Vai arrancar na freguesia de Mouriscas, em Abrantes, o projeto Academia de Música, o qual, estará ligado à Banda Filarmónica Mourisquense. O diretor artístico desta academia será José Miguel Vitória Rodrigues que explicou que, este projeto visa a formação de futuros músicos que possam ingressar na banda de música principal enquanto agrupamento, mas que “é essencialmente um projeto de academia de formação alicerçado, em princípios pedagógicos que regem toda a pedagogia musical ativa do século XXI”.
Estando estruturado em aulas de instrumentos individuais, classes conjunto de grupo e na disciplina de formação musical, este projeto procura dotar os alunos de ”um maior, melhor e mais eficaz conhecimento daquilo que é a prática musical”, assim destacou José Rodrigues, quem, da mesma forma explicou que a Academia e a Banda Filarmónica são dois projetos diferentes “mas que, em simultâneo, se complementam”. É que vão existir atividades nos dois planos de atividades, porque é importante “fazer este entroncamento de ideias e de projetos entre os alunos que vão ter a oportunidade de participar em algumas atividades da banda. Não em todas porque são atividades específicas, mas vamos seguir princípios metodológicos bem definidos”, explicou José Rodrigues.
Desta forma, o projeto da Academia vai decorrer em conjunto com a Association Royal School of Music (ABRSM), que é uma academia que conta com várias sedes no Reino Unido e tem mais de 100 anos de experiência na área da música. Assim, José Rodrigues, informou, que este projeto irá trabalhar, também, com o aluno “que se destaque na academia”, o qual terá aulas específicas para obter “a certificação do ponto de vista internacional”, marcando objetivos para cada disciplina, para que, desta maneira, possam ser adotados “esses critérios”.
A banda contará com uma dinâmica de trabalho que começa com uma planificação que vai “até de aqui há um ano” e uma programação “bem afincada, para poder estruturar e reestruturar a própria banda de música do ponto de vista qualitativo e artístico e que seja representativo da comunidade fora da freguesia das Mouriscas”, afirmou José Rodrigues.
Por outro lado, o maestro José Rodrigues ressalvou que é importante que “a comunidade abrangida pela freguesiaa de Mouriscas possa ter a perceção de que aqui nós vamos querer trabalhar de uma forma séria, qualitativa, em prol do desenvolvimento social, cultural, educacional e musical da própria comunidade.” E destacou que o objetivo principal deste projeto e da própria direção da Banda Filarmónica Mourisquense é “tentar retomar e recuperar alguns músicos, ou os que quiserem vir serão sempre bem-vindos, mas com o propósito de trabalhar de uma forma séria e visando um trabalho de qualidade”, continuou José Rodrigues.
José Miguel Vitória Rodrigues, disse ainda que voltar à Banda Filarmónica Mourisquense “é um prazer.” É que já fez parte da mesma, pelo período de um ano, “há 15 anos.” Nestes 15 anos o seu percurso profissional proporcionasse-lhe outras abordagens e perspetivas, as quais, possibilitaram-lhe adquirir novas experiências.
José Rodrigues, revelou à Antena Livre que gosta de “abraçar os desafios”, mas que como ele não consegue fazer “nada sozinho” acha importante com este projeto construir “uma família, uma irmandade”, para assim, “desenvolver o orgulho que é ser mourisquense, do que é ser músico da banda filarmónica mourisquense, não só quando se veste a farda, mas quando nós representamos a instituição fora de portas”.
O diretor informou também que a Banda Filarmónica Mourisquense, irá voltar com uma apresentação pública no dia 4 de novembro, com um programa e roupagem “totalmente novos”, assim como com um repertório específico. É o concerto de apresentação do novo maestro.
No fim, explicou que se algum jovem ou criança quiser experimentar o projeto poderá fazê-lo. Igualmente, revelou, que a academia irá ter duas atividades de dias abertos, um deles será já no dia 13 de outubro, onde realizarão, no Centro Escolar Mouriscas, “oficinas de experimentação de instrumentos”, já o segundo, está a ser pensado realizar-se “no mercado que existe semanalmente”, no qual, farão uma atividade aberta a toda a população com o intuito de dar a conhecer a academia, sendo que com isto irão conseguir “angariar mais pessoas para a instituição”, informou José Rodrigues.
Maestro José Miguel e o presidente da Filarmónica Augusto Filipe
Recorde-se que a Banda Filarmónica Mourisquense tem novos corpos sociais que depois da tomada de posse começaram a trabalhar no sentido de voltar a dar corpo à Banda Filarmónica Mourisquense que, tal como outras, sofreu com a perda de muitos elementos durante os confinamentos da pandemia. Uma das preocupações é voltar a criar laços entre a banda e a comunidade da freguesia e da região.
Jade Garcia
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