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CHMT entra no nível 2 de resposta à Covid e pode chegar às 197 camas em Abrantes

5/11/2020 às 22:35

O Centro Hospitalar do Médio Tejo ativou o nível 2 do seu plano de contingência para dar resposta à COVID-19 que implica garantir 197 camas para doentes Covid, na unidade de Abrantes, que é a unidade de referência para tratamento de doentes infetados com o coronavírus.

De acordo com um comunicado divulgado esta noite pelo Conselho de Administração do CHMT e face ao atual estado da pandemia no nosso país o Ministério da Saúde emitiu um despacho na última terça-feira, dia 3 de novembro, em que dá a indicação clara para que os hospitais “garantam a ativação do nível dos planos de contingência institucionais, previamente aprovados, para assegurar a resposta às necessidades epidemiológicas locais, equilibrando o esforço assistencial regional e inter-regional”.
Entra as medidas estão, a avaliação de suspensão, durante o mês de novembro de 2020, da atividade assistencial não urgente que, pela sua natureza ou prioridade clínica, não implique risco de vida para os utentes, limitação do seu prognóstico e/ou limitação de acesso a tratamentos periódicos, ou de vigilância. Uma medida anunciada já pela ministra da Saúde Marta Temido.
Na sequência deste despacho “atribuída ao CHMT uma lotação de 197 camas para doentes Covid”.
No seguimento deste despacho ministerial e depois de na terça-feira o presidente do Conselho de Administração do CHMT ter dito aos jornalistas, em conferência de imprensa, que deveria abrir mais uma enfermaria para doentes Covid, por forma a reforçar a capacidade da unidade de Abrantes, esta informação motivou uma alteração de planos.
Em comunicado a administração do CHMT revela que, “de forma muito serena, muito tranquila, mas também muito responsável, reuniu de imediato o grupo de trabalho criado a 13 de março, para em conjunto com o Conselho de Administração concretizar as melhores soluções organizacionais e assistenciais para fazer face a esta nova realidade pandémica”.
Assim, de acordo com os trabalhos dos últimos dois dias deste grupo de trabalho do Médio Tejo saiu o reforço de todo o planeamento que havia sido desenvolvido para fazer face ao primeiro inverno pandémico, ativando desde já, o nível 2 do Plano de Contingência à Covid -19.

O que significa o nível 2 do Plano de Contingência do Médio Tejo?
“Com a ativação do nível 2 do Plano de Contingência à Covid-19 fica aumentada a capacidade de camas em enfermaria Covid que pode chegar a um total de 197 camas para doentes para Covid-19, conforme orientação recebida da tutela. A capacidade de camas de Cuidados Intensivos pode ir até às 32 camas no Serviço de Medicina Intensiva”.
Ainda no seguimento deste conjunto de reuniões, esta reorganização temporária, que deriva da implementação das orientações agora recebida da tutela, visa “maximizar a capacidade de resposta assistencial aos doentes Covid e não Covid, de forma a que nenhuma situação clínica fique sem o devido acompanhamento assistencial”.
Assim, o Centro Hospitalar do Médio Tejo, revela em comunicado, que vai retomar algumas das medidas adotadas durante a primeira fase da pandemia, para além de acrescentar mais algumas. Estas novas medidas deverão ter em linha de conta articulação inter-regional, ao abrigo da qual é atribuída ao CHMT uma capacidade para internamento de doentes Covid-19 até às referidas 197 camas.
No mesmo texto pode ler-se que “o CHMT desde sempre mostrou uma enorme solidariedade e disponibilidade para receber doentes de outros hospitais do SNS em momentos críticos para essas outras entidades hospitalares. Essa disponibilidade e solidariedade nunca colocaram em causa a capacidade assistencial aos doentes covid da área de influência do Médio Tejo e, o mesmo, continuará a ser assegurado neste novo quadro organizativo temporário, que se espera que venha a durar até ao final do próximo mês de fevereiro”. Há dois dias, Carlos Andrade Costa tinha dito que na segunda-feira, dia 2 de novembro, a unidade de Abrantes tinha 56 doentes internados devido à Covid e que a maioria não era do distrito de Santarém.

Alteração dos horários do Serviço de Urgência Básicas
Decorrente da necessidade de alocar recursos humanos nos cuidados diretos a doentes com infeção por Sars-Cov-2 e todos os outros doentes não Covid, decidiu o Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, alterar os horários de funcionamento dos dois Serviços de Urgência Básica (nas unidades de Tomar e Torres Novas), encerrando os mesmos nos períodos noturnos, entre as 24h00 e as 08h00. A admissão de doentes encerrará a essas mesmas Urgências Básicas às 21h00. Uma alteração que entra em vigor já esta sexta-feira, dia 6 de novembro, altura em que as duas urgências básicas encerrarão às 24h00.
Os utentes que necessitem de recorrer ao Serviço de Urgência do CHMT entre a 00h00 e às 08h00, devem dirigir-se ao Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica, na unidade de Abrantes.
No mesmo comunicado a administração garante que o encerramento noturno dos dois Serviços de Urgência Básica do Centro Hospitalar do Médio Tejo “não compromete a assistência à população, uma vez que se mantêm em funcionamento, 24h00 sobre 24h00, o Serviço de Urgência Médico-cirúrgica, o Serviço de Urgência Pediátrica e o Serviço de Urgência de Obstetrícia”.

Consultas externas
No que concerne à atividade assistencial, em particular no respeitante à realização de consultas estas devem seguir a tipologia “não presencial, via telefone ou via teleconsulta, desde que tal se revele adequado às circunstâncias clínicas do doente”.

Autoproteção de profissionais do CHMT
O comunicado do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo revela ainda que “qualquer profissional que exerça funções no CHMT, independente do seu vínculo contratual, deve reforçar as medidas de autoproteção, quer em contexto profissional, quer em contexto pessoal. Os profissionais devem pautar-se pelo grau mais elevado de proteção, adotando comportamentos preventivos de risco de forma a evitar a contaminação por SARS-CoV-2, devendo evitar situações de convívio social/familiar alargado e, restringindo os seus contactos e mobilidade ao estritamente necessário”.
Uma das medidas que Carlos Andrade Costa tinha anunciado na terça-feira é agora reforçada neste comunicado: “Qualquer profissional que exerça funções no CHMT, independentemente do seu vínculo contratual, poderá solicitar por sua iniciativa a realização de teste ao SARS-CoV-2”.
De referir que, depois das reuniões da administração com os grupos de trabalho, as medidas temporárias foram transmitidas aos Presidentes das câmaras de Abrantes, Tomar e Torres Novas. Segundo o comunicado os autarcas “prontamente demonstraram a sua compreensão e disponibilidade para o que for necessário, tendo demonstrado toda a solidariedade para este momento de reorganização temporária dos Serviços no âmbito da atual fase da pandemia”.


O Conselho de Administração, liderado por Carlos Andrade Costa, conclui a reforçar que estas medidas visam a proteção de doentes e profissionais do Centro Hospitalar do Médio Tejo no âmbito da pandemia do novo Coronavírus e manter-se-ão enquanto se justifique, podendo ser alteradas em virtude do evoluir da situação em curso. “Em particular na articulação inter-regional proposta no recente despacho de dia 3 de novembro que aumenta a capacidade até 197 camas para doentes Covid-19 no Centro Hospitalar do Médio Tejo”.

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