A Variante Ómicron já é responsável por 98% dos casos positivos de infeção por COVID-19 detetados na primeira semana de 2022 (até 6 de janeiro) pelo laboratório do Serviço de Patologia Clínica do Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT).
O CHMT é a primeira instituição do SNS com a deteção da variante Ómicron, baseada na deteção de quatro mutações por biologia molecular, validada pelo INSA (Instituto Nacional de Saúde Pública Ricardo Jorge).
Em comunicado o CHMT revela que da análise em tempo real efetuada pelo Laboratório do Serviço de Patologia Clínica a todas as amostras positivas à COVID-19 é possível apurar que, na primeira semana do ano, na área de influência dos três hospitais do CHMT, que servem 250.000 utentes, “registaram-se oito internamentos em cuidados intensivos COVID-19, dos quais apenas um doente infetado com a variante Ómicron – doente esse que, entretanto, já teve alta para enfermaria.”
Ainda na mesma nota é referido que os “dados recolhidos e analisados pelo CHMT demonstram também que a variante Ómicron passou a ser a variante predominante na região do Médio Tejo a partir de 21 de dezembro do ano passado. O laboratório de Patologia Clínica do CHMT está a realizar a deteção de Ómicron desde o passado dia 12 de dezembro. Desde essa data, e até dia 6 de janeiro, foram detetadas 896 infeções por esta variante da COVID-19.”
Mais de metade dos casos (53%) foram de pessoas na faixa etária dos 20 aos 49 anos. Uma fatia de 19% dos casos detetados foram na faixa etária acima dos 60 anos (e apenas 9% dos casos positivos eram de utentes mais idosos, acima dos 80 anos). Os mais novos, com idade inferior a 20 anos representam 15% dos casos variante Ómicron detetados pelo Laboratório do Serviço de Patologia Clínica do CHMT.
Carlos Cortes, Diretor do Serviço de Patologia Clínica do CHMT, explicou que há dois aspetos que se evidenciam dos dados de infeção por COVID-19 recolhidos e analisados pelo CHMT: “O primeiro aspeto a destacar é o avanço impressionante da variante Ómicron, que ilustra bem a sua capacidade de contágio. Em pouco menos de um mês, passámos praticamente de uma média diária de 10% de variante Ómicron e 90% de variante Delta, para uma média de 98% de Ómicron e 2% de Delta”. O responsável frisa que o segundo aspeto relevante que demonstram estes dados é a diminuição dos casos graves: “A esmagadora maioria dos casos que acorreram aos hospitais do CHMT apresentam-se sem sintomas ou com sintomas leves.”
No entanto, estas evidências não podem transmitir à população uma falsa sensação de proteção ou segurança face à evolução da pandemia, declara Carlos Cortes, que deixa um apelo à população do Médio Tejo: “Registamos que perto de 90% dos casos de COVID-19 dos últimos 30 dias surgiram nas últimas duas semanas. É essencial manter os cuidados de prevenção, como a utilização de máscara, o evitar grandes aglomerações e manter o distanciamento recomendado nas atividades do quotidiano e prosseguir com o reforço da vacinação. Só com o cumprimento de todas estas medidas poderemos vencer a pandemia em 2022."