O primeiro-ministro esteve na manhã desta sexta-feira na apresentação do ‘Caima Go Green’, na fábrica do Grupo Altri, instalada em Constância, e que incluiu a visita aos trabalhos em curso de construção de uma nova central a biomassa a partir de resíduos florestais, para produção de energia e vapor, e que vai posicionar a Caima como “a primeira fábrica de fibras celulósicas na Península Ibérica a funcionar sem recurso a combustíveis fósseis”.
Presente nesta sessão esteve naturalmente, o presidente da Câmara Municipal de Constância, Sérgio Oliveira. O autarca destacou a importância social e económica de uma fábrica que emprega cerca de 180 pessoas e agradeceu à empresa o tratamento dos esgotos da vila. É que as águas residuais de Constância são enviadas para a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Caima, num processo que não tem custos para a autarquia.
Mas para além da importância da Caima para o seu Município, Sérgio Oliveira aproveitou a presença do primeiro-ministro para falar de um problema que é um estrangulamento para a empresa, concelho e região e que tem a ver com a travessia sobre o rio Tejo. É que desde 2011, com as limitações do tabuleiro rodoviário, o tráfego faz-se um sentido de cada vez e a circulação está proibida a pesados.
Sérgio Oliveira apelou a António Costa para que ajude a encontrar uma solução para um problema de acessibilidades há muito identificado na região, nomeadamente uma travessia sobre o Tejo que permita a fluidez rodoviária e uma ligação rápida à A23.
“Permita-me que peça a sua ajuda para um problema que nos assola e que está diretamente relacionado com o desenvolvimento económico e com a coesão territorial (…) mais concretamente a travessia sobre o rio Tejo, uma estrutura adaptada da ferrovia para a rodovia em 1986 como sendo uma solução provisória e que, passados estes anos todos, não só continua como solução provisória como tem a agravante de, desde 2011, estar interdita ao trânsito pesado”, referiu o autarca, tendo feito notar que a resolução daquele “estrangulamento” iria gerar emprego e ajudar a fixar população.
Sérgio Oliveira, presidente CM Constância
Já o CEO da Caima diz que este é um problema que condiciona a capacidade operacional e acrescentou que têm sido encontradas soluções que têm permitido desenvolver a atividade. José Soares de Pina adianto que a resolução deste constrangimento seria uma oportunidade para em Constância se criarem as infraestruturas de futuro.
Sobre a travessia acrescentou que esse é um processo que está com a Câmara e com o governo.
José Soares de Pina, CEO da Altri
Atualmente, em termos de trânsito rodoviário, na ponte da Praia do Ribatejo, que liga Constância Sul a Vila Nova da Barquinha, situada mesmo ao lado da fábrica da Caima, apenas circulam, de forma alternada e regulada por semáforos, veículos com um máximo de 3,5 toneladas de peso, havendo registos de uma média diária de 3.400 viaturas.