Com o confinamento os números diários começaram a diminuir no início de fevereiro é um facto, mas os números do período de incidência para classificar o índice de risco de contágio do SARS-Cov-2 ainda não refletem totalmente esta diminuição.
Mesmo assim, de acordo com o índice de transmissibilidade o país está pintado a amarelo e laranja em vez do laranja e vermelho de há uma semana. De acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde desta segunda-feira há menos concelhos no risco extremo de contágio, ou seja, com os valores superiores a 960 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Mesmo assim, a descida efetiva do número de casos no país, e na região por arrasto, só deverá ter reflexos na próxima semana quando forem contabilizados os casos no período de 10 a 23 de fevereiro, quando os números, no Médio Tejo, baixaram para dois dígitos e para valores diários inferiores a 50 novos infetados.
No que diz respeito ao índice divulgado esta segunda-feira, contabiliza os novos infetados entre 3 e 16 de fevereiro por 100 mil habitantes. E na nossa região, distrito de Santarém a concelhos mais próximos dos distritos de Castelo Branco e Portalegre, há apenas dois concelhos no nível vermelho, com mais de 960 novos casos neste período de tempo. São os casos de Gavião, com um índice de transmissibilidade de 1103, e Rio Maior, com 1389.
No nível seguinte, com o intervalo de casos entre 480 e 960 infetados por 100 mil habitantes entre 3 e 16 de fevereiro, nível laranja ou de muito elevado risco de contágio, temos os concelhos de Alcanena (601), Almeirim (563), Alpiarça (496), Benavente (559), Cartaxo (507), Coruche (498), Salvaterra de Magos (521), Santarém (704), Sertã (480), Tomar (484) e Vila de Rei (692).
No nível de 240 a 480 casos por 100 mil habitantes, nível amarelo ou de elevado risco de contágio, entre os dias 3 e 16 de fevereiro estão os concelhos de Abrantes (262), Chamusca (294), Constância (248), Ferreira do Zêzere (289), Golegã (262), Nisa (247) e Ourém (307).
No nível verde, com risco moderado de contágio, ou seja, com menos de 240 casos por 100 mil habitantes estão os concelhos do Entroncamento (195), Mação (176), Mora (169), Oleiros (220), Ponte Sôr (180), Proença-a-Nova (178), Sardoal (107), Torres Novas (180) e Vila Nova da Barquinha (174).
Consulte aqui a lista do índice de risco.
Portugal regista uma “descida muito significativa e expressiva da incidência” de covid-19 nos últimos 14 dias e tem já “vastas áreas do território” com menos de 240 casos por 100 mil habitantes, revelou hoje André Peralta Santos.
Na reunião que junta epidemiologistas, especialistas em saúde pública e dirigentes políticos na sede do Infarmed, em Lisboa, o representante da Direção-Geral da Saúde (DGS) vincou a evolução positiva da pandemia ao longo das últimas semanas e realçou que todas as regiões do país estão numa fase de descida da incidência, que já era generalizada no último encontro, com exceção para a região autónoma da Madeira.
“Houve uma consolidação dessa tendência e uma descida muito significativa e expressiva da incidência. Há uma incidência de 322 casos por 100 mil habitantes e uma variação semanal de descida muito acentuada. Há zonas do território com incidências ainda particularmente altas, como Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Centro, entre 480 e 960 casos por 100 mil habitantes, mas já há vastas áreas do território com uma incidência inferior a 240 casos por 100 mil habitantes”, frisou.
Em termos etários, André Peralta Santos notou que se mantém “a tendência de descida de todos os grupos etários”, sendo que a faixa da população com 80 ou mais anos é ainda “o grupo com maior incidência neste momento”, apesar de ser “mais reduzida e com níveis de incidência ao nível de novembro”.
Já sobre a vertente de hospitalizações em enfermaria e em cuidados intensivos “há também uma consolidação da descida”, embora mais lenta nas unidades de cuidados intensivos. O perito da DGS centrou então a análise nas regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, ressalvando o melhor desempenho nesta terceira vaga no Norte, com uma mortalidade inferior aos números nacionais, ao contrário da região da capital.
André Peralta Santos exibiu um quadro com os números da dispersão geográfica da variante do SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido, apresentando estimativas distintas de prevalência nas diferentes regiões: Norte, com 34,2%; Centro, com 32,2%; Lisboa e Vale do Tejo, com 56,6%; Alentejo, com 67,6%; e Algarve, com 40%, embora se registassem igualmente diversos intervalos de confiança para estas projeções.
Em Portugal, morreram 16.023 pessoas dos 798.074 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
Jerónimo Belo Jorge C/ Lusa