O Município de Vila Nova da Barquinha aprovou, por unanimidade, o abate de 27 árvores no espaço público do concelho. Trata-se de uma medida tida como a última opção, mas que é assumida por questões de segurança para os cidadãos.
De acordo com a proposta de deliberação, no enquadramento é referido que a árvore é um elemento do espaço urbano que, apesar de muitas vezes vista como uma construção imóvel, semelhante a edifícios ou mobiliário urbano, ela é um elemento vivo que nasce, cresce, adoece e morre. E acrescenta que “na fase final do seu desenvolvimento (...) poderá desenvolver riscos” que devem ser supervisionados pelos Municípios. E esta supervisão segue até ao momento “irremediável em que coloca em perigo as pessoas e bens circundantes”, pelo que deve ser cortada.
“Todos nos recordamos da tragédia no Monte, ilha da Madeira, ocorrida em 2017, onde a queda de uma árvore grande porte provocou a morte de 13 pessoas, tendo sido os autarcas constituídos arguidos e pronunciados por 13 crimes de homicídio por negligência e 24 de ofensas à integridade física involuntária ou negligente”, justificou Fernando Freire. E depois acrescentou que em condições naturais o arvoredo poderá viver mais de 100 anos, “como é o caso de alguns dos nossos plátanos, no parque ribeirinho, que foram plantados no dia 20 de agosto do ano de 1908”. Quer isto dizer que os plátanos são, portanto, exemplares com 115 anos de vida. E depois acrescenta que “alguns apresentam fortes sinais de declínio devendo por isso ser vigiados com atenção e regularidade.”
Tendo em atenção estas preocupações, em 2019, o Município de Vila Nova da Barquinha encomendou um estudo ao Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa sobre a situação do arvoredo municipal de Vila Nova da Barquinha.
E de acordo com o trabalho dos especialistas houve já intervenção em diversas árvores localizadas em espaço público, em todo o concelho. Modo geral, as intervenções foram
Sendo feitas com podas em diversas espécies. Houve poda em plátanos, mélias, grevíleas, alfarrobeira, araucária, amoreira, acácia, eucalipto, sobreiro, choupo, casuarinas, pinheiros-mansos de grande porte, jacarandás e tipuanas.
No enquadramento feito Fernando Freire diz estar ciente que “o abate deve ser o último recurso e que devemos sempre procurar outras formas de salvaguardar e recuperar o arvoredo, se tal for possível, sem prejuízo da plantação de novas árvores para substituir aquelas em fim de vida”. Por este motivo é que subiu a reunião do executivo municipal o plano de intervenção que dá a conhecer o estado fitossanitário do arvoredo sobre a gestão municipal.
E é, de acordo com o documento, que foi apresentada a proposta para implementação deste plano de intervenção ao que acrescenta a deliberação que o tema seja enviado ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e à Assembleia Municipal.
Aos jornalistas Fernando Freire explicou que é a decisão que tem de ser tomada na prevenção de acidentes que possam suceder.
Fernando Freire, presidente CM Vila Nova da Barquinha
Fernando Freire indicou que vão ser abatidas 27 árvores em “grau de perigosidade P1”, ou seja índice elevado de perigosidade. O autarca vincou que esta não é, contudo, uma operação avulso. No plano feito pelo Instituto Superior de Agronomia há um relatório árvore a árvore, sobre as condições fitossanitárias e de segurança de cada exemplar.
Fernando Freire, presidente CM Vila Nova da Barquinha
O executivo aprovou a operação por unanimidade com a indicação de que por cada árvore abatida no mesmo local seja plantada outra da mesma espécie.
Foi ainda decidido enviar a deliberação para conhecimento da Assembleia Municipal e do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas.
Galeria de Imagens