata-se de uma iniciativa de valorização do património existente na região, verificado pela necessidade de compilação de publicações e obras sobre o tema.
Num só espaço, é possível a consulta de obras, bem como a visitação de um centro que se apresenta ao público com uma perspetiva interativa.
Como complemento ao investimento inicial no CITA, o projeto “Rota dos Templários” representa um investimento de cerca de 50.600,00€ elegíveis, co-financiado igualmente pelo Turismo de Portugal em 70%.
A Rota dos Templários terá, em breve, um site e uma app própria e sinalética a condizer.
Vila Nova da Barquinha é um dos municípios que assinou o protocolo de colaboração, juntamente com outros municípios e entidades do setor, para a implementação da ‘Rota dos Templários’ em Portugal, uma rede que tem condições para integrar a Rota Templária Europeia. Assinaram o referido protocolo o Turismo de Portugal, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, os municípios de Arronches, Castelo Branco, Ferreira do Zêzere, Mogadouro, Nisa, Pombal, Sabugal, Soure, Tomar, Vila Nova da Barquinha e Vila Velha de Ródão.
Fotos: Jade Vieira
Galeria de Imagens