Portugal registou 39.570 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, um novo máximo desde o início da pandemia, e mais 14 mortes associadas à covid-19, indicam números divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
O boletim epidemiológico diário da DGS regista um novo crescimento do número de pessoas internadas em enfermaria, contabilizando hoje 1.251 internamentos, mais 48 do que na terça-feira, mas as unidades de cuidados intensivos verificaram uma diminuição nas últimas 24 horas (menos quatro), totalizando agora 143.
Os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, totalizando 239.098, mais 25.349 do que na terça-feira, e recuperaram da doença 14.207 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.241.849.
Das 14 mortes, seis ocorreram na região de Lisboa e Vale do Tejo, quatro no Centro e outras quatro no Norte.
Comparativamente com a situação registada em Portugal no mesmo dia há um ano, o país tem hoje mais 34.616 novos casos de infeção - contabilizaram-se 4.954 novos casos em 05 de janeiro de 2021 - e mais 158.616 casos ativos (há um ano totalizavam 80.183).
Nesta comparação, o número de internamentos é significativamente inferior, uma vez que há um ano estavam internadas 3.260 pessoas, 512 das quais em cuidados intensivos, havendo também agora menos óbitos (no mesmo dia de 2021, o boletim da DGS contabilizava 90 mortes nas 24 horas anteriores).
Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais novos casos diagnosticados nas últimas 24 horas, 16.550, seguindo-se o Norte (13.665), o Centro (5.207), a Madeira (1.290), o Algarve (1.173), o Alentejo (1.171) e os Açores (514).
Em relação ao dia anterior, as autoridades de saúde têm mais 9.077 contactos em vigilância, totalizando 197.562 pessoas.
Segundo os dados da DGS, cinco dos 14 óbitos foram de idosos com mais de 80 anos, quatro da faixa etária entre os 70 e 79 anos, outras quatro entre os 60 e 69 anos e uma entre os 50 e os 59 anos.
O maior número de óbitos desde o início da pandemia concentra-se nos idosos com mais de 80 anos (12.329), seguindo-se as faixas etárias entre os 70 e os 79 anos (4.130) e entre os 60 e os 69 anos (1.754).
O maior número de novos casos diagnosticados situa-se no grupo etário entre os 20 e os 29 anos (7.615), seguido dos 40 e 49 anos (7.446), entre os 30 e 39 anos (6.812), entre os 50 e 59 anos (5.950), entre os 10 e 19 anos (4.313), entre os 60 e 69 anos (3.054), entre os 0 e os 09 anos (2.270), entre os 70 e 79 anos (1.360) e dos idosos com mais de 80 anos (750).
Desde o início da pandemia, em março de 2020, a região de Lisboa e Vale do Tejo registou 592.7811 casos e 7.998 mortes.
Na região Norte registaram-se 544.218 infeções e 5.792 óbitos e a região Centro tem agora um total acumulado de 208.889 infeções e 3.378 mortes.
O Algarve totaliza 62.127 contágios e 590 óbitos e o Alentejo soma 51.844 casos e 1.090 mortos por covid-19.
A Região Autónoma da Madeira soma desde o início da pandemia 26.559 infeções e 128 mortes e o arquipélago dos Açores 13.628 casos e 53 óbitos.
As autoridades regionais dos Açores e da Madeira divulgam diariamente os seus dados, que podem não coincidir com a informação divulgada no boletim da DGS.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.029 pessoas, 10.003 eram homens e 9.026 mulheres.
Já foram contabilizados 1.499.976 casos de infeção, dos quais 702.877 homens, A covid-19 provocou 5.456.207 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em diversos países.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
Incidência aumentou para um "máximo histórico" - DGS
A incidência do vírus SARS-CoV-2 aumentou para um máximo histórico, com uma tendência fortemente crescente a nível nacional, que se faz sentir nos internamentos em enfermaria, embora os cuidados intensivos se encontrem a cerca de 60% do nível de alerta.
Os internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos mantêm “uma tendência estável” e a mortalidade reduziu, mantendo também “uma tendência estável”, para um valor inferior ao linear determinado pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doença ECDC (na sigla em inglês), de 20 óbitos a 14 dias por 100 mil habitantes, afirmou hoje Pedro Pinto Leite, da Direção-Geral da Saúde, na reunião do Infarmed, em Lisboa.
Segundo o especialista, o número de internamentos total encontrava-se em 1.167 camas na semana passada (que terminou a 02 de janeiro), o que corresponde a mais 28% relativamente ao período homólogo, apresentando uma tendência crescente.
No entanto, o número de camas em Unidades de Cuidados Intensivos manteve-se perto das 140, 150 camas com uma tendência estável e correspondendo a 58% relativamente ao nível de alerta determinado na Linha Vermelha (255 camas), afirmou na reunião que junta peritos e políticos para avaliar a situação epidemiológica no país.
Pedro Pinto Leite salientou que Portugal está “numa fase diferente da pandemia” caracterizada pelo número de novos casos mais elevado desde o seu início.
“Temos valores históricos desde o início da pandemia”, disse, especificando que a incidência cumulativa a 14 dias por 100.000 habitantes encontra-se nos 2.007 casos na semana passada, um valor que corresponde a mais de 131% relativamente ao período homólogo de 2021.
Segundo o perito, este aumento de incidência traduz-se numa “tendência fortemente crescente” com uma média diária de cerca de 21 mil casos na semana passada.
Analisando a situação por região, adiantou que se observa uma incidência fortemente crescente em todas as regiões do país, com destaque para a região de Lisboa e Vale do Tejo e a Região Autónoma da Madeira.
Por grupos etários, Pedro Pinto Leite adiantou que o grupo dos 20 aos 29 anos mantém-se como o grupo etário com maior incidência, seguido dos 30 aos 39 anos e depois os grupos progressivamente mais novos.
O grupo dos 60 aos 79 anos ultrapassou a incidência de 960 casos por 100 mil habitantes.
Quanto aos internamentos, referiu que Lisboa e Vale do Tejo, a região com a primeira introdução da Ómicron no país, os números de internamentos totais aumentaram em cerca de mais de 50%, embora o número de internados em Unidades de Cuidados Intensivos se mantenha estável.
Relativamente ao risco de internamento por grupo etário, mantém-se inferior nos grupos com a vacinação completa, sendo cerca de 2 a 6 vezes menor nos grupos etários acima dos 50 anos.
Segundo Pedro Pinto Leite, “há um risco de morte substancialmente inferior nos grupos e nos indivíduos com o esquema vacinal completo”.
Exemplificou que no grupo etário dos 80 e mais anos por cada 100 casos que não estivessem vacinados com a vacinação completa cerca de 27 morriam. Com a dose de reforço, esse número baixa de cinco para cada 100.
Relativamente à testagem, Pedro Pinto Leite adiantou que, na última semana, correspondeu à semana com maior número de testes realizados, cerca de 1,7 milhões de testes, observando-se também um aumento na proporção de positividade, com cerca de 10%, um valor superior ao valor de referência de 4% para o ECDC.
C/ Lusa e DGS