José Moreno Vaz demitiu-se da Comissão Política de Secção do PPD/PSD de Abrantes. Uma decisão em que foi acompanhado por outros dirigentes, que fez cair os órgãos locais do partido que vão agora para processo eleitoral interno. Será, aliás, já na próxima sexta-feira, dia 17 de maio, que os militantes vão decidir o calendário eleitoral que deverá permitir um trabalho atempado na definição de estratégias e candidatos do PSD para as autárquicas do próximo ano.
Esse foi um dos pressupostos desta decisão do atual presidente da concelhia, em provocar eleições uns meses antes do final do seu mandato, para dar mais tranquilidade e tempo ao partido para um processo que, como diz José Moreno, “não é fácil e implica muitas noitadas.”
Em declarações à Antena Livre o presidente demissionário afasta os cenários de crises internas ou de desencanto com a vida política local e explica, com pormenor, os motivos da decisão. E acrescenta, ao dia em que foi entrevistado (14 de maio) não está nos seus planos voltar à concelhia ou integrar listas às autárquicas. Mas, como disse e repetiu, é uma intenção que tem, nesta altura.
“Esta é uma decisão em defesa dos interesses do PSD, para preparação das eleições (autárquicas) de 2025”, começou por dizer José Moreno Vaz, acrescentado que há necessidade de começar a preparar estratégias, grupos de trabalho e de começar a contactar pessoas, a formar equipas. Embora as eleições venham a ocorrer daqui a um ano e uns meses, não é muito tempo para arranjar candidatos, para esses candidatos reunirem as suas equipas.” E depois explicou que o mandato a terminar em julho iria colocar as eleições no verão, em período de férias e com isso atrasar o trabalho dos novos dirigentes e “reduzir muito os prazos dessas pessoas.”
José Moreno explicou ainda que estava a constituir um grupo de trabalho que seria a futura comissão política, em julho, numa lista única. Ou seja, haveria eleições de julho, mas o trabalho desses futuros dirigentes estava já a ser trilhado. “Houve duas ou três vozes discordantes da forma como estávamos a conduzir o processo e não me restou outra opção que não fosse pedir a demissão. Não apenas por causa dessas vozes discordantes, mas, porque tenho a solidariedade da maioria dos atuais dirigentes.”
Agora inicia-se o processo eleitoral no partido com uma assembleia de militantes, agendada para esta sexta-feira, dia 17 de maio, onde será definido o calendário eleitoral. “Perante os dados que tenho neste momento não serei candidato a presidente da Comissão Política”, confirmou o líder demissionário.
José Moreno Vaz entrou em março de 2020 na liderança do PSD de Abrantes, agora na saída diz que não vai deixar qualquer pista ou nome para as listas das autárquicas. É uma escolha e um trabalho dos novos dirigentes do partido. “Como não serei candidato, não contactei com ninguém ou incentivei ninguém. E deixo esta garantia em relação a escolhas para 2025: Não há desta Comissão Política, que se demitiu, qualquer compromisso em relação às autárquicas.”
E reforçou que a próxima Comissão Política tem toda a liberdade para a escolha dos nomes, pois não há qualquer compromisso ou contacto exploratório feito com qualquer pessoa.
José Moreno concluiu com a garantia que estará disponível para o seu concelho e para a sua freguesia, mas, a este momento, sem intenção de participar na vida política ativa.
José Moreno Vaz
José Moreno Vaz ganhou as eleições frente a Rui Santos a 7 de maio de 2020, com 81 votos contra 45. Foi o mandato de preparação das autárquicas de 2021 em que foi o próprio líder da concelhia a encabeçar a lista do PSD à Assembleia Municipal de Abrantes.
José Moreno Vaz recandidatou-se, a 28 de maio de 2022, a um segundo mandato à frente do PSD de Abrantes. A encabeçar uma lista única, Moreno esteve acompanhado por João Salvador Fernandes e Pedro Coelho, como primeiro e segundo vice-presidentes, João Morgado como secretário e José Rocha como tesoureiro.
Agora, a 17 de maio, os militantes do PSD de Abrantes vão decidir o calendário eleitoral para eleger os dirigentes que vão estar incumbidos de preparar o processo eleitoral das autárquicas de 2025.