Um novo olhar sobre os feitos dos navegadores portugueses, desconstruindo ideias pré-concebidas, enquanto se oferece ao público uma versão nada romantizada da época dos descobrimentos. Esta é a proposta do espetáculo “Nau Nau Maria”, com criação e direção de Alice Azevedo, numa produção da Causas Comuns, em coprodução com o Teatro Nacional D. Maria II.
Partindo da adaptação da História Trágico-Marítima de Bernardo Gomes de Brito, “Nau Nau Maria” propõe uma viagem atribulada por esta que foi a mais magna desventura portuguesa. Em palco desmonta-se o mito de que foram os portugueses quem “descobriu” parte do mundo, "de naufrágio em naufrágio". O espetáculo acaba por desfazer não apenas personalidades e mitos da História dos Descobrimentos, muitas vezes "referenciadas com um 'apagador' por cima daquilo que realmente se passou", mas também remete o público para a atualidade política e social portuguesa, adianta Alice Azevedo.
"Nau, Nau Maria" foi criado no âmbito do projeto Próxima Cena da "Odisseia Nacional", que leva programação teatral a todo o país, durante este ano. O projeto procura levar teatro a zonas de baixa densidade populacional, com enfoque na adolescência, em particular nos alunos do ensino secundário e no programa de português para este nível de ensino.
No Sardoal, a peça fará duas apresentações, no Centro Cultural Gil Vicente. No dia 5, sexta-feira, exclusivamente para o Agrupamento de Escolas, com a presença de cerca de 120 alunos do 2º e 3º ciclos e ensino secundário. No sábado, dia 6, a sessão é aberta ao público em geral, e tem lugar a partir das 21h30.
A entrada é gratuita, mas sujeita ao levantamento de bilhete.