Portugal continental regista, desde o início do ano, mais de 868 mil casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, com o Norte e Lisboa e Vale do Tejo a concentrarem quase 80% desse total.
Desde 01 de janeiro, as cinco regiões do território continental registam um total de 868.273 casos de covid-19, com o Norte a liderar com 346.944, seguido de perto de Lisboa e Vale do Tejo com 342.748, uma diferença de menos 4.196 casos.
Percentualmente, o Algarve é a região onde se verificou um maior crescimento de novos casos – 215% - e o Norte onde se registou o menor aumento – 63% - entre o início de 2021 e hoje.
Lisboa e Vale do Tejo com aumento de 152% de casos
O número de casos positivos passou dos 135.870 a 01 de janeiro para os atuais 342.748, representando um crescimento de 152%.
No mesmo período, os óbitos aumentaram de 2.415 para 7.272 (201%), mas este crescimento tem estabilizado desde meio de março, tendo-se verificado cerca de 200 óbitos desde então.
Lisboa e Vale do Tejo é a região do país que apresenta o maior número de mortes por covid-19.
A 14 de fevereiro, apenas 02% da população desta região tinha tomado as duas doses da vacina, percentagem que sobe para os 28% nos últimos dados da DGS, a mais baixa taxa entre as várias regiões do país
Norte com mais casos, mas menos crescimento percentual
Apesar de liderar no acumulado de casos positivos, o Norte é a região do país que, ao nível percentual, menos cresceu entre o início do ano e hoje, com 63%, passando dos 212.709 casos para os 346.944 atuais.
Ao nível dos óbitos, o crescimento foi de 66%, passando dos 3.222 para os 5.367.
Desde 14 de fevereiro, o número de pessoas da região Norte com a vacinação completa passou dos 03% para mais de 34%.
Aumento de 149% na região Centro
Nesta região, aumentou 149% o número de casos de covid-19 entre 01 de janeiro e hoje – de 49.195 para 122.520 -, um crescimento que se deu, sobretudo, entre janeiro e fevereiro, mas que, desde então, tem sido mais lento, em linha com a tendência do resto do país.
O número de óbitos cresceu mais de 200%, passando de 1.006 para os atuais 3.027, tendo estabilizado em pouco mais de três mil desde abril.
Para isso terá contribuído a vacinação completa, que passou dos 03% em fevereiro para os 35%.
Alentejo com maior vacinação completa
O Alentejo começou o ano com 11.431 casos positivos, mas subiu 172% para os 31.142 registados hoje, muito devido à situação de janeiro e fevereiro, altura em que se verificou o maior número de infeções na região.
Percentualmente, nesta região, considerada com uma das populações mais idosas do país, os óbitos cresceram 340%, passando dos 221 a 01 de janeiro para os atuais 973, que se mantêm estabilizado há várias semanas.
Tendo em conta que a vacinação arrancou pelas pessoas mais idosas, consideradas de maior risco, nesta região cerca de 37% da população já têm a vacinação completa, a percentagem mais elevada das várias regiões do país.
Algarve com maior percentagem de óbitos
O Algarve começou 2021 em melhor situação do que as restantes regiões de Portugal continental, com apenas 7.897 casos confirmados de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, tendo aumentado até hoje 215% para os 24.919.
Com 72 óbitos a 01 de janeiro, menos de que qualquer outra região do território continental, o Algarve conta agora com 365 mortes, o que representa um crescimento acumulado de 406%.
É a região do país com a segunda percentagem mais baixa da população com a vacinação completa, 29%.
Rt acima de 1 em todas as regiões
Portugal iniciou o ano com um índice de transmissibilidade (Rt) do vírus SARS-CoV-2 abaixo da barreira de 1, com 0,93, ainda antes da situação crítica da pandemia registada nos primeiros meses de 2021.
Sete meses depois, o Rt - que estima o número de casos secundários de covid-19 resultantes de uma pessoa infetada – está nos 1,17 e todas as regiões de Portugal continental estão acima do limite definido de 1.
Entre o final de 2020 e hoje, o Norte passou de um Rt de 0.90 para 1.22, o Centro de 0,94 para 1,24, Lisboa e Vale do Tejo de 0.96 para 1.14, o Alentejo de 1.01 para 1.14 e o Algarve de 1.09 para 1.28.
Portugal continental sem avanços no desconfinamento, mas dois concelhos saíram da situação de alerta
Nenhum concelho avançou no desconfinamento, antes pelo contrário: os 250 dos 278 municípios de Portugal continental que se encontravam na semana passada na fase com menos restrições, em vigor desde 10 de junho, foram agora reduzidos para 233, de acordo com a informação divulgada pelo Governo após o Conselho de Ministros de quinta-feira.
Em relação à semana passada verificou-se a retirada de dois municípios do grupo de 19 em alerta, designadamente Castro Daire e Chamusca, enquanto todos os restantes recuaram no desconfinamento. Passam agora a estar em situação de alerta 21 concelhos, por registarem, pela primeira vez, uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias (ou superior a 240 se forem concelhos de baixa densidade populacional).
Há ainda 14 concelhos que se mantiveram no anterior estado de confinamento, dos quais 11 em risco elevado e três em risco muito elevado.
No nível de risco elevado, dos 25 concelhos identificados na semana passada, mantiveram-se 11 - Alcochete, Arruda dos Vinhos, Braga, Grândola, Lagos, Montijo, Odemira, Palmela, Sardoal, Setúbal e Vila Franca de Xira -, por registarem, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 120 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias (ou superior a 240 se forem concelhos de baixa densidade populacional).
Em risco muito elevado, continuaram a estar Albufeira, Lisboa e Sesimbra, uma vez que registam, pela segunda avaliação consecutiva, uma taxa de incidência superior a 240 casos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias (ou superior a 480 se forem concelhos de baixa densidade populacional).
Os 31 concelhos que fizeram marcha-atrás
Há 15 concelhos que estavam em situação de alerta, mas recuaram para o nível de risco elevado, designadamente Alenquer, Avis, Castelo de Vide, Faro, Lagoa, Paredes de Coura, Portimão, Porto, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Silves, Sines, Sousel e Torres Vedras, juntando-se aos 11 que se mantiveram, contabilizando-se um total de 26.
Para o nível de risco muito elevado, entraram outros 16 concelhos que recuaram no desconfinamento, dos quais 13 estavam antes em risco elevado, designadamente Almada, Amadora, Barreiro, Cascais, Loulé, Loures, Mafra, Moita, Odivelas, Oeiras, Seixal, Sintra e Sobral de Monte Agraço, e três se encontravam apenas identificados em situação de alerta, que são Constância, Mira e Olhão. Contabiliza-se agora um total de 19 municípios, com a permanência de Albufeira, Lisboa e Sesimbra.
Ainda que sem impacto nas medidas de desconfinamento, a situação de alerta integra agora 21 novos municípios, que são: Albergaria-a-Velha, Aveiro, Azambuja, Cartaxo, Bombarral, Idanha-a-Nova, Ílhavo, Lourinhã, Matosinhos, Mourão, Nazaré, Óbidos, Salvaterra de Magos, Santo Tirso, Trancoso, Trofa, Vagos, Viana do Alentejo, Vila Nova de Famalicão, Vila Nova de Gaia e Viseu.
Lusa