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Central Pego: Medio Tejo acusa governo de falta de respeito pela região por ausência de solução para Central do Pego (C/ÁUDIO)

12/07/2021 às 12:15

Depois da Câmara Municipal de Abrantes agora é a Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) a manifestar preocupação sobra a ausência de decisões em relação ao futuro da Central Termoelétrica do Pego.

Neste comunicado os autarcas do Médio Tejo “reiteram a mais intensa preocupação pela forma como todo o processo da Central do Pego está a ser conduzido pelo Governo Português”.

Refere a CIMT que a 4 meses e 16 dias do encerramento dos grupos a carvão na Central, o Conselho Intermunicipal do Médio Tejo, por unanimidade, “considera uma total falta de respeito pela região a inexistência de uma solução clara e inequívoca que mantenha no Pego um dos mais importantes centros eletroprodutores do país.”

Ainda no mesmo texto é referido que os autarcas confiaram nas informações recebidas de que um grande projeto que compense, o conhecido, há muitos anos, encerramento da operação a carvão, surgiria em devido tempo. “Infelizmente tal ainda não aconteceu. As contradições existentes em todo este processo não podem deixar de ter responsabilidades políticas.”

Ainda na mesma posição o conselho intermunicipal do Médio Tejo entende sublinhar a importância da Central do Pego no contexto do desenvolvimento económico da região e reitera que o seu interesse fundamental “é que se mantenha na região do Médio Tejo um importante Polo de Produção de Energia”.
Ainda na posição do Médio Tejo é referido que o foco não pode estar em medidas mitigadoras do fecho da central nem em bonitos projetos e intenções de requalificação de recursos humanos.

O conselho intermunicipal do Médio Tejo deixa ainda uma palavra de solidariedade para com os trabalhadores envolvidos, “reconhecendo toda a instabilidade que um assunto destes levanta, colocando em causa inúmeros postos de trabalho”.

O Médio Tejo pretende que “o governo crie urgentemente, condições para um processo de reconversão da central, canalizando verbas do Fundo de transição justa para tal efeito.

É na reconversão e na diversificação económica que tem de estar a aposta para uso das avultadas verbas que estão disponíveis pela Comunidade Europeia no âmbito da descarbonização.

Não é apenas com medidas de mitigação dos impactos sociais e económicos que resultarão do fecho da central que é possível inverter a trajetória de perda de competitividade a que infelizmente estamos a ser sujeitos nos nossos territórios.”

A CIM do Médio Tejo e muito em especial a Câmara Municipal de Abrantes, prometem dar continuidade a um “roteiro de denúncia sobre esta lamentável situação, contando com todos os stakeholders diretamente implicados, bem como os deputados do distrito, grupos parlamentares da Assembleia da República, Comissão Parlamentar do Ambiente, Associações Empresariais, entre outros”.

E conclui referindo que “é inadmissível a falta de respeito demonstrada pelo governo com a nossa região”.

Em declarações à Antena Livre a presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, Anabela Freitas, explica a posição assumida por unanimidade. E revela que ao longo de um ano e meio a Câmara de Abrantes e a Comunidade têm andando em reuniões com o governo, sobre uma solução para o Pego. Só que, diz Anabela Freitas, como o Ministério do Ambiente não tem solução, a CIMT teve de endurecer as posições, como se pode ler neste comunicado.

Anabela Freitas acrescenta que a região (Médio Tejo) quer uma solução para que a empresa continue a laborar e não qualquer projeto de mitigação de outras soluções que envolvam despedimentos. Aliás, há ainda outra grande preocupação que tem a ver o Fundo de Transição Justa e que projetos é que este dispositivo vai apoiar na região.

Anabela Freitas, presidente CIMT

Nesta matéria a questão do entendimento entre acionistas poderia ser fundamental, até porque o Fundo de Transição Justa e o Plano de Recuperação e Resiliência tem verbas elevadas para a área energética. E é disso que se fala, uma vez que a Trust Energy apresenta 900 milhões de euros de investimento da reconversão do Pego enquanto a espanhola Endesa tem um investimento mais baixo, 600 milhões de euros, e defende, por isso, a realização de um novo concurso para o ponto de injeção.

Seja como for, com mediação do governo, com presença mais ativa das autarquias e comunidade intermunicipal e com movimentações dos ambientalistas, há que esperar para breve novidades sobre um assunto de importância vital para esta região.

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