Já se sabia que o Dia da Cidade, que assinala os 108 anos da elevação de Abrantes à categoria de cidade [decreto de 14 de junho de 1916] teria as celebrações oficiais na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. Acresce ainda o facto de o Município ter aprovado, por unanimidade, a atribuição da Medalha de Mérito Municipal à Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA), numa altura em que Portugal [Câmara Municipal, Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Instituto Politécnico de Tomar e Comissão de Coordenação Regional do Centro] alinhou a revisão do Fundo para uma Transição Justa (FTJ) por forma a garantir financiamento para alguns projetos, entre eles, o novo edifício da ESTA, a instalar no Tagusvalley.
Mas a cerimónia começou, como habitualmente, com a cerimónia do Hastear das Bandeiras, este ano na ESTA, e com o Hino Nacional a ser cantado por alunos do curso de Música da Escola Secundária Dr. Manuel Fernandes.
Já no auditório da ESTA foi apresentado um vídeo com um resumo de 25 anos da instituição de ensino superior em Abrantes. Há a nota de uma escola com 50 docentes e cerca de 400 alunos. Neste vídeo em jeito de agradecimento houve, naturalmente, espaço para a apresentação do projeto das futuras instalações, a construir no Parque de Ciência e Tecnologia de Abrantes.
A medalha de Mérito Municipal e a respetiva deliberação foi entregue pelo presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, ai presidente do IPT, João Coroado, e à Diretora da ESTA, Olinda Sequeira.
O presidente do Politécnico de Tomar, do qual faz parte a Escola Superior de Abrantes, começou por criar a linha da história desta cidade, desde os tempos da linha de defesa do Tejo até às fileiras mais recentes, como a atualização na aposta nas indústrias metalomecânicas, o setor florestal ou, mais recentemente, a energia.
João Coroado vincou a aposta recente em Abrantes na área da energia, tendo referido que “hoje podemos falar na energia verde até pelo encerramento da Central a carvão, no Pego”. O presidente do IPT deixou clara a ligação de Abrantes às energias verdes.
Depois olhou para o percurso do ensino politécnico em Portugal, que vem de 1973, do então ministro da Educação, Veiga Simão, para enquadrar a expansão do IPT a Abrantes, em 1999, com a ESTA.
O presidente do IPT destacou a cooperação entre os diretores da escola e os anteriores autarcas de Abrantes, vincando o trabalho atual entre as duas instituições.
“Somos uma instituição pública, é de todos vós. Devem acarinhar esta escola. Devem frequentá-la. Temos de combater a desertificação e com mais ensino superior podemos apostar no enraizamento dos jovens.”
Depois, já se sabia, deixou uma nota final para o trabalho com o presidente da Câmara Municipal, Manuel Jorge Valamatos, e da presidente da CCDR-Centro, Isabel Damasceno, por estarem a “fazer esforços para a criação do complexo de ensino que esperamos já há 25 anos.”
João Coroado, presidente do IPT
Em Dia da Cidade, Manuel Jorge Valamatos começou por destacar os 108 anos de cidade para logo de seguida fazer a referência à presença de Isabel Damasceno, ex-autarca e que desempenha um cargo que é importante para a coesão territorial do país.
O autarca justificou depois a realização das cerimónias nas várias instituições como forme de as destacar pela importância na sociedade. Manuel Jorge Valamatos notou que o edifício onde funciona a ESTA tem 120 e é mais antigo que a cidade de Abrantes. “É um edifício que não foi construído para o ensino e tem sido adaptado com esforço de docentes e funcionários.”
O presidente da Câmara de Abrantes deixou claro que “temos de construir a nova ESTA no Tagusvalley. Será mais uma grande infraestrutura para acolher mais jovens. E estamos a trabalhar num grande pacote de habitação. Fechamos o plano dos grandes investimentos do ensino básico e secundário. Temos agora a creche para 135 crianças e 40 novos empregados para receber crianças dos 4 meses aos 4 anos.”
Manuel Jorge Valamatos, Presidente CM Abrantes
Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR - Centro) agradeceu o convite para discursar nesta cerimónia do dia da Cidade de Abrantes.
“Há um plano de futuro para este território” referiu a responsável pela região-plano do Centro, e “a câmara municipal está a apostar no futuro. Esta cerimónia é um exemplo desta aposta. A recuperação do parque escolar é notável.”
Isabel Damasceno notou depois que a autarquia precisa de ajuda e compromisso público que haja fundos comunitários para este território. E indicou que há um pacote financeiro tem objetivos de substituir a atividade económica por via do encerramento da Central a carvão no Pego. Mas substituir a atividade económica não quer dizer, afirmou, que não haja fundos para a formação e qualificação. E o financiamento da nova ESTA faz parte desta substituição. “Já temos a decisão de renegociar com Bruxelas a alteração das regras para permitir o novo enquadramento.”
Isabel Damasceno, presidente CCDR Centro
Aos jornalistas e após as cerimónias, Isabel Damasceno, repetiu o que já se sabia que há a decisão nacional de ajustar o enquadramento do Fundo para uma Transição Justa no Médio Tejo que inclua a nova ESTA, a Zona Livre Tecnológica e as energias Renováveis. A responsável acredita que esta renegociação do pacote terá “fumo branco” e acrescentou mesmo que tem a expetativa que as decisões possam acontecer até agosto deste ano.
Isabel Damasceno, presidente CCDR Centro
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, também repetiu a mesma expetativa desta renegociação dos objetivos do FTJ que permitirá ao Médio Tejo, em geral, e a Abrantes, em particular, aproveitar financiamento europeu. O autarca notou que o projeto está pronto e que assim que haja dinheiro a empreitada pode ser lançada.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes
Já o presidente do IPT, João Coroado, em declarações à Antena Livre tem uma expetativa elevada que é desta que as novas instalações da ESTA vão mesmo avançar, embora ponha depois alguma cautela ao dizer que “é ver para crer.”
João Coroado pede depois à comunidade de Abrantes que assuma a escola como sua, como algo que é importante na cidade, já que na região, muitas vezes, estas escolas do superior parece que têm uma vida um bocado à margem da sociedade local.
João Coroado, presidente IPT
Eugénio Pina de Almeida foi o primeiro diretor da ESTA, no ano de 1999. Na altura, com o presidente da Câmara, Nelson Carvalho, foram criando as condições para a escola nascer e começar a crescer.
Hoje, 25 anos depois, disse à Antena Livre que ficou ao lado do ex-autarca, pelo que pode reviver muitos momentos dos primórdios da instituição. Eugénio Pina de Almeida disse também esperar que seja desta que a escola veja as novas instalações a ganhar corpo, pois só dessa maneira é que a mesma pode crescer.
Eugénio Pina Almeida, ex-diretor ESTA
As cerimónias aconteceram durante a manhã com a presença de muitos convidados institucionais.
Na mesma ocasião o Município de Abrantes e o Centro Social do Pessoal fizeram a homenagem aos trabalhadores que completaram 25 anos de serviço no Município ou que se aposentaram. Todos receberam a medalha de bons serviços do Município de Abrantes.
Jerónimo Belo Jorge
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