É um formato que não é novo, mas para os músicos da Filarmónica de Sardoal pode ser o concerto de uma vida. Vão partilhar o palco e acompanhar todas as músicas do concerto de Quinta do Bill.
O desafio foi lançado pelo presidente da Câmara de Sardoal, juntar no mesmo palco Quinta do Bill e a Filarmónica União Sardoalense (FUS), para um concerto único. E para os músicos da FUS será, seguramente, um momento de toda uma vida e para mais tarde recordar. A experiência não é nova. O projeto já foi experimentado noutros palcos, mas o de Sardoal tem um sabor especial contou Carlos Moisés, o rosto e a voz da banda tomarense. Moisés e o autarca de Sardoal andaram no conservatório por isso, para além dos conhecimentos musicais movem-e por laços de amizade. E tanto mais que a Quinta teve um dos primeiros concertos, 1988, na vila de Sardoal. “Faz parte da vida da Quinta do Bill, que nasceu em 1987”, destaca o músico que recorda ainda o momento do regresso a Sardoal, em 2003, “tiveram a amabilidade de nos oferecer duas fotografias gigantes desse concerto de 1988.”
E é destes laços que surgiu a ideia, que passou a convite e que depois passou à realidade. A Quinta do Bill passou as partituras de 26 músicas à FUS. Tiveram de ser adaptadas para poderem ser executadas pelos instrumentistas das duas bandas.
Aquilo que se vai passar é um concerto normal de Quinta do Bill, no qual a FUS vai fazer o acompanhamento de todas as músicas, incluindo do novo single “Saudade aperta”.
César Grácio, presidente da FUS, diz que o desafio é enorme. São músicas, na maioria, muito rápidas que implicam muitos ensaios. Acima de tudo, e de acordo com o alinhamento, há muitas que quase não têm paragem. Ou seja, muito diferente do que são os espetáculos da Filarmónica. E depois há músicas muito rápidas, quando de fala nos batimentos por minutos.
Mas os ensaios estão a correr bem apesar de não serem fáceis. “Estamos a ensaiar 26 temas, o que é necessária uma boa resistência. Muitos não têm paragem. Estamos a trabalhar também a resistência.” Há trabalho árduo, mas vê-se o empenho dos elementos da banda, que César Grácio considera gratificante. Há a ter em conta que este é um trabalho que tem de ir para casa.
Mas quando se fala neste espetáculo é diferente. É um aparato diferente e até os ensaios são diferentes “porque ensaiamos com as músicas deles a tocar, para nos habituarmos.”
Já houve ensaios com a presença do Carlos Moisés, e vai haver mais com a formação toa. César Grácio lembrou a primeira vez que o vocalista foi a um ensaio. A simplicidade com que agarrou na guitarra e ensaiaram o tema “Saudade aperta” que é o novo tema.
Carlos Moisés, por seu lado, frisa a importância das filarmónicas no espectro cultural do país. “Têm um papel artístico, social e cultural muito importante no país. Os músicos têm um prazer enorme em partilhar o palco, em ter canções que não conhecem, algumas, e para nós tem sido um privilégio pela conquista de novos públicos. Os Quinta do Bill saem muito ricos destas experiências sinfónicas.”
Este formato, todo ele foi pensado, para que o concerto na integra seja partilhado pelas duas formações. Os arranjos musicais foram feitos de raiz para as várias componentes das filarmónicas. Apesar de termos muitos executantes em palco “quisemos fazer este espetáculo à imagem da Quinta, muito dinâmico e quase sem pausas. Apelamos à festa constante do público, mesmo sendo um concerto sinfónico”, revela do músico de Tomar. “Estou em crer que será um espetáculo memorável. Eles (FUS) estão todos entusiasmados”, indica ainda Carlos Moisés.
César Grácio revela que a FUS não está à espera de nada, mas há sempre uma pontinha e expetativa que este concerto, esta experiência, possa atrair mais gente, principalmente, mais jovens para a banda de Sardoal. “Não estamos à espera de nada, mas se vierem serão bem acolhidos”, explica acrescentado que a FUS vive as dificuldades que as bandas filarmónicas têm, modo geral, em todos os sítios. Quer isto dizer que precisavam de mais executantes para manter, ou aumentar, o número de músicos.
O jornalista Jerónimo Belo Jorge falou com Carlos Moisés e César Grácio sobre o concerto
É o grande concerto das Festas de Sardoal 2024, Quinta do Bill com a Filarmónica União Sardoalense, sábado dia 21 de setembro, pelas 22h30m na Praça da República, ou seja, no palco principal. Será, com toda a certeza, um momento que vai ficar nas memórias dos músicos, e familiares, da FUS, mas também o dia em que a Banda tocou com os Quinta do Bill, durante duas horas. O dia em que a FUS também foi cabeça de cartaz das Festas do Concelho.
Vídeo partilhado pelo Município de Sardoal do ensaio das duas bandas