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Abrantes: Entre história, arte e selfies o Presidente da República visitou MIAA, Panteão, Museu MDF e sede do TSU (C/ÁUDIO e FOTOS)

8/12/2022 às 12:36

“Foi muito gratificante, por mim, ficaria mais tempo. Adoro museus. Noutras encarnações fui presidente de uma fundação que tinha um palácio, um museu, uma biblioteca e cinco castelos. Portanto imaginem como eu gosto dessas realidades, mas agora a minha realidade é outra.” Foi desta forma que Marcelo Rebelo de Sousa concluiu a visita ao Museu Ibérico de Arqueologia e Arte (MIAA) de Abrantes, na véspera da comemoração do primeiro aniversário.

O Presidente da República chegou com atraso significativo porque foi-se demorando nas visitas anteriores, também elas no concelho de Abrantes. E quando chegou ao Museu tinha, como seria expectável, muitas pessoas à espera. E o S. Pedro até ajudou, porque aquele momento em que Marcelo saiu do Largo 1.º de Maio a pé até ao MIAA não choveu. Uma aberta para a comitiva poder seguir a passada larga do Presidente que cumprimenta pessoas, que dá abraços, que tira fotografias, que distribui sorrisos. Não há outra maneira. É acompanhar e esperar que Marcelo cumpra o sonho de algumas pessoas, abraçar o Presidente.

Ao lado do MIAA está a Biblioteca António Botto. Já se sabe, Marcelo adora livros pelo que, em vez de entrar para o Museu, traça o azimute e entra Biblioteca dentro.

Quando finalmente entra no Museu encontra o Museólogo Fernando António Batista Pereira que, juntamente com a arqueóloga Filomena Gaspar, iniciam uma visita, demorada, a todas as salas do MIAA. Já se sabe, Marcelo é uma enciclopédia viva e, como tal, ouve todas as explicações, mas os diálogos são constantes com perguntas, trocas de ideias ou até uma espécie de enquadramentos das peças expostas.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que levou de Abrantes, e Tramagal, dos Museus que visitou uma grande satisfação. “Gostei imensíssimo do trabalho museológico da Igreja do Castelo [Panteão dos Almeida], que em si mesmo já era simbólica, mas que ganhou um simbolismo acrescido”, afirmou o Presidente tendo depois feito a referência ao MIAA “que é muito diversificado, é um Museu que cobre tudo, desde a pré-história até aos nossos dias, que cobre a coleção municipal e coleções privadas excecionais, que cobre peças daqui e peças de todo o mundo.”

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda o facto de serem museus “muito, muito atuais na museologia. Há uma arte de pegar nas peças e apresenta-las. E aqui temos do mais avançado que tenho visto em termos de museologia”

Marcelo Rebelo de Sousa

O MIAA assinala um ano nesta quinta-feira. Foi inaugurado com a presença das ministras da Cultura, Graça Fonseca, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e um ano depois recebeu a visita, demorada, de Marcelo Rebelo de Sousa.

Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes, salientou esse facto, de na inauguração não ter sido possível ter o Presidente da República, assim como não foi possível ter a comunidade, pelos condicionamentos da época.

O autarca salientou a satisfação e orgulho de poder receber o Presidente da República no MIAA, mas também no Museu Duarte Ferreira e no Panteão dos Almeida, ao fim e ao cabo, nos Museus de Abrantes.

“É uma resposta aquilo que tem sido um grande investimento do Município em relação ao Museu e à rede de museus”, afirmou Manuel Jorge Valamatos, destacando de seguida que espera que a visita seja impulsionadora na cultura. É que “estamos em vésperas de inaugurar o Museu de Arte Contemporânea Charters de Almeida e, dessa forma, fechar esta constelação de museus que temos em Abrantes e com esperança de podermos ser muito visitados.”

Manuel Jorge Valamatos, presidente CM Abrantes

Quase no final da sua passagem por Abrantes Marcelo Rebelo de Sousa assinou o livro de honra do MIAA e depois recebeu uma serigrafia de Maria Lucília Moita, o exemplar número 2 de um lote de 200 cópias.

Marcelo Rebelo de Sousa cumpriu numa longa tarde em Abrantes quatro visitas culturais. Primeiro e fora de agenda, a passagem pela exposição na sede do Tramagal Sport União, do centenário.

 

Ao que conseguimos apurar o Presidente soube da exposição e como tinha prefaciado a revista do Centenário do TSU lançada por ocasião da efeméride, a 1 de maio deste ano, quis passar por lá. Até porque ficava em caminho.

Depois passou pelo Museu Metalúrgica Duarte Ferreira que recebeu o prémio Museu do Ano, em 2018, entregue pelo próprio Marcelo Rebelo de Sousa.

O ponto seguinte foi a Igreja de Santa Maria do Castelo, ou o Panteão dos Almeida, em que aprofundou o conhecimento sobre a história de Abrantes.

E para finalizar, a visita ao Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes, na véspera de assinalar o primeiro aniversário. Uma visita demorada e muito participada pelo Presidente que, como ele próprio disse, adora Livros, Museus e Arte.

Ah! E pelo caminho não faltaram dezenas e dezenas de selfies e abraços. Para algumas pessoas a fotografia ou o abraço a Marcelo era “um sonho” a ser concretizado. E o presidente nunca diz que não. Nem a gravar uma mensagem de apoio a uma associação de estudandes de uma escola.

 

O Museu Industrial

Marcelo Rebelo de Sousa começou por visitar o Museu Metalúrgica Duarte Ferreira. Conhecia o Museu pelo Prémio conquistado em 2018 [Museu do ano] e conhecia a história do Tramagal e da MDF. E fez questão de demonstrar isso mesmo a cada passou que deu no Museu. Ouviu as explicações de Lígia Marques, sempre muito interventivo. Afinal o Tramagal e a MDF marcaram uma época na indústria do país, mas também uma outra época de crise de emprego e social com a queda da empresa. E esses momentos estão bem documentados.

Marcelo Rebelo de Sousa foi percorrendo espaço a espaço e ouvindo a história da MDF misturada com muitas histórias em torno da vida da família e da comunidade. E uma delas foi a de que numa determinada altura um grupo de trabalhadores entrou na empresa para abrir um cofre para ir em busca de dinheiro e encontrou dinamite.

Marcelo Rebelo de Sousa deixou o mote para a edição de um livro de investigação. O livro está feito e foi entregue ao Presidente que o folheou imediatamente.

 

A Igreja que é Panteão dos Almeida

O Presidente da República entrou castelo adentro para ir visitar a Igreja de Santa Maria do Castelo. Entrou e apreciou o trabalho museológico do espaço que viria depois a classificar como muito bom.

Ouviu as explicações de Filomena Gaspar, arqueóloga do Município, que fez a introdução a Abrantes, ao castelo, à fortaleza e a alegadas inspirações para um monumento com uma arquitetura diferente dos outros, da mesma época. Entre as explicações históricas, Presidente e Arqueóloga foram trocando impressões sobre factos da história de Portugal, e de Abrantes. E ficou a saber-se que há indícios, não visíveis, da passagem dos Cavaleiros Templários por Abrantes. E das influências que os muito viajados, à época, Almeida trouxeram para Abrantes.

Daí às explicações sobre os túmulos da família Almeida foi um passo. E também aí o Panteão apresenta várias épocas naquilo que é a arquitetura apresentada.

Marcelo Rebelo de Sousa assistiu depois, ao lado da sua “guia”, ao momento protagonizado por João Vaz, que lhe iria valer o convite para atuar no Jantar de Natal da Casa Civil da Presidência da República.

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa ouviu e gostou. E gostou de tal forma que ali na hora convidou o João Vaz para atuar, a 22 de dezembro, no jantar de Natal da Casa Civil da Presidência no Museu da Marinha, mesmo ao lado do Palácio de Belém. “Era uma ideia. E para tocar, exatamente, aquilo que tocou aqui hoje.”

João Vaz aceitou de imediato. E após agilizar com a ajudante de campo do Presidente os pormenores disse à Antena Livre o que sentiu com o convite. Agradeceu, primeiro, o facto de a Câmara de Abrantes o convidar para estes momentos e, depois, o agendamento para a Presidência da República.

Uma tarde em cheio, com o Presidente da República a visitar os Museus de Abrantes, no dia em que ficou a saber-se que Évora será a Capital Europeia da Cultura, em 2027, e no dia em que foram acesas as iluminações de Natal do Centro Histórico de Abrantes e da Torre. 

 

MIAA - 1 ano de vida

O MIAA foi inaugurado a 8 de dezembro de 2021. Representou um investimento global de 6,3 milhões de euros, o montante suportado pelo Município de Abrantes foi de 3,8 milhões de euros.

A Câmara Municipal contou com um apoio do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) de 2,5 milhões de euros, na obra de requalificação física do convento, cuja empreitada foi de 3,6 milhões de euros, sendo o restante investimento relativo a estudos, elaboração e conceção do projeto, a par de processos de investigação, promoção e divulgação das diversas coleções do acervo.

O MIAA funciona de terça a domingo (10-12:30 e 14:17:30) com encerramento ás segundas-feiras e aos feriados, com exceção do 14 de junho, o feriado municipal de Abrantes. O Município dá ainda nota de que só são admitidas entradas até meia hora antes da hora prevista do encerramento, ou seja, até às 12 e às 17 horas.

Na página oficial do Museu pode ler-se a descrição do que é e do que mostra:

"O MIAA - Museu Ibérico de Arqueologia e Arte está instalado no Convento de S. Domingos, edificado no século XVI, peça central do património edificado da cidade de Abrantes. Os acervos municipais de arqueologia e arte do Município de Abrantes e da Coleção Estrada, bem como a obra da pintora Maria Lucília Moita, aguardavam um lugar digno para se tornarem de fruição pública. Para a concretização desse bom encontro, o edifício foi reabilitado para funções museológicas, através de um projeto do arquiteto Carrilho da Graça. O MIAA ocupa parte significativa do antigo convento, que já albergava a Biblioteca Municipal António Botto, numa ala requalificada em 1993, com projeto do Arquiteto Duarte Castel-Branco.

As exposições permanentes, com projeto de museologia de Luiz Oosterbeek e Fernando António Batista Pereira, concebido em estreita parceria com o Serviço de Património e Museus do Município, estão organizadas em oito núcleos: Escultura Romana; Pré-História; Idades do Bronze e do Ferro; Antiguidade; Tesouro; Arte da Idade Média e Idade Moderna; Escultura da Idade Média e do Renascimento em Abrantes; Pintura de Maria Lucília Moita. A museografia e o design de comunicação são obra da P-06.

A deslocação pelas salas com exposições permanentes permite revisitar múltiplas culturas e civilizações, através do contacto com artefactos e obras de arte da Pré-História à Época Contemporânea. O arco temporal coberto pelos acervos expostos no MIAA, resultantes desde a ação dos primeiros hominídeos até ao presente, faz deste um espaço expositivo único a nível nacional.

No MIAA conta-se muito do que foi a história da ocupação humana na região. Os acervos regionais encontram-se expostos num diálogo constante com peças provenientes de contextos mais abrangentes, que cobrem a Europa, a bacia do Mediterrâneo e diversas civilizações antigas do continente asiático. Reconstituem-se, deste modo, contextos históricos que permitem ao visitante uma melhor compreensão do passado.

O cruzamento do discurso da arqueologia e património histórico com a arte contemporânea assume-se como porta que liga o passado com o presente e que abre caminhos para o futuro. Em duas salas do MIAA são exibidas, consecutivamente, exposições temporárias com obras da Coleção de Arte Contemporânea Figueiredo Ribeiro, que se encontra à guarda do Município de Abrantes.

As restantes salas de exposições temporárias destinam-se a acolher exposições diversas com peças/obras relevantes."

Galeria de Imagens

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