O deputado social-democrata eleito pelo distrito de Santarém, Duarte Marques, na audição do Ministro do Ambiente na Assembleia da República, defendeu a necessidade de uma estratégia para compensar os impactos do encerramento parcial da central do Pego (produção a carvão) para os trabalhadores, diretos e indiretos, para a empresa e para a o tecido económico da região.
Duarte Marques, por videochamada, interpelou o ministro João Matos Fernandes sobre “qual o instrumento financeiro que o Governo, e em particular o Ministro do Ambiente, prevê utilizar para esse objetivo, se o PPR – Programa de Resiliência e Recuperação, a famosa bazuca europeia, ou o Fundo Para a Transição Justa da Comissão Europeia criado precisamente pela Comissão Europeia para este tipo de situações”. Na mesma intervenção o deputado social-democrata questionou a “adaptação da empresa para uma atividade como a biomassa, permitindo assim também garantir outros impactos positivos ao nível da limpeza da floresta”.
Duarte Marques, deputado PSD
Na resposta a estas questões, o secretário de Estado Adjunto e da Energia, João Galamba, revelou espírito de compromisso em apoiar soluções, quer para a empresa, quer para os trabalhadores quer para a região. E acrescentou que o Governo está disponível para apoiar um plano de reconversão para aquela central e manter na região um importante polo de produção de energia. Não adiantou, no entanto, qual a solução que irá ser implementada, numa altura em que se fala cada vez mais numa unidade de queima de biomassa.
João Galamba, secretário de Estado da Energia
À margem desta questão levantada na Assembleia da República, mas ainda no que diz respeito à Central Termoelétrica do Pego o presidente da Câmara Municipal de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, informou o executivo municipal na última terça-feira que vai entrar em fase de paragem. Revelou o autarca que esta unidade implica muita atividade económica para o concelho e a entrada de muitas pessoas.
De acordo com a administração da Central do Pego todas estas pessoas que vão entrar no Pego serão sujeitos a testagem à Covid-19. E disse o autarca que se ao nível do alojamento não haverá grandes constrangimentos já nas refeições a situação é mais complexa. Com as regras vigentes do Estado de Emergência estes trabalhadores têm de recorrer aos serviços de takeaway existentes no Pego e nas outras localidades.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara de Abrantes
Com o encerramento da produção da central de Sines Portugal tem, neste momento, apenas uma uma central a carvão operacional, a do Pego, que deverá encerrar até novembro deste ano.