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Central do Pego: Biomassa a caminho

10/11/2020 às 18:15

“Um assunto que nos deixa extremamente motivados e mobilizados”. Foi desta forma que o presidente da Câmara de Abrantes deu conta dos desenvolvimentos a respeito do futuro da Central Termoelétrica do Pego.
Após uma interpelação do deputado do PS eleito pelo distrito de Santarém, Hugo Costa, sobre a solução para a Central Termoelétrica do Pego numa audição do Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes respondeu que “no âmbito do Fundo da Transição Justa”, a solução passará pela transformação da Central Termoelétrica para a biomassa sobre a forma de torrefação.
Manuel Jorge Valamatos assegurou que este “é um projeto privado que não cabe ao senhor ministro divulgar muito mais, mas é uma hipótese que está em cima da mesa e o Governo vê com bons olhos. É uma excelente notícia para a região e ficamos obviamente muito otimistas, sabendo que estamos a falar de uma questão de privados mas que temos sempre acompanhado”.
O vereador do Bloco de Esquerda (BE) disse acompanhar o processo “de perto” e deu conhecimento de que já tinham questionado o ministro do Ambiente mas “na altura, disse-nos que não tinha qualquer informação”. Armindo Silveira afirmou que o BE acompanha a situação “com preocupações a nível económico, ambientais e sociais” e acrescentou que “há situações que queremos ver esclarecidas, que tem a ver com as rendas garantidas, com a origem da biomassa e também com a capacidade instalada em Portugal ao nível da atribuição das licenças e com a capacidade de produção estimada”.
O vereador considera que “esta decisão é do Ministério do Ambiente, é do ICNF, é dos outros ministérios... e o senhor ministro dizer que é uma decisão dos privados, é óbvio que não é, porque uma parte é o investimento e a outra parte são as licenças e a criação das condições para que possa haver um investimento atrativo para os investidores”.
Rui Santos, vereador do PSD, disse ser “com satisfação que recebo a informação, sendo certo que vamos continuar a acompanhar de muito perto a situação” pois, como afirmou, “não pode, de maneira nenhuma, haver um encerramento” da Central. Se tal acontecesse, “seria catastrófico para o nosso concelho”, considerou o social-democrata.
À margem da reunião, Manuel Jorge Valamatos disse que “desde que iniciei as minhas funções como presidente de Câmara que procurei, com a Administração da Central Termoelétrica do Pego, mais em concreto com o engenheiro José Grácio, fazer um trabalho conjunto a este propósito”. Explicou que, “em determinada altura reunimos a Comunidade Intermunicipal nas instalações da Central para tentar perceber e compreender quais as motivações e o entendimento da Administração da Central relativamente ao futuro e desde essa hora percebemos que o projeto de reconversão da Central passava pela biomassa e por um processo de torrefação, não de árvores, mas de material verde, resíduos sobrantes da nossa floresta”.
O autarca referiu que “entendemos sempre que este poderia ser, de facto, um projeto extremamente importante para a região e esta reconversão ocuparia seguramente muitos postos de trabalho, traria grande dinâmica económica à região bem como, por outro lado, termos a nossa floresta bem mais cuidada e tratada”.
“E foi com muito otimismo que recebemos, por parte do senhor ministro do Ambiente, uma resposta de que o Governo olha com bons olhos para esta reconversão da Central Termoelétrica para a biomassa”, disse o autarca, expressando que “corresponde àquilo que são as expetativas da Administração da Central e em função daquilo que são os programas e os incentivos à transição da Central, no âmbito do Fundo da Transição Justa”.
Manuel Jorge Valamatos confirmou que “a Administração da Central Termoelétrica do Pego vê como uma solução imediata e prática” esta reconversão para a biomassa.
Quanto aos postos de trabalho, o presidente da Câmara de Abrantes atestou que “reconversão para a biomassa encerra em si a manutenção de muitos postos de trabalho e a criação de outros novos. Há uma dinâmica económica muito interessante para o futuro e isso deixa-nos muito otimistas”.
A Central a gás continuará a funcionar até 2031/32.

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