De acordo com o decreto-lei hoje publicado, o Garantir Cultura – “criação de apoios, a fundo perdido, destinados a todo o tecido cultural, para o desenvolvimento de projetos artísticos, de criação e programação, em todas as áreas” – “compreende dois subprogramas: Garantir Cultura - tecido empresarial e Garantir Cultura - entidades artísticas singulares e coletivas que prossigam atividades de natureza não comercial”.
O MIAA – Museu Ibérico de Arqueologia e Arte está quase concluído estando a sua inauguração apontada para o mês de junho, por alturas do feriado Municipal de Abrantes. Esta é uma informação, mais ou menos, do domínio público.
Neste sentido o vereador eleito pelo BE Armindo Silveira questionou o presidente da Câmara de Abrantes, na última reunião do executivo municipal sobre o estado em que está este processo.
Afirmou o vereador que, apontando-se a inauguração para junho interessava “fazer um ponto de situação sobre o MIAA. Não sei em que ponto estão as obras e não sei, até que ponto a pandemia poderá afetar a sua inauguração”.
Armindo Silveira voltou a deixar algumas perguntas direcionadas ao presidente da Câmara, nomeadamente quem vai ser o diretor e qual a equipa que o irá acompanhar. E o vereador sustenta que sendo este um Museu de projeção internacional “pensamos que deveria ter uma equipa com consiga cativar públicos, ter influência no mundo do turismo e arte, e que possa ser, logo, uma mais-valia na construção do Museu”.
O vereador perguntou ainda pela existência ou não de um estudo de viabilidade económica, acrescentando querer saber, em caso de existência do estudo, os dados mais relevantes tais como receitas, despesas e estimativas de visitantes. No caso da não existência desde estudo de viabilidade económica, Armindo Silveira quer saber o motivo de não existir esse documento. O vereador sustenta a sua pergunta no facto de nestes projetos financeiramente muito dispendiosos há sempre estudos de viabilidade económica.
O vereador aponta ainda os outros projetos, na área da cultura, que estão a ser desenvolvidos, numa referência clara ao MAC – Museu de Arte Contemporânea e à Igreja de Santa Maria do Castelo que passará a ser o Panteão dos Almeida.
Depois pergunta ainda pelo programa do MIAA e os motivos pelos quais essa programação ainda não estar a ser divulgada. “Achamos que já deveria haver alguma informação sobre a programação”.
Armindo Silveira, vereador BE CMA
Armindo Silveira apontou ainda à coleção Estrada, uma coleção de arqueologia que vai ser uma das grandes bases do MIAA. “Gostava de saber em que ponto é que está o estudo desta coleção de peças, porque todos os anos têm sido contratado técnicos para estudar as peças desta coleção”. E insistiu em dizer que não é técnico e, como tal, quer apenas saber em que ponto está este trabalho, em termos percentuais, pro exemplo.
Armindo Silveira, vereador BE CMA
Manuel Jorge Valamatos na resposta ao vereador revelou que há algum impasse em relação à inauguração por causa da pandemia. “Eu disse, e continuo a dizer, gostaríamos muito de fazer a inauguração do MIAA nas Festas do Concelho, da Cidade. Já enviei uns convites mais ou menos formais para algumas entidades nesse sentido”, afirmou o autarca, realçando a importância do equipamento cultural e o enorme peso financeiro que representou a sua construção.
O MIAA, o MAC e a própria requalificação da Igreja de Santa Maria do Castelo “são elementos conjugados muito decisivos para o concelho”, disse Valamatos acrescentando que “já estamos em fase muito adiantada, mesmo da implementação da própria exposição”.
O presidente da Câmara de Abrantes diz que a equipa da Cultura, liderada pelo vereador Luís Dias, estão a trabalhar afincadamente na preparação do Museu e da sua abertura e indica que “na altura mais apropriada” falará sobre este assunto., incluído, presume-se, a equipa que o vai dirigir.
Já em relação aos estudos de viabilidade económica, Manuel Jorge Valamatos revela que o MIAA em si encerra esse pensamento. “Tivemos uma auditoria da União Europeia que reconhece que o MIAA é um capitalizador para a cidade muito importante” disse o autarca que adiantou que a própria “comunidade europeia não iria financiar um projeto que não tivesse viabilidade”.
Manuel Jorge Valamatos, presidente CMA
Recorde-se que o projeto inicial do MIAA, que incluía uma Torre de grandes dimensões projetada pelo arquiteto Carrilho da Graça, foi alterado depois da crise financeira, para um projeto de requalificação de todo o espaço do Convento de S. domingos. A Pandemia veio atrasar as obras, uma vez que os prazos iniciais foram sendo prorrogados, depois de adiamentos por via de achados arqueológicos e arquitetónicos que foram sendo colocados a descoberto.
A requalificação do Convento de S. Domingos para instalação do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) arrancou no mês de janeiro de 2017, tendo a obra, de 3,1 milhões de euros, um prazo de execução de 950 dias. Ou seja, sem prorrogações, o MIAA deveria estar concluído em 2019.