Os arqueólogos e os estudantes que nos anos 1970 garantiram o salvamento e catalogação do santuário rupestre do Vale do Tejo vão assinalar os 50 anos do início dos trabalhos.
Em comunicado enviado hoje à agência Lusa, a Câmara de Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, refere que no dia 30 vai realizar um encontro "para assinalar os 50 anos desde o início dos trabalhos sobre o Paleolítico na região, que reúne alguns dos principais protagonistas".
A iniciativa é organizada pelo município, em parceria com a Sociedade dos Amigos do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco.
O santuário rupestre do Vale do Tejo está sepultado nas águas do rio Tejo desde os anos 70 do século XX.
Antes da sua submersão, em finais de 1971, um conjunto de arqueólogos e estudantes, que ficaram conhecidos pela "Geração do Tejo", garantiram a catalogação e preservação da arte rupestre do Vale do Tejo, antes da sua submersão devido à construção da barragem do Fratel, com a realização de campanhas de salvamento arqueológico.
Estas campanhas produziram mais de 1.500 moldagens em latex, principal técnica de registo utilizada para a obtenção de réplicas das gravuras, e um grande corpo documental e fotográfico.
O Complexo de Arte Rupestre do Vale do Tejo é um dos mais importantes conjuntos de arte pós-paleolítico da Europa, constituído por mais de 20 mil gravuras dispersas ao longo de 40 quilómetros de ambas as margens do rio Tejo.
O município de Vila Velha de Ródão inaugurou, em 2012, o Centro de Interpretação de Arte Rupestre do Vale do Tejo (CIART), cuja principal missão é apoiar o estudo e a preservação deste vasto património arqueológico, divulgando-o ao público através de uma exposição permanente, onde se interpretam as diversas expressões culturais dos habitantes pré-históricos do vale do Tejo.
O CIART assume-se ainda como uma homenagem à "Geração do Tejo", cuja dedicação e zelo garantiram a catalogação e preservação deste património.
(Lusa)