As misericórdias de Vila Nova da Barquinha e de Tomar, distrito de Santarém, assinaram um protocolo para a construção de uma Unidade de Cuidados Continuados na Atalaia, para reforçar cuidados de saúde nos dois concelhos e no Médio Tejo.
Segundo uma nota da autarquia, o protocolo assinado esta semana nos Paços do Concelho de Vila Nova da Barquinha visa “a criação de uma Unidade de Cuidados Continuados na Atalaia, um projeto que beneficiará a população de ambos os concelhos e áreas circundantes”.
“A infraestrutura de promoção da saúde, prevenção da doença e prestação de cuidados de reabilitação e de unidade de cuidados continuados, a edificar pela Misericórdia de Tomar, será um local de referência na prestação de cuidados de saúde e apoio aos cidadãos mais vulneráveis, especialmente aqueles que necessitam de cuidados médicos a longo prazo”, lê-se na nota.
“Este projeto proporcionará serviços essenciais de reabilitação, cuidados paliativos e outras formas de assistência médica e social de alta qualidade”, acrescenta.
O projeto destina-se a um terreno com cerca de 16.000 metros quadrados, na freguesia de Atalaia, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, com direito de superfície a favor da Misericórdia de Tomar.
A nota camarária refere que está projetada uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados, para cerca de 90 utentes, e mais a sul ficarão uma clínica com várias valências, incluindo medicina física e de reabilitação, uma clínica de hemodiálise e um bar de apoio.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Tomar, António Alexandre, explicou à agência Lusa que a instituição já possui cuidados continuados na cidade, prevendo em breve aumentar as atuais 23 camas para “mais 15”, mas aposta no interesse do Ministério da Saúde no alargamento para mais 5.000 camas no país, através de financiamento europeu do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
“O estudo aponta para 90 camas de cuidados continuados, e que será um investimento de seis, sete milhões [de euros], para candidatar ao PRR, que está para sair em breve”, avançou o provedor, acrescentando que a Câmara de Vila Nova da Barquinha doou o terreno avaliado em 135 mil euros à misericórdia local, que fez uma “doação de cedência de direito de superfície perpétuo” à congénere de Tomar.
A Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, no âmbito do protocolo, participará com o valor do terreno numa “percentagem nos lucros futuros” do projeto, e António Alexandre, uma vez que não foi possível encontrar um terreno em Tomar, assumiu satisfação pela concretização na Atalaia.
“O concelho de Tomar fica a três quilómetros do local onde vai ter este equipamento, que está a quilómetro e meio de duas importantes autoestradas do centro do país, que são a A23 e a A13, e portanto a ligação é rápida entre concelhos”, frisou.
O equipamento, defendeu, “pode ser uma alavanca” para servir outras vertentes na área da saúde, tanto mais que “o Médio Tejo talvez tenha edifícios a mais de hospital, mas tem serviços a menos de saúde, e manifestamente serviços abaixo das necessidades na medicina familiar”.
O projeto depende ainda de aprovação pela Câmara de Vila Nova da Barquinha e da assinatura da escritura do terreno, mas o provedor da Misericórdia de Tomar assegurou que o investimento será realizado com meios próprios da instituição, e mostrou-se confiante na “mais-valia” para a região.
“Este protocolo é um marco significativo na história das nossas instituições e beneficiará sobretudo a comunidade que servimos, com cuidados de saúde de excelência", afirmou, na assinatura do protocolo, o provedor da Misericórdia de Vila Nova da Barquinha, Hélder Silva, citado na nota da autarquia.
O presidente da Câmara de Vila Nova da Barquinha, Fernando Freire, destacou o entendimento entre as duas misericórdias, considerando que o “protocolo não só reforçará os laços entre as duas instituições, mas também permitirá a prestação serviços de cuidados de saúde de alta qualidade à comunidade”.
Prevê-se a criação de cerca de 80 postos de trabalho e, conforme estima António Alexandre, para a primeira fase da Unidade de Cuidados Continuados, “a partir da aprovação do PRR, será uma obra que demorará sempre dois anos”.
Lusa
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