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Abrancongelados anuncia expansão e é hoje uma empresa de referência

18/03/2019 às 00:00

Carlos Pombo e Jorge Batista são os responsáveis da empresa.

Jorge Batista e Carlos Pombo são primos, naturais de Casais de Revelhos, Abrantes, e dois corajosos empresários que em maio de 2007 iniciaram a empresa Abrancongelados, Produtos Alimentares, Lda.

Com uma faturação anual de mais de 9 milhões de euros (ME), com 65 colaboradores e um investimento de 2 ME para expansão da unidade fabril, a Abrancongelados é hoje um exemplo de sucesso empresarial no concelho de Abrantes e na região do Médio Tejo.

Estão a assinalar 13 anos de existência e o arriscar foi uma das premissas que levou os dois empresários a seguir em frente com o negócio. Ambos trabalhavam numa empresa do ramo e foram as dificuldades sentidas que os fizeram sair do local de trabalho e constituir a sua própria empresa.

“Na altura, a empresa onde trabalhávamos começou a ficar com dificuldades e nós tínhamos duas hipóteses: ou íamos trabalhar para outro lado, ou fazíamos a nossa própria empresa”, referiu Jorge Batista, dando conta que decidiram avançar e que de facto “foi um risco”. Um risco que assumiram.

O investimento inicial foi de cerca de 100 mil euros. Começaram somente os dois com o apoio de um funcionário, que ainda se encontra, num armazém “pequeno” e numa altura em que o país estava às portas da crise económica.

“Éramos apenas um entreposto. Atualmente, somos uma empresa que produz e transforma pescado e que também é entreposto”, salienta Carlos Pombo, explicando que a Abrancongelados hoje “transforma o peixe congelado e, depois, entrega o produto a todo o tipo de cliente, desde as grandes superfícies, mini mercados, instituições, restaurantes, todo o tipo de estabelecimento que possa existir”.

Normalmente, o produto chega inteiro à Abrancongelados, depois é separado, cortado à posta e colocado em saco, “como aparece no supermercado”, salientou Jorge Batista.

O pescado provém de várias partes do mundo, desde o Vietname, a China, a Argentina, mas é sobretudo em Espanha que se encontram “os maiores armadores de peixe”.

Já os clientes estão espalhados pelo país, mas também lá fora. Conta Jorge Batista que as entregas são realizadas “no distrito de Santarém e em parte no distrito de Lisboa, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre e Évora”. E é o pequeno, médio e grande comércio, em concreto duas marcas de grandes superfícies, que recebem o pescado da Abrancongelados. Portanto, são várias as carrinhas que transportam o produto com a chancela da empresa.

Lá fora, a exportação do pescado incide para Espanha, México, França, Alemanha e também China. “São armazenistas, que não trabalham com caixinhas, mas sim com paletes e contentores de grandes quantidades”, explicou Carlos Pombo.

Quando a empresa assinalou os 10 anos de existência anunciou uma possível expansão para Timor. Contudo, “o projeto está parado”.

“Infelizmente, o Governo timorense é muito instável. Não há propriamente uma certeza do que se pode contar e depois temos a distância. Estou a falar de vinte e quatro horas de viagem. Para fazermos uma fábrica lá teríamos de deslocar recursos, o que não seria fácil”, lamentou Jorge.

É preciso trabalho, mas também um bocadinho de sorte”

Para além do pescado, dos moluscos e do marisco, a Abrancongelados também entrega outro tipo de produtos alimentares. Em concreto: bolos e as mais variadas sobremesas, legumes pré-cozinhados e salgados. Carlos Pombo refere que são “complementos”, sobretudo procurados pelo comércio de menor dimensão.

Como as encomendas não param, a empresa terá necessidade de aumentar a sua área. Em concreto os dois lotes que estão contíguos à atual estrutura já foram comprados e Jorge e Carlos perspetivam iniciar a obra muito em breve.

Os novos espaços servirão para “armazenagem e produção”. Pois, estão “a rebentar literalmente pelas costuras”.

“Neste momento, não temos capacidade de resposta para o trabalho que temos”, confessou Jorge Batista. “Quando chegámos à zona industrial, pela primeira vez, pensávamos para que é uma coisa tão grande? e agora, reconhecemos, para que é uma coisa tão pequena?” (risos).

Ao longo dos anos, a Abrancongelados já recebeu em 2014 e em 2015 o estatuto PME Líder e é uma “empresa amiga do ambiente”. Carlos Pombo avançou que a frota dos carros comerciais será renovada para carros a gás e a separação dos resíduos é uma constante, havendo um trabalho de estreita parceira com a Valnor.

Para além da responsabilidade ambiental, na Abrancongelados há também uma preocupação social. Através de um protocolo estabelecido com o CRIA, colaboram na empresa cerca de quatro utentes da instituição em regime de estágio.

O segredo para o sucesso alcançado está no esforço e dedicação. “Há treze anos que vimos para aqui muitos dias às seis da manhã e saímos daqui às nove, dez, onze da noite e quando não é mais tarde. Não temos sábados, nem temos feriados. Basicamente, a nossa vida foi dedicar-nos a isto desde que começámos”, salientou Jorge Batista, considerando que “é preciso trabalho, mas também um bocadinho de sorte”.

Já Carlos Pombo confessou que “algumas pessoas certas ajudaram-nos a fazer algumas coisas, o que originou que o negócio também fosse correndo. Depois, temos os nossos funcionários, também eles importantes”.

Quanto a objetivos futuros, ambos destacaram o caminho da exportação, como também o finalizar da obra anunciada no final de 2019 ou no limite no início de 2020.

Joana Margarida Carvalho

 

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