Portugal registou 30.829 novas infeções com o coronavírus SARS-CoV-2 nas últimas 24 horas, um novo máximo desde o início da pandemia, e mais 18 mortes associadas à covid-19, indicam números divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS)
O boletim epidemiológico diário da DGS regista uma redução do número de pessoas internadas, contabilizando hoje 1.024 internamentos, menos 10 do que na quinta-feira, 145 dos quais em unidades de cuidados intensivos (mais uma nas últimas 24 horas).
Os casos ativos voltaram a aumentar nas últimas 24 horas, totalizando 178.712, mais 20.288 do que na quinta-feira, e recuperaram da doença 10.523 pessoas, o que aumenta o total nacional de recuperados para 1.191.979.
Comparativamente com a situação registada em Portugal no mesmo dia há um ano, o país tem hoje mais 23.202 novos casos de infeção - contabilizaram-se 7.627 novos casos em 31 de dezembro de 2020 - e mais 106.216 casos ativos (há um ano totalizavam 72.496).
O número de internamentos é significativamente inferior, uma vez que há um ano estavam internadas 2.840 pessoas, 482 das quais em cuidados intensivos, havendo também menos óbitos (no mesmo dia de 2020, o boletim da DGS contabilizava 76 mortes nas 24 horas anteriores).
Ómicron atinge 82,9% e rastreamento com “sinais de pressão” – linhas vermelhas
A variante Ómicron é responsável por 82,9% das infeções registadas quarta-feira no país, avança a análise de risco da pandemia, que alerta para os “sinais de pressão” na capacidade de rastreamento de contactos de casos de covid-19.
“Desde 6 de dezembro, tem-se verificado um crescimento exponencial na proporção de casos prováveis da variante Omicron, tendo atingido uma proporção estimada de 82,9% no dia 29 de dezembro”, referem as “linhas vermelhas” da pandemia da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o relatório hoje divulgado, entre 22 e 28 de dezembro, 61% dos casos notificados foram isolados em menos de 24 horas, quando na semana anterior este valor estava nos 84%.
Além disso, 39% de todos os casos notificados tiveram todos os seus contactos rastreados e isolados em 24 horas, avança a análise de risco das autoridades de saúde, que refere que, nos últimos sete dias, estiveram envolvidos diariamente no rastreamento, em média, 638 profissionais a tempo inteiro, mais 148 do que na semana anterior.
“A capacidade de rastreamento de contactos de casos revela sinais de pressão”, alerta o documento.
De acordo com as “linhas vermelhas”, nos últimos sete dias foram realizados mais de 1,5 milhões de testes da covid-19, enquanto na semana anterior tinham sido feitos cerca de 1,2 milhões de despistes.
Todas as regiões com Rt superior a 1, Norte com “subida acentuada” - INSA
Todas as regiões apresentam um índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus superior a 1, com o Norte a registar a subida mais acentuada nos últimos dias, anunciou hoje o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O relatório semanal do INSA sobre a curva epidémica avança que a média a cinco dias do Rt - que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de uma pessoa portadora do vírus – tem registado um “aumento acentuado” desde 12 de dezembro, sendo agora de 1,35 a nível nacional.
Por regiões, este indicador é mais elevado em Lisboa e Vale do Tejo (1,42), seguindo-se o Norte (1,40), os Açores (1,39), o Alentejo (1,28), a Madeira (1,26), o Centro (1,18) e o Algarve (1,06).
“Portugal apresenta a taxa de notificação acumulada de 14 dias superior a 960 por 100 mil habitantes e um Rt superior 1, ou seja, taxa de notificação muito elevada e com tendência crescente”, refere o relatório.
O número médio de casos diários infeção nos últimos cinco dias aumentou para 12.407 no país, quando na semana anterior era de 5.255, sendo mais elevado em Lisboa e Vale do Tejo (5.888), seguido do Norte (3.876), do Centro (1.389), do Algarve (370), do Alentejo (283), da Madeira (363) e dos Açores (115).
Na terça-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, estimou que Portugal deverá atingir 37 mil novos casos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 na primeira semana de janeiro, devido à variante Ómicron, considerada pelos especialistas mais transmissível do que a Delta.
Já no que se refere à incidência acumulada de novos casos a 14 dias, o relatório do INSA indica que as regiões Norte, Lisboa e Vale do Tejo, Algarve e Madeira apresentam a taxa de incidência superior a 960 por 100 mil habitantes, enquanto o Centro e o Alentejo estão entre os 480 e 959,9 casos e os Açores entre as 240 e 479,9 infeções.
A covid-19 provocou mais de 5,42 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.937 pessoas e foram contabilizados 1.358.817 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, considerada preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 110 países, sendo dominante em Portugal.
C/ Lusa e DGS