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Alcanena: Festival Materiais Diversos com 26 atividades e meia centena de artistas

24/08/2021 às 19:35
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A conversa “Que paisagens pode um festival criar?” abre, dia 05 de outubro, no Cartaxo, a 11.ª edição do Festival Materiais Diversos (FMD), que encerra, dia 17, em Minde (Alcanena), com um concerto de Surma.

Apresentada hoje em conferência de imprensa, a 11.ª edição do FMD, que tem como palavras-chave “repara, cuida, partilha”, conta com 26 atividades, 12 das quais conversas e uma caminhada “imersiva” com pessoas das áreas da criação, da programação e da produção, num projeto da artista chilena Carolina Cifras, investigadora, criadora e docente, com a colaboração de Ana Trincão.

O festival traz ainda outro projeto internacional, de Marcelo Evelin, convidado a criar um objeto artístico de raiz, “Filme”, em colaboração com Fernanda Silva e o realizador Danilo Carvalho, “a partir da figura emblemática da onça-pintada: um mamífero em extinção que vive nas matas brasileiras, animal selvagem de força e beleza exuberantes, um mito que incorpora os xamãs nos seus rituais de cura, central nas cosmologias Ameríndias”.

Da criação, a primeira de um projeto que tem por título provisório “Povo da Mata”, surgirá a conversa, a única com os criadores a participarem à distância a partir do Piauí (Brasil), “Que povo é esse?”, a acontecer dia 05 de outubro no “ponto de encontro” que funcionará no Centro Cultural do Cartaxo (CCC), disse a diretora artística da Materiais Diversos, Elisabete Paiva.

Alina Ruiz Folini, que “investiga a partir da prática da escuta, com o desejo de desierarquizar a relação entre ver, dizer e escutar”, propõe, com “Ruído Rosa”, uma “experiência corporal de tensão entre polos não opostos, onde os sentidos não são binários, para observar as várias formas de colaboração, dissociação e ressonância entre oralidade, som e movimento”.

Para além de “Filme” e de “Ruído Rosa”, que será apresentado dia 09 de outubro no CCC, o festival apresenta mais três estreias e uma antestreia.

Esta acontecerá no dia 08 de outubro, na Sociedade Filarmónica Incrível Pontevelense (em Pontével, no concelho do Cartaxo), com o espetáculo “O Estado do Mundo (Quando Acordas)”, criação de Inês Barahona e Miguel Fragata, da companhia Formiga Atómica, o primeiro “de um díptico que se destina a pensar o estado natural, político, geográfico, social, histórico, económico e humano do mundo”.

“Palmira”, peça de teatro com música ao vivo, de Anabela Almeida e Sara Duarte, em que duas mulheres questionam o que é ser homem e ser mulher, terá a sua estreia, dia 08 de outubro, na Galeria José Tagarro, no Cartaxo.

O trabalho que o Teatro do Frio tem vindo a desenvolver com jovens que frequentam o Centro de Convívio do Cartaxo, na procura de “outras formas possíveis de habitar” o jardim central da cidade, deu origem a “Paraíso Bruto”, outra das estreias do FMD agendada para 05 a 10 de outubro, no Centro de Convívio.

“Subterrâneo”, instalação de Bruno Caracol a partir do conto “Fragment d'histoire future”, de Gabriel Tarde, aproveitando a espeleologia e bio-espeleologia da Serra d’Aire, pode ser vista dia 15 de outubro, na Fábrica de Cultura de Minde, estando agendadas para os dias seguintes visitas ao polje de Mira-Minde, com o movimento de transição Mira-Minde.

A parceria com este movimento proporcionará, dia 16, no “ponto de encontro” que funcionará no Espaço Jazz, em Minde, uma conversa sobre “o que é isso da transição?”.

Esta é uma das muitas conversas que se seguem à que marca a abertura do FMD, “Que paisagens pode um festival criar?”, a partir do livro lançado em 2019, nos 10 anos do FMD, “Paisagens Imprevistas – Outros lugares para as artes performativas”, de reflexão sobre eventos culturais fora dos grandes centros urbanos, com as participações de Tiago Bartolomeu Costa e Cátia Terrinca.

Na conversa “Na Prática: que escola é esta?”, a 08 de outubro, no CCC, sobre a Escola de Verão que a Materiais Diversos tem promovido com o Centro de Estudos de Teatro (CET) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, será lançado o ‘website’ da escola e serão partilhadas “reflexões sobre as premissas deste projeto”, com Elisabete Paiva, Rui Pina Coelho e Vânia Rovisco.

“Como comunicamos quando queremos falar de cultura?” é a pergunta lançada por um grupo de profissionais de comunicação cultural, numa sessão, a decorrer a 09 de outubro, no CCC, inspirada na ‘Long Table’ da artista Lois Weaver, “modelo que será alargado às várias sessões de conversa, procurando incentivar a participação sem hierarquias”, afirma uma nota da Materiais Diversos.

Em outros três debates – “Que futuros tenho eu aqui?”, “E depois do Paraíso?” e “Outra cidadania é possível?” -, os jovens são convidados a partilhar e refletir sobre “as inquietações, os medos, as vontades e os sonhos para um futuro melhor, as questões ecológicas e as responsabilidades da humanidade”.

O festival disponibilizará ainda, nos pontos de encontro, os 'podcasts' resultantes da rubrica "O Tempo das Cerejas", espaço de reflexão criado em 2020 pela Materiais Diversos para artistas e pensadores partilharem opiniões.

O FMD encerra dia 17 de outubro com um “Piquenique Comunitário”, em Minde, com um convite a todos os que participam a levarem “algo para partilhar”, seguido do concerto de Surma, às 18:30, no Coreto de Minde.

Lusa

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