A NERSANT (Associação Empresarial da Região de Santarém), em parceria com o Município de Rio Maior, a Desmor, os Institutos Politécnicos de Santarém e Tomar, e o ISLA Santarém, realizou no Centro de Negócios e Inovação de Rio Maior (CNIRM) uma conferência sobre o papel da comunicação social no desenvolvimento do tecido empresarial da região. O evento reuniu empresários, académicos, jornalistas e membros da sociedade para uma discussão aberta e produtiva sobre a influência da comunicação social regional no desenvolvimento económico local, num debate onde a seriedade da informação e o dever de informar com isenção estiveram na ordem do dia.
A comunicação social regional desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das empresas da sua região, influenciando diversos aspetos - visibilidade e reconhecimento, informação sobre oportunidades e desafios, atração sobre investimentos, entre outros - que impactam diretamente o tecido empresarial. Foi tendo em conta esta realidade que a NERSANT, em conjunto com a Câmara Municipal de Rio Maior, Desmor, Institutos Politécnicos de Santarém e Tomar e ISLA Santarém, tomou a iniciativa de reunir a comunicação social regional para partilhar as suas preocupações em relação a este meio, que influencia tão diretamente as sociedades e em particular, o tecido empresarial.
“As empresas da região precisam de uma comunicação social regional com preocupações regionais, que olhem e valorizem as empresas e os empresários no seu esforço de produzir riqueza, garantindo trabalho e rendimento a todos os intervenientes no processo produtivo”, começou por dizer o presidente da direção da NERSANT, António Pedroso Leal, na sessão de abertura do evento, acrescentando que, para além do dever de informar com isenção, “a comunicação social regional consiste, também, em fazer a ponte entre empresa e comunidade, numa tarefa de dar a conhecer, enaltecer, motivar, criar compromissos e - através de um maior envolvimento do tecido empresarial - favorecer todos os envolvidos”.
Na abertura do evento marcaram ainda presença o presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Filipe Santana Dias, que começou por referir que “o que não se comunica, não existe” e que “uma boa notícia” não é aquela que é favorável à instituição ou empresa a que diz respeito, mas sim baseada em critérios de “seriedade” e “isenção”, bem como o presidente do conselho de administração da Desmor, Miguel Pacheco, que agradeceu a organização de tão importante tema no CNIRM.
A conferência prosseguiu um momento de reflexão sobre o papel da comunicação social regional no desenvolvimento do tecido empresarial, tema que foi guiado pela intervenção de Pedro Jerónimo, investigador da Universidade da Beira Interior. Na sua oratória, o académico fez um diagnóstico à comunicação social regional no distrito de Santarém, numa visão aprofundada sobre a informação de proximidade e a sua importância nas sociedades. “O valor do jornalista é a sua credibilidade, pelo que os meios de comunicação social produzem informação certificada. Os que não o fazem ajudam a desinformar”, referiu Pedro Jerónimo, acrescentando ainda que a comunicação social regional é “escrutinadora dos poderes locais, preservadora de identidades e memórias locais e construtora de pontes e agregadora dos interesses dos territórios e comunidade”.
Seguiu-se a realização de uma mesa redonda, debate onde diversos intervenientes partilharam as suas opiniões e experiências em relação ao papel da comunicação social regional no desenvolvimento do tecido empresarial da região. Para além do presidente da direção, António Pedroso Leal, que moderou o painel, e do investigador Pedro Jerónimo, integraram a discussão Raquel Botelho, professora e coordenadora da pós-graduação em comunicação no Instituto Politécnico de Tomar, Vasco Ribeiro Santos, diretor do curso de pós-graduação em Nova Comunicação no ISLA Santarém, João Paulo Narciso, diretor e jornalista do jornal Correio do Ribatejo e Patrícia Fonseca, diretora e jornalista do jornal digital mediotejo.net, num debate onde foram exploradas as diferentes perspetivas dos intervenientes em relação ao tema e onde foi unânime a crise vivida pela comunicação social, onde alguma da imprensa edita os seus conteúdos em função de critérios comerciais, em detrimento do dever de informar com isenção, rigor e seriedade.
Aberto à plateia, com diversas intervenções, o debate proporcionou ainda uma reflexão sobre oportunidades de financiamento dos media - dentro da legalidade - por parte das empresas, não só através da contratação de publicidade, mas também através da oferta de assinaturas aos seus colaboradores, fornecedores ou clientes.
Para além de empresários, académicos e membros da sociedade em geral, estiveram presentes no evento 14 jornalistas de diversos meios de comunicação da região, não só de Rio Maior, mas também de Santarém, Abrantes e Torres Novas.