A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, defendeu hoje que o uso da máscara se deve manter nas escolas porque ainda há “uma grande população” nestes estabelecimentos suscetível de contrair a covid-19 e propagar a doença.
“Nós aliviámos todas as medidas nas escolas para que os alunos e os docentes tenham uma atividade letiva o mais próximo possível da normalidade nas escolas neste momento”, sendo a máscara a “única medida que ainda resta”, disse Graça Freitas, em conferência de imprensa na Direção-Geral da Saúde, em Lisboa.
Graça Freitas explicou que a utilização de máscara é segmentada em função do risco e da capacidade de as crianças suportarem o seu uso, lembrando que abaixo dos cinco anos não é recomendada e que, entre os 6 e os 9 anos é opcional, tendo que haver um adulto que supervisione.
“São só os mais velhos, a partir dos 10 anos, que tem a recomendação de utilizar máscara”, sublinhou na conferência de imprensa em que fez um balanço da situação epidemiológica e em que reforçou o apelo à adoção de medidas de proteção individual durante o período da Páscoa.
A diretora-geral da Saúde observou que as crianças e os jovens têm uma grande proteção imunitária, ou porque tiveram a doença (cerca de 51% entre os 6 e os 17 anos) ou porque estão vacinados, havendo ainda situações em que tinham uma dose ou duas doses da vacina e tiveram a doença.
Contudo, disse, “ainda há um grande número de suscetíveis nas escolas” e, apesar da covid-19 nas crianças ser “habitualmente ligeira, o facto é que elas são vetores de transmissão da doença.
“Estão muito juntas e a partir dessa propagação transmitirem ao seu seio familiar e à família alargada ou aos amigos mais vulneráveis”, vincou.
Por isso, é preciso “calibrar medidas”, apesar de terem incómodos, disse, reconhecendo que a questão da aprendizagem poderá ser uma barreira, mas retirá-la “é um risco ainda grande neste momento com a transmissibilidade que ainda existe”.
Questionada sobre o regresso de milhares de alunos finalistas depois de um período de férias pode fazer aumentar o número de casos, Graça Freitas afirmou: “É evidente que sim, pela lógica das coisas”.
Por isso, apelou aos jovens, que “já conseguiram ter o seu escape, a sua diversão e o relaxamento”, que agora no regresso continuem a usar a máscara, a cumprir o distanciamento físico, o arejamento dos espaços e fazer a higiene das mãos.
Se tiverem sintomas de covid-19, devem fazer o teste e se tiverem contraído a doença devem ficar em casa.
Ainda sobre o uso da máscara, Graça Freitas disse que, mesmo quando deixar de ser obrigatória em locais fechados, vai manter a recomendação para que seja utilizada quando se vai ver "a avó, a mãe, a tia ou alguém doente ou alguém numa instituição", bem como recomendar a sua utilização nos serviços de saúde, nos lares, onde estão pessoas muito vulneráveis.
Sobre a quarta dose da vacina, Graça Freitas disse a questão é saber quais as populações que mais beneficiam deste reforço e quanto será administrada.
“Quem nos vai dando essa indicação é exatamente a evolução da epidemia”, disse, explicando: “Se durante o verão não tivermos uma nova vaga, ponderamos a vacinação mais para a frente, perto da vaga do inverno”.
O Governo prolongou a situação de alerta devido à pandemia de covid-19 até ao dia 22 de abril.
Lusa