A Pinhal Maior, Associação de Desenvolvimento do Pinhal Interior Sul vai dispor de um equipamento para operar autonomamente em limpezas florestais e gestão de combustíveis em torno de aglomerados populacionais.
Em comunicado hoje divulgado, a Câmara de Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, refere que estão a ser acrescentadas novas valências a uma máquina adquirida pela Pinhal Maior, para trabalhar nos municípios da sua área de intervenção (Proença-a-Nova, Oleiros, Vila de Rei e Mação) que, quando concluídas, “permitirão o seu funcionamento sem a presença de um operador”.
Para tornar possível que a máquina florestal trabalhe de forma autónoma (sem operador), a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial da Universidade de Coimbra (ADAI) e o Centro de Inovação e Competências da Floresta (SerQ) juntaram-se à Pinhal Maior.
Citado no documento, Carlos Viegas, da ADAI, indica que foi instalado no equipamento florestal “um sistema sensorial composto por três tipos diferentes de perceção: temos câmaras em toda a volta do dispositivo, sensores térmicos e sensor laser”.
Estes sensores vão permitir que a máquina se adapte ao terreno que está a limpar, evitando obstáculos e avaliando, a cada momento, o terreno em que está a operar.
É ainda capaz de identificar a presença de seres vivos através dos sensores térmicos.
O objetivo é dotar a máquina de inteligência e de funcionamento autónomo, através da sua pré-programação.
“Ao colocarmos este tipo de automatismos não estamos a dizer que vamos tirar completamente as pessoas do terreno, elas vão ser sempre necessárias, o que podemos é maximizar a sua capacidade de trabalho”, realça.
Segundo este responsável, esta é uma forma de, por exemplo, responder à falta de mão de obra no setor.
“A nível internacional estamos na linha da frente neste tipo de tecnologias”, conclui.
Já o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo, destaca a colaboração entre entidades que permite que o conhecimento circule das universidades para o terreno, no âmbito da prevenção e combate aos incêndios florestais.
O autarca salienta que as faixas de interrupção de combustível e a limpeza em redor dos aglomerados populacionais são fundamentais nesta estratégia.
Este equipamento poderá ser utilizado nestes casos, na utilização conjunta que for feita em articulação com os outros municípios em função da “priorização da sua atividade”.
A Pinhal Maior é uma entidade de direito privado sem fins lucrativos, criada em maio de 1994, que agrega associados de natureza pública e privada, cooperativas agrícolas, associações culturais, desportivas e recreativas, IPSS (instituições particulares de solidariedade social) e instituições bancárias.
O seu objetivo principal é a promoção de desenvolvimento global e equilibrado, na região do Pinhal Interior Sul, através de uma integração adequada com os espaços e entidades de âmbito regional, nacional e internacional, mediante o apoio e dinamização das atividades produtivas, na área dos recursos humanos, do turismo e do património.
A Associação tem ainda por objeto a promoção de estatutos, da investigação e de atuação no âmbito de desenvolvimento local e regional, em cooperação com todas as entidades públicas e privadas que prossigam os mesmos fins.
Tem como território de intervenção os concelhos de Mação, no distrito de Santarém, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei (distrito de Castelo Branco).
Lusa