A um ano de realizar o seu 20º aniversário o Grupo de Teatro Palha de Abrantes terminou, no sábado, dia 27 a XI Mostra. Nesse dia, o palco esteve entregue aos grupos de teatro visitantes e às freguesias do concelho.
O Grupo de Teatro Alguidar, com a peça infantil “Aquilo”, subiu ao palco do Centro Cívico de Alferrarede Velha, onde a festa da lua fez as delícias dos mais novos que se encontravam na sala. “Eu gostava de ter uma festa assim, mas sem a bruxa, o dragão e o ogre malcheiroso”, referiu uma criança presente no espetáculo.
Na Casa do Povo de S. Miguel do Rio Torto o espetáculo ficou reservado para a peça “Flor Alma Espanca”, do Grupo de Teatro Renascer. Por sua vez, na Sociedade Recreativa do Souto, o Grupo de Teatro Ensaiarte apresentou a peça” Vanessa vai à Luta”. Num momento que retratou a problemática da igualdade de género.
A peça “A Partilha” de Miguel Falabella, adaptada por Helena Bandos e Rita Nazaré, presenteou os espectadores do cineteatro, no dia 20 de maio. As atrizes Sónia Lourenço, Conceição Pereira, Marta Carmo e Conceição Fonseca deram nome às quatro irmãs, Selma, Maria Lúcia, Regina e Laura.
A peça iniciou-se com o encontro de quatro irmãs, no funeral da mãe. A divisão da herança leva a algumas discussões sobre o passado. O conflito e as diferenças que as dividem abre espaço à divergência. No entanto, permite que no final, quando se separam, durante alguns anos, as quatro irmãs sintam saudades.
“É uma peça que já existia. Foi trabalhada, foi adequada à nossa sociedade, à sociedade de Abrantes. Chama atenção (…) para a sociedade nos dias de hoje”, disse Conceição Pereira, que interpretou a personagem Laura.
“O meu principal objetivo é que tenham gosto de vir ao teatro”, reforçou.
“A Partilha”, uma peça carismática, abordou o problema da herança de bens e arrancou gargalhadas ao público. Marta Carmo, que interpretou a esotérica Regina, não esperava que o “público se divertisse tanto”. “O nosso medo era não conseguir transparecer a comédia em si”, confessou à AL.
“Acabámos por retratar os velórios das aldeias, em que se fala de tudo e não se vela o morto. As partilhas são sempre uma chatice mas no fundo, são quatro irmãs que apesar dessas coisas todas têm aqueles momentos de ternura e quando se separaram descobrem que têm saudades”, referiu ainda Marta Carmo.
Helena Bandos, encenadora do Grupo de Teatro, afirmou que a peça “correu bem excedeu as minhas expetativas” e “gostei do espetáculo, as estreantes portaram-se bem”.
“A peça é para continuar”, avançou a encenadora, dando conta que o grupo “está a programar um ou dois espetáculos para junho e outro para julho”, em agosto pára e retoma em setembro.
Segundo a organização da Mostra de Teatro, para o ano há mais!
Fátima Saraiva_Estagiária ESTA