Com a discussão atualmente centrada no fim dos apoios públicos às touradas e com a aprovação, em Conselho de Ministros de 25 de Junho, da reabertura das Praças e Instalações Tauromáquicas, foram muitos os municípios com praças de touros que aprovaram moções pela reabertura dos espetáculos tauromáquicos.
A Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha, apesar de ser membro da Associação da Defesa da Tauromaquia no Ribatejo e de ter uma das Praças de Touros mais antiga de Portugal, ainda não o fez e a explicação está exatamente nesse facto.
“Não nos pronunciámos porque temos uma característica sui generis. É que, neste momento, temos a Praça mais antiga de Portugal. A de Abiúl foi requalificada ou seja, não tem nada de antiga e a nossa mantém a mesma estrutura desde o século XIX”, explicou Fernando Freire.
O presidente da Câmara tem “algumas dúvidas quanto à questão das instalações do séc. XIX se poderem adaptar às novas exigências e regras da Direção-Geral da Saúde”.
Até que não haja “um parecer conforme a esta necessidade”, o Município não se irá pronunciar. Fernando Freire lembrou que as outras praças não têm estes problemas, trazidos pela “nova realidade”porque se tratam de “praças mais novas e que foram readaptadas”.
“Não é o nosso caso. A nossa Praça mantém a mesma traça do séc. XIX”, garantiu.
A questão surgiu após ter dado entrada na Câmara Municipal de um pedido de um requerente “para realizar touradas nos meses de julho, agosto e setembro, bem como uma atividade cultural na Praça no mês de julho” em Vila Nova da Barquinha.
Devido à situação de pandemia que se vive, por deliberação da Comissão Municipal de Proteção Civil, “todas as atividades quer das touradas, quer dos espetáculos, estão suspensas”. E as regras das touradas “são extremamente rígidas”. Fernando Freire avançou que “as normas da Direção-Geral da Saúde só permitem um terço da capacidade de ocupação, são muito rígidas com a questão dos testes dos forcados e dos toureiros e são necessárias salas de desinfeção e tudo o mais”.
No entanto, “se a legislação permitir que haja atividades, não o podemos proibir mas que nos tragam o processo para verificarmos se está tudo em conformidade e depois logo veremos. Neste momento, tem que se pronunciar a Direção-Geral da Saúde, que é quem controla as regras de higiene e saúde pública para o evento, e também tem que se pronunciar a Inspeção-Geral das Atividades Económicas”.
Neste sentido, “a Câmara Municipal e a Comissão Municipal de Proteção Civil quando tiverem informação bastante, levarão o sim ou o não ao promotor”.