Quinze aldeias das 23 existentes na freguesia de Cardigos, Mação, estavam esta tarde em perigo devido às chamas que lavram naquele concelho do distrito de Santarém, disse à Lusa o vice-presidente da autarquia.
"Provavelmente, das 23 aldeias da freguesia [de Cardigos] neste momento, 15 estarão em perigo", afirmou António Louro, vice-presidente da autarquia com o pelouro da Proteção Civil, em declarações registadas cerca das 17:00.
Entre as aldeias e lugares ameaçados pelas chamas, António Louro nomeou Cardigos, a sede de freguesia, Freixoeiro, Carvalhal, Corujeira, Roda ou Portela dos Povos, entre outras.
Quando prestou declarações à Lusa, António Louro estava precisamente na zona de Cardigos - localizada numa espécie de enclave no norte do município de Mação, rodeado pelo distrito de Castelo Branco (concelhos de Vila de Rei, Sertã e Proença-a-Nova) - onde o incêndio que começou ao início da tarde de sábado em Vila de Rei permanece ativo e está a ser combatido por quase 800 operacionais, 243 viaturas e 15 meios aéreos.
Na ocasião, os meios da Proteção Civil municipal estavam a ajudar a posicionar máquinas de rasto "para combate direto" ao incêndio, explicou.
António Louro disse ainda que dos 30% restantes da área florestal do concelho de Mação, cerca de 07.000 hectares que sobreviveram às chamas em 2017, "agora já ardeu cerca de 60%", mais de quatro mil hectares.
O autarca revelou ainda que a "grande preocupação" tem sido defender as habitações face à proximidade das chamas e à violência do incêndio e que alguns habitantes de localidades mais isoladas, nomeadamente os mais idosos e vulneráveis "foram retirados".
"Em alguns locais não foi possível fazer todas as operações com a antecedência desejada", assinalou o autarca, lembrando, no entanto, que "a casa das pessoas, quando as habitações têm boas condições e são mais recentes, é o sitio mais seguro".
Fogo chega junto a habitações do centro de Cardigos e destrói quintais
Várias habitações no centro da freguesia de Cardigos, freguesia do concelho de Mação, estão risco devido à rápida propagação das chamas que já queimou alguns quintais, sendo que a rápida atuação dos bombeiros está a evitar danos maiores.
Caiu sobre o centro da freguesia de Cardigos um fumo negro que impede a visibilidade e o ar tornou-se irrespirável devido às chamas que se aproximaram rapidamente da localidade, destruindo um quintal e a habitação contígua foi preservada, graças à intervenção de uma equipa de bombeiros.
As chamas evoluíram em direção à sede da freguesia de Cardigos rapidamente, devido ao vento forte que se faz sentir, alimentando as projeções que começaram a atingir outros quintais.
O vento forte e irregular prejudica a ação de combate às chamas e os bombeiros que estão na zona limitam-se a proteger as habitações.
Pelas ruas, viam-se alguns populares quase em pânico e cerca das 17:30, o centro da localidade estava transformado num caos, com carros de bombeiros e da GNR a deslocarem-se de um lado para o outro, para acudir aos vários pedidos que eram efetuados por habitantes locais.
Segundo a Câmara de Mação, há dezena e meia de aldeias em risco, horas depois de as autoridades se terem mostrado otimistas com o combate ao fogo.
O incêndio que mobiliza mais meios é o que deflagrou ao início da tarde de sábado no concelho de Vila de Rei (Castelo Branco) e depois passou para Mação (Santarém), estando as chamas a ser combatidas por 829 operacionais, apoiados por 249 viaturas e 15 meios aéreos.
(LUSA)