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Abrantes: Projeto “Mãozinhas que salvam vidas” vai decorrer já no próximo ano letivo

26/07/2024 às 12:26

A Câmara Municipal de Abrantes assinou um protocolo com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, o Rotary Club de Abrantes e os Agrupamentos de Escolas N.º 1 e N.º 2 de Abrantes para o desenvolvimento do projeto “Mãozinhas que salvam vidas”.

O projeto “Mãozinhas que salvam vidas”, concebido pelo Rotary Club de Abrantes, leva às escolas do concelho de Abrantes o ensino de Suporte Básico de Vida (SBV) com o objetivo de dar a alunos e professores competências que lhes permitam identificar potenciais situações, pedir ajuda e iniciar manobras, até à chegada da ajuda especializada, que podem salvar vidas.

Na cerimónia da assinatura, Isidro Bernardino, presidente do Rotary Club de Abrantes referiu que é um dos “projetos que temos vindo a desencadear ao longo do ano passado, é um projeto a pensar em salvar as vidas e que o nosso companheiro André Real propôs desencadear” e que “conseguiu envolver os parceiros de excelência disto que é a Associação Humanitária dos Bombeiros, agrupamentos escolares e a Câmara Municipal que, com toda a sua disponibilidade, propôs logo desde o primeiro momento apoiar a criação de um protocolo para levarmos este projeto às escolas do concelho de Abrantes. No ano 23/24 conseguimos levar isto a cerca de 1200 alunos dos segundos e quartos anos, envolvemos cerca de 600 do sexto e oitavo, primeiro com formação a 28 professores que a replicaram depois aos longo do ano a cerca de 500 ou 600 alunos”. O presidente do Club explicou que os “2.º, 4.º 6.º e 8.º anos, leva a que conseguimos cobrir um leque de todos os alunos e, de dois em dois anos, eles estão a reavivar a memória e a relembrar como é que podem salvar vidas e não só no dia a dia. Que possam levar isso para as famílias e para o meio onde eles estão”.

João Furtado Pereira, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes, acredita que o projeto é “fundamental em dois aspetos. Pelo aspeto de levar às crianças, à população escolar, este processo de salvar vidas - e vamos ter resultados de certeza -, e há sempre, mais tarde ou mais cedo, alguém que precisa. Tem duas características que para mim são importantes, é o voluntariado, que é assegurado por enfermeiros ligados ao Rotary e por pessoal nosso socorrista, técnicos formadores que também são voluntários, portanto, este aspeto é importante e talvez mais importante ainda é a continuidade”, pois “já fazíamos pontualmente a pedido de uma escola ou outra, mas não tinha a continuidade”.

Referiu que “os alunos não estão a receber formação certificada mas estão a receber o essencial para praticarem aquelas ações dos primeiros minutos. Os professores recebem já formação certificada, é dada por nós, nós somos certificados para esta área” e acabam por ter a “hipótese de replicar para os alunos de outro nível estas ações de formação. Para mim, a questão da continuidade é extremamente importante, porque se não, fica uma ação de um ano ou dois e perde-se no tempo, e esta parceria tem sido fundamental”.

Ana Rico, diretora do Agrupamento de Escolas N.º1 indicou que este projeto é “sem dúvida de uma importância absoluta para o Agrupamentos”. Não só pela forma como ele foi “estruturado, organizado, implementado, mas também pela capacitação que permite dar aos professores e alunos porque, no fundo, é aquilo que se diz, todos somos agentes de saúde pública”. Destacou que “salvar uma vida é salvar o mundo”.

Já Goreti Leitão, representante do Agrupamento de Escolas N.º2, referiu que havia uma ação no ano passado, que “foi muito bem aceite”, e que era uma “lacuna que foi muito bem preenchida. Ficamos muito felizes pela continuidade”. Destacou ainda que assistiu a um aluno do “oitavo ano que tinha tido esta ação e que a aplicou. Portanto, eu vi e não sabia muito bem como agir”.

O presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, destacou que a assinatura do protocolo é “um momento da comunidade” e que, “em tempos onde se fala de acordos para cessar guerras, nós aqui estamos a celebrar acordos para salvar vidas. Muito importante. É, no fundo, o reconhecimento do nosso próprio estado da comunidade”. Reforçou dizendo que é um projeto “humanista porque é um acordo que visa na sua plenitude salvar vidas, salvar o colega ao lado” e “estarmos mais atentos e mais despertos aos outros”.

O presidente da Câmara referiu que é um projeto com dois anos e que “aquilo que se fez no ano letivo passado, com menos planeamento do que estamos este ano a fazer, mas foi feito com sucesso, capacitando alunos, capacitando os professores, a comunidade educativa e obviamente, no fundo, pondo ao serviço de todos as competências dos nossos profissionais, quer no âmbito dos profissionais de ação humanitária de bombeiros, quer os profissionais, voluntários, enfermeiros, médicos, amigos da comunidade e disponíveis para colaborar com a comunidade”. Enalteceu os “ rotários aqui de Abrantes, os seus membros, os seus agentes... foi o doutor André Real que me falou deste projeto numa fase inicial, entendemos logo, obviamente com a interpretação da vereadora Raquel Olhicas, que estávamos perante um projeto extraordinário com grande sensibilidade”.

Em declarações aos jornalistas, o presidente do Rotary Club de Abrantes destacou o porquê do projeto ser de dois em dois anos, referindo que “vamos aos 2.º e 4.º anos todos os anos, o que significa de que dois em dois anos os alunos estão a ser relembrados daquilo que aprenderam e ficar mais capazes de poder aplicar e de salvar vidas”. Para o “6.º e 8.º anos nós optámos, em conjunto com a associação dos bombeiros, fazer uma formação certificada a 38 professores, que eles replicam nas próprias escolas fazendo os programas e assim conseguimos levar esta formação essencial de salvar vidas ao mundo escolar do concelho de Abrantes. Não sei quantos alunos são, mas cerca de 3000. No espaço de dois, três anos, conseguimos cobrir todo este leque de alunos, o que é importante. E não é só para os alunos mas também para a comunidade, pois eles fazem parte da comunidade, têm os seus amigos, as suas associações e estão presentes e podem salvar uma vida”.

Já o presidente da Câmara Municipal indicou que “fazer esta ligação com a Associação Humanitária dos Bombeiros, com os seus profissionais, com os professores e com os profissionais que são amigos e associados aos Rotários e com o apoio, obviamente, do município de Abrantes, é a forma de a comunidade se juntar e colaborar. É um projeto de continuidade. Se fizermos todos os anos, daqui a 10 anos toda a comunidade está preparada para reagir a acidentes. No Suporte Básico de Vida é essencial interagir, e isso acontece nas praças, nos recintos desportivos” e, por vezes, “acontecem episódios de necessidade urgente de ação técnica de Suporte Básico de Vida. Isso é muito importante na nossa comunidade, vamos para o segundo ano, daqui a 10 ou 15 anos toda a gente estará capacitada para poder ajudar os outros”.

No âmbito deste protocolo, cabe ao Município de Abrantes atribuir uma verba anual de mil euros ao Rotary Club de Abrantes para aquisição do material necessário à realização das ações de formação. Este protocolo tem a duração de um ano, sendo automaticamente renovado por igual período, caso nenhuma das partes se oponha à sua renovação.

Cristiana Farinha

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