A vontade de voltar a colocar a Volta a Portugal em Bicicleta nesta região não era nova e, ficou a saber-se, que o “namoro” com Abrantes já andava a ser feito desde 2018. E Abrantes, afirmou Joaquim Gomes, diretor da prova, pela tradição que este concelho tem com a maior prova de ciclismo do país.
Mas em 2023 a Volta não vai passar por Abrantes. Melhor, vai estar em Abrantes e em todo o território do Médio Tejo, sendo a primeira vez que a Volta a Portugal firmou um acordo com um território em vez de ser com um município. E Joaquim Gomes explicou que a organização tem de fazer os acordos com os municípios que pagam para ter as metas ou as partidas porque este é um evento muito pesado do ponto de vista financeiro. Só assim é possível colocar a maior prova de ciclismo a percorrer o país durante duas semanas.
E foi isso que aconteceu. De acordo com Joaquim Gomes foi necessário fazer alguma ginástica e jogar com as neutralizações para fazer com que o pelotão consiga passar por todos os concelhos. E, continuou, em vez de uma etapa o Médio Tejo tem três etapas no seu território.
A 84.ª Volta a Portugal em Bicicleta vai passar nos 13 concelhos do Médio Tejo nos dias 10, 11 e 14 de agosto.
Anabela Freitas, presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, salientou que “houve uma grande convergência de vontades por parte dos 13 municípios em apostarmos no acolhimento deste evento”.
“Desde a primeira hora, abraçámos este projeto que vai colocar a marca Médio Tejo durante três dias nos órgãos de comunicação nacionais e internacionais”, afirmou a presidente da CIM e da Câmara de Tomar, tendo referido que “a ação insere-se na estratégia de promoção da marca Médio Tejo porque somos muito mais do que património natural, cultural e religioso, temos também uma apetência para aquilo que são os novos produtos turísticos e para a atração de pessoas para a prática desportiva”.
Joaquim Gomes reforçou que “no âmbito destes 13 municípios, que integram a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, todos demonstraram uma enorme coesão” e, neste sentido, espera que no futuro “possamos montar este formato no Médio Tejo e colocar aqui, novamente, a Volta a Portugal, levando o desporto aos locais mais escondidos do nosso país”.
Ouça a reportagem do jornalista Jerónimo Belo Jorge
De referir que este financiamento tem um custo que será repartido, com a CIMT a assumir parte do investimento, neste caso 15 mil euros. O final da 1ª etapa em Ourém vai custar ao município 45 mil euros, o arranque da segunda etapa vai custar ao Município de Abrantes 25 mil euros. Mação pagará igualmente 25 mil euros e os restantes 10 concelhos por onde passa a Volta pagam 5 mil euros cada um.
Entretanto, no Entroncamento, o apoio foi chumbado em reunião do executivo municipal.
Recorde-se que pelo Médio Tejo passarão três etapas da Volta a Portugal: a 1.ª Etapa, a 10 de agosto, com presença em Ferreira do Zêzere, Tomar e terminando em Ourém, pelas 17h15, na Praça D. Maria II, onde os ciclistas chegarão à meta desta primeira etapa.
A 2.ª Etapa, a 11 de agosto, tem a partida simbólica anunciada para o Aquapolis Sul, em Abrantes, pelas 12h45, seguindo-se a passagem pelos concelhos de Constância, Vila Nova da Barquinha, Entroncamento, Torres Novas e Alcanena.
Depois, a 5.ª Etapa, a 14 de agosto, a partida simbólica da etapa acontece em Mação, na Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro, pelas 12h00, seguindo-se a passagem pelos concelhos de Sardoal, Vila de Rei e Sertã.
Pela primeira vez, o Médio Tejo recebe a passagem deste evento pelos 13 concelhos, facto que os seus autarcas consideram como mais-valia em termos da projeção mediática, retorno económico e dinamização social, que esperam que possa acontecer durante os dias da passagem da Volta a Portugal.