O Cineteatro Municipal de Mação reabriu ao público neste dia 25 de abril com a presença da ministra da Coesão Territorial e do vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, entre centenas de maçaenses que quiseram associar-se à festa num 25 de abril primaveril.
Depois de descerrada a placa evocativa da inauguração e da fita cortada para acesso à exposição sobre a história e as memórias do cineteatro de Mação, construído na década de 50 do século passado e com uma remodelação efetuada nos anos 80, também do século passado.
Em 2015 passou a ser património municipal e as portas fecharam-se em 2020 por causa da pandemia tendo as obras de requalificação e modernização começado em 2021. Agora voltou para ser a casa dos espetáculos e um dos pontos de encontro dos maçaenses.
Luís Francisco Filipe, é o vice-presidente da CCDR Centro. Natural de Mação, é presença habitual nas cerimónias que se realização neste concelho, principalmente as que têm financiamento de programas geridos pela estrutura sediada em Coimbra.
“Estivemos aqui no verão no antigo Quartel dos Bombeiros, uma peça social, agora estamos numa peça cultural e vamos aprovar uma candidatura para recuperação do pavilhão José Maria Maia” disse o vice-presidente da CCDR que indicou ainda que a estrutura apoiou esta requalificação com “cerca de 500 mil, em 800 mil euros de obra.”
No dia em que se assinalou o 48.º aniversário da Revolução dos Cravos vincou que “estamos a cumprir Abril e esta peça ajuda os macaenses.”
O presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, começou por evocar todos quantos o construíram, trabalharam, atuaram, e fizeram parte desta vida (Cineteatro) e não esqueceu “todos os artistas de Mação que conseguiram dar nos momentos de alegria.”
Depois explicou o processo de umas “obras necessárias” já que “este edifício não reunia as mínimas condições para aqui ter espetáculos.” Vasco Estrela explicou que foi feito o aproveitamento de uma “janela do programa PARU (Plano de Ação de Regeneração Urbana). Foi um investimento de cerca de 900 mil euros já com equipamento que não foi comparticipado pelo programa. E com mais 150 mil euros das obras do espaço exterior falamos de um investimento de mais de um milhão de euros.”
O autarca deixou clara uma aposta do Município: “nos últimos anos temos reabilitado muito património do concelho de Mação, piscina, escola, pavilhão, Museu de Arte e do Sagrado do Vale do Tejo.”
E se as obras estão feitas, o autarca apontou já o caminho que será preciso trilhar: “agora é preciso dinamizar este espaço e a câmara tem aí um papel importante. É importante dar vida a este espaço. Ter uma agenda cultural para as pessoas do nosso concelho. E vai também permitir às associações poder voltar a trabalhar.”
No dia 25 de Abril, Vasco Estrela apontou aos “3 D de Abril” com a referência que há um deles que continua sempre por melhorar. “Descolonizar e democratizar estão cá falta aplicar o Desenvolver.”
O presidente da Câmara fez uma agulha no seu discurso e virou se para a ministra, tendo referido que Ana Abrunhosa tem uma grande missão neste país e que os censos vieram mostrar, ou seja, uma cada vez mais desertificação dos territórios do interior do país. “Se houve governo que pôs está questão em cima da mesa foi o governo de António Costa. Se houve resultados é outra questão” disse Vasco Estrela que não escondeu que a ministra “vai ter de ter uma enorme resistência, força para contrariar o peso das grandes cidades.”
A ministra da Coesão Territorial deixou o elogio à escolha da data para a inauguração desta requalificação: “É um polo mais que cultural, é um polo da vida dos macaenses que ganha nova vida até porque houve requalificação do espaço exterior. É uma de preservar a nossa memória, a nossa história, a identidade para construir um caminho de futuro.”
A ministra fez referência aos tempos difíceis da pandemia. “Quem diria que numa semana a administração pública e as empresas desconfiaram que podiam trabalhar em teletrabalho e houve um redescobrir dos territórios do interior. Muitas famílias e empresas hoje repensam as duas vidas.”
Depois deixou uma ideia que tem vindo a transmitir. “Temos de contrariar décadas e décadas de políticas erradas. Temos de ter apoios e majorar os apoios as empresas que já cá estão e depois atrair outras.”
Ana Abrunhosa referiu-se ao presidente de uma Câmara que tem apresentado muitas candidaturas, para depois concluir “gostamos destes autarcas que nos desassossegam.”
A ministra recebeu uma boina que lhe foi oferecida pelo vice-presidente da Câmara de Mação, António Louro. E explicou porquê: “A última vez que cá estive chovia a cântaros e um amigo tinha uma boina para a qual olhei. Prometeu-me uma e hoje veio dar-me uma. Serei uma ministra de palavra. Não poderei dizer sim a tudo, mas seguramente vamos apoiar muitos projetos para Mação.”
Requalificação de um edifício cheio de história
O Cineteatro Municipal de Mação reabriu ao público neste dia 25 de abril, depois de um investimento de 900 mil euros em obras de requalificação a que se juntam mais 150 mil na requalificação do espaço exterior.
O projeto de requalificação, que manteve a traça do edifício, contou com o apoio de uma candidatura que representou financiamento de cerca de 500 mil euros no âmbito do PARU - Plano de Ação de Regeneração Urbana.
A intervenção no interior englobou trabalhos ao nível da modernização dos equipamentos, de som e projeção, do telhado e climatização, cadeiras, camarins e palco, entre outros, a par de um aumento da plateia e da volumetria para receber uma caixa de palco adequada, assim como em tetos, paredes e pavimentos, e outros trabalhos relacionados com a rede de abastecimento de água, esgotos, segurança contra incêndios, instalação de equipamentos elétricos, climatização e rede estruturada de telecomunicações e informática.
O rés do chão tem o auditório, ‘foyer’ com um espaço de apoio aos utilizadores, um balcão de atendimento, espaço de bar (também de apoio à esplanada) e sanitários.
Já no primeiro piso, o Salão Nobre é um espaço para exposições, pequenos colóquios ou ações de formação. Neste piso foi ainda preparado um Espaço de Memória do cineteatro, com alguns elementos antigos, uma resenha histórica do espaço e do próprio teatro em Mação.
O Cineteatro de Mação foi inaugurado nos anos 50 e intervencionado na década de 80 do século passado, estando, há alguns anos, "sem condições de utilização cómoda e segura, e há mais de uma década sem cinema", o que vai mudar a partir de agora.
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