Depois de um ano de interregno devido à pandemia arranca esta quinta-feira mais uma edição das 24 horas TT de Fronteira. Estão inscritas 102 equipas numa das provas míticas do todo o terreno português e, de acordo com os especialistas, prevê-se uma luta renhida entre equipas portuguesas e francesas.
Seja como for, sábado (dia 27 de novembro) na grelha de partida estarão quatro equipas abrantinas e com a maioria dos pilotos do concelho. O objetivo geral das equipas é o de cumprir as 24 horas na pista alentejana, em primeiro lugar, e conseguir o melhor resultado possível, em segundo. No meio das incidências competitivas todos querem chegar ao fim e criar laços de convívio como o desporto motorizado cria.
E mais uma vez o Clube Aventura e Motorizado do Pego (CAMP) abraçou as equipas e organizou a partida simbólica dos pilotos de Abrantes na Praça Barão da Batalha. É uma forma de dar “um mimo” aos amantes dos desportos motorizados e continuar a alimentar o bichinho dos motores numa cidade que na década de 80 teve uma marca forte nesta área. Eram as provas de autocross e o Rali Cidade de Abrantes, para iniciados.
E Rui Gonçalves, presidente do CAMP, explica esta aposta que gostava de ver materializada no concelho. E essa materialização do sonho pode acontecer com o regresso do Rali Cidade de Abrantes. O CAMP tem essa vontade e, ao que tudo indica, a autarquia está a alicerçar a ideia, pelo que em 2022 ou, mais provavelmente, em 2023 pode haver o regresso dos carros de rali ao concelho de Abrantes.
Para já Rui Gonçalves aponta a passagem da Baja 500 Portalegre numa super especial realizada no Pego, mesmo em dia de temporal.
Rui Gonçalves
O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, e os presidentes das Juntas de Freguesia de Bemposta e Abrantes estiveram presentes na partida simbólica, deixando uma palavra de incentivo aos pilotos e restantes elementos das equipas.
Manuel Jorge Valamatos desejou que a prova seja positiva e revelou que a autarquia está a acompanhar o desporto motorizado.
Manuel Jorge Valamatos
Equipa Momsteel
Filipe Marques
Ricardo Martins
Antony Seu
William Campbell
(o carro não foi apresentado em Abrantes pois vai de França diretamente para Fronteira)
Filipe Marques disse à Antena Livre que esta é uma paixão que ganhou, mas que a equipa que patrocina quer chegar ao fim da competição. Avançam pelo companheirismo e pelo lazer, não numa lógica de competição.
Filipe Marques
Equipa Rui Marques
Rui Marques
António Santinho Mendes
Tiago Alexandre
João Oliveira
(o carro não foi apresentado pois já está em Fronteira onde cumpre logo pela manhã as verificações técnicas)
Relatos Rebeldes (Bemposta)
Filipe Oliveira
João Matos Jesus
Fernando Espadinha
Ana Rita Lizardo
Flávio Simões
Filipe Oliveira explicou como é que nasceu a Relatos Rebeldes. Depois de um acidente grave, o grupo de amigos, de Bemposta, voltou a fronteira sempre como espetadores. A paixão pelo todo o terreno acabou por fazer nascer o sonho de poderem sair da “bancada” para a pista. E o sonho concretiza-se com o objetivo de começar a prova e chegar ao fim. Até porque, como diz Filipe Oliveira, nem houve tempo para treinos noturnos, por isso as 24 Horas de Fronteira constituem um desafio para os bempostenses.
Filipe Oliveira
Equipa Ismael Margarido
Ismael Margarido
Filipe Marques
Vítor Matos Lopes
André Serrano
Ismael Margarido lidera outra equipa de Abrantes. E este ano quer fazer melhor que em 2019 (em 2020 não houve competição por causa da pandemia). E tem a particularidade, como explicou à Antena Livre, de conduzir um carro todo ele construído em Abrantes, mais propriamente na Barrada.
Ou seja, todo o design, os moldes, a fibra, foi construída em Abrantes. Depois foi motorizar a carroçaria, colocar dois amortecedores em cada roda para criar um carro de competição todo terreno.
E o pormenor foi ao ponto do peso desta viatura: 1.350 quilos. E tem este peso para poder participar no campeonato nacional de todo o terreno, provas em que os carros têm de pesar, no mínimo, 1.350 quilos. Mesmo assim Ismael Margarido diz que só pode participar em provas no verão porque a tração é dianteira, pelo que no inverno, na lama e nas ribeiras, o carro não tem, para já, as condições necessárias para as adversidades que encontram.
Ismael Margarido
Programa 24 horas TT (102 equipas)
25 de novembro | Verificações
26 de novembro | Treinos livres e cronometrados
27 de novembro | Partida da prova às 14h00
28 de novembro | Chegada da prova às 14h00
Programa 4 horas SSV (33 equipas)
26 de novembro | Verificações e treinos livres e cronometrados
27 de novembro | Partida da prova às 08h00 / Chegada da prova às 12h00
Foi em 1998 que se realizou a primeira edição das 24 Horas TT Vila de Fronteira, uma prova de resistência que desde logo assumiu o carácter de grande festa do TT nacional, um condigno encerramento de cada temporada da modalidade, num evento único e que desde logo conquistou fiéis seguidores.
Os pilotos portugueses dominaram as primeiras edições. No entanto, desde que os grandes especialistas internacionais de resistência TT "descobriram" a prova, as equipas estrangeiras têm sido vistas como favoritas, com vários triunfos ao longo das últimas edições.
Em 2019 os vencedores foram Alexandre Andrade, Cédric Duplé, Yann Morize e Alexandre Deaujon ao volante de um A.C. Nissan Proto
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