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Na Irlanda cumpre -se o isolamento social (C/ÁUDIO)

3/04/2020 às 00:00

A Irlanda foi um dos países da Europa a tomar medidas mais restritivas desde o início da pandemia de COVID-19. O Hugo Correia é de Rossio ao Sul do Tejo e trabalha nesta ilha de onde não sai já lá vai um mês. Na empresa, na área dos blocos de betão e pré-fabricados, o Hugo sempre veio a Portugal de 15 em 15 dias. Agora, face ao momento que se vive vai adiando as viagens. Para já a vida é em Mullingar [a cerca de 60 km’s de Dublin] e apesar de a empresa ter entrado em Lay Off como trabalha no laboratório continua a vida recatada de casa para o trabalho e vice-versa. 

“Na Irlanda as pessoas estão apreensivas, ansiosas (…) o governo tomou as medidas certas, penso eu”, começa por dizer o Hugo explicando que se a 12 ou 13 de março os irlandeses não perceberam a gravidade da situação, as coisas mudaram a 17. Isto porque o dia nacional da Irlanda, St. Patrick Day, é para aquele povo muito mais que uma festa. Segundo o Hugo terá sido aí que “caiu a ficha” e que perceberam que as indicações eram mesmo para levar a sério. Deixando a sua opinião [mais de dois mil casos e 54 mortos – dia 30 de Março] os irlandeses estão a cumprir mesmo as indicações. “Fecharam as escolas e na sexta-feira passada [27 março] fizeram confinamento total e as empresas entraram em Lay Off. E o povo está a cumprir”, diz e acrescenta que, como não pode vir a Portugal, vai acompanhando o que se passa cá e que nem estamos assim a ser tão incumpridores. Pelo menos em comparação com outros países, como faz questão de realçar.

Hugo Correia explica como se vive na Irlanda

Apesar de na Irlanda se cumprir as pessoas “têm a noção de que isto está para durar. O lay off é de duas semanas, mas eles não acreditam que se resolva em duas semanas. Eu vou continuar a trabalhar até ao fim de abril, porque estou no laboratório. Depois logo se verá”, diz Hugo Correia na expetativa de poder regressar ao nosso País.

“Já adiei três viagens e tenho uma agendada para 1 de maio. Se regressar nessa altura, e espero que sim, vou fazer a minha quarentena. Seja obrigado ou não, quando regressar vou isolar-me os 14 dias” faz questão de explicar porque há uma ideia de que as pessoas que vivem fora regressam a Portugal sem cumprir as normas pedidas nestes dias.

Ainda em Mullingar, Hugo Correia explica ainda que no inicio das medidas de contenção a corrida aos supermercados aconteceu tal como cá com os irlandeses a esvaziar as prateleiras do papel higiénico e da lixívia. Mas depois, realça, passaram a viver sem sobressaltos e a acatar. “Não sei se em Portugal é assim, aqui nestes dias só podem circular duas pessoas por cada carro (o condutor e um passageiro nos bancos traseiros) e temos uma autorização para podermos circular na rua”, concluiu o Hugo Correia.

Todos sabem que os irlandeses são muito “festeiros” e que os pub’s costumam encher-se nos finais de cada dia. Mas por estes tempos tudo mudou. A pandemia obriga ao isolamento social para cortar os contágios. O Hugo diz que por lá cumprem as indicações à risca.

 

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