O Executivo da Câmara de Vila Nova da Barquinha aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, a revogação da qualificação de Projeto de Interesse Municipal concedida ao Bark-Biopark Barquinha. Ultrapassados todos os prazos concedidos pela Autarquia e sem apresentação de garantias financeiras para dar seguimento ao projeto, cai assim por terra mais um anunciado grande investimento no concelho.
O presidente da Câmara da Barquinha, Fernando Freire, explicou as razões que levaram a esta tomada de decisão. “Este era um processo que se arrastava desde 2018 e a quem demos todas as hipóteses e mais algumas. Estivemos sempre de boa fé neste processo”, começou por dizer o autarca que adiantou que “de facto, o promotor não conseguiu mostrar evidências financeiras”. Fernando Freire lembrou que o terreno onde estava prevista a implementação do Bark “está avaliado em 10 milhões de euros, sob o qual não não há nenhum ónus ou encargo. Houve aqui um princípio de não «encravar» o processo”. É que não é a primeira vez que o Município se depara com um grande projeto para aquele terreno que depois não se veio a concretizar, como foi o Galaxy Park. “Por isso é que fomos muito cuidadosos neste processo”, assumiu o presidente da Câmara.
Fernando Freire admitiu ter “pena” porque “era um projeto muito interessante para a região e para este território mas as coisas são o que são e quem anda na vida política tem vitórias e tem derrotas”.
Contudo, há planos para os cerca de 40 hectares de terreno em causa. “Felizmente, a Zona Industrial está toda lotada e assim, vamos avançar para a 2.ª fase”.
João Paulo Rodrigues, o promotor deste mega projeto que pretendia criar em Vila Nova da Barquinha o primeiro bioparque do país, ainda não desistiu. Tem marcado presença nas Assembleias Municipais e promete regressar na próxima. No entanto, Fernando Freire assegurou que “demos-lhe todas as hipóteses”. Na última Assembleia Municipal, a 20 de dezembro, foi estipulado mais um prazo, “estamos a 12 de fevereiro. Ele disse que trazia, trazia... mas não trouxe nada. Nós não podemos viver apenas de palavras, temos que viver também de atos e esses não foram concretizados. Temos pena. Acontece”, concluiu o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha.
O projeto foi tornado público pela primeira vez a 15 de fevereiro de 2019, em sessão de Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha. O Bark foi anunciado para entrar com algumas partes em funcionamento em 2022 e representaria um investimento de 70 milhões de euros.