“Transição Digital: Desafios, oportunidades e mecanismos de apoio para ajudar a preparar as empresas” foi o tema da sessão informativa online que a NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém realizou no dia 26 de abril, para despertar e estimular o interesse das empresas para este desafio que se afigura dos mais decisivos para as empresas. A NERSANT elegeu o tema da transição digital das empresas como prioridade da sua ação, e está empenhada em apoiar as PMEs para aproveitar ao máximo a digitalização, aproveitando esta esta oportunidade para melhorar os níveis de produtividade, potenciando a inovação e reduzindo os custos dos processos das empresas.
A sessão iniciou-se com uma apresentação pela NERSANT do projeto "FuturE.com - Exploiting digitalization to increase B2B e-commerce”, que tem como objetivos melhorar a eficácia e o impacto dos instrumentos de política utilizados, nos 10 parceiros de 8 países europeus, sendo Portugal representado pela NERSANT.
Ferramentas e dicas para a transição digital
Numa segunda parte da sessão, foram apresentadas algumas ferramentas e dicas para as empresas iniciarem ou prosseguirem a transição digital. Hugo Oliveira, do Departamento de Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica, salientou a importância crucial que a transição digital assume para as empresas.
“Para quem ainda não está no mundo digital a melhor altura para iniciar a transição é agora mesmo, e para as que já iniciaram a digitalização é importante que prossigam o processo, porque não basta estar, é preciso aprofundar a presença, e para isso existem inúmeras ferramentas, tendencialmente gratuitas, que permitem melhorar a interatividade através do e-mail, da otimização do SEO dos site, do comércio eletrónico ou das redes sociais”, afirma o técnico.
Hugo Oliveira deixou o exemplo da NERSANT que implementou um conjunto de ferramentas que permitem otimizar processos e gerir melhor os recursos internos, libertando recursos e tempo para a realização de outras tarefas no dia a dia da organização.
Numa terceira parte da sessão foi ainda feita uma apresentação dos Apoios para a Transição Digital às empresas.
NERSANT participa em consórcio internacional FuturE.Com para fomentar transição digital das empresas
Nesta sessão foram apresentados por João Salvador, do Departamento de Apoio Técnico, Inovação e Competitividade da NERSANT, os resultados do projeto Future E.Com - Exploiting digitalization to increase B2B e-commerce, que pretende estimular a exploração da digitalização, por parte das PME, e melhorar a sua competitividade no futuro, contribuindo para o seu crescimento.
O projeto Future E.Com é desenvolvido por um consórcio de 10 parceiros, entre os quais se contam centros de negócios, câmaras de comércio, agências de desenvolvimento económico, centros de inovação, uma universidade e uma associação empresarial, de oito países europeus – Alemanha, Dinamarca, Finlândia, Grécia, Itália, Lituânia, Reino Unido e Portugal, que está representado pela NERSANT.
As principais áreas abrangidas são a inovação e desenvolvimento de novos produtos, e-procurement, produção inteligente / indústria 4.0, vendas e marketing on-line, mercado digital b2b, e as moedas digitais.
O Plano de Ação desenvolvido pela NERSANT no âmbito do projeto “FuturE.com - Exploiting digitisation to increase B2B e-commerce”, foi composto por duas atividades, consistindo a primeira na análise e promoção do fortalecimento da oferta formativa com o intuito de preparar as PMEs para a temática da digitalização e da Indústria 4.0, e a segunda atividade abrange a promoção da aceleração digital na Região Centro.
No âmbito da primeira atividade, a NERSANT conduziu um inquérito junto de diversas empresas e instituições da rede de networking da NERSANT, tendo sido obtidas 146 respostas.
Empresas valorizam formação presencial
Apesar da evolução digital ocorrida nos últimos tempos, as entidades continuam a valorizar a formação presencial (em sala) e a formação em contexto prático no trabalho, apesar de terem ocorrido alguns avanços nas modalidades de formação à distância (participação em webinars e ações de formação online). No que respeita às metodologias de qualificação dos RH que as empresas consideram mais adequadas, estas maioritariamente continuam a preferir os programas personalizados e à medida das necessidades da empresa/instituição.
Empresas valorizam ferramentas digitais de E-Commerce e Cibersegurança
Dentro das diversas temáticas ligadas à transição digital, as que as empresas consideraram mais importantes são as Ferramentas digitais de E-Commerce, a Cibersegurança.
As empresas sinalizaram como principais barreiras e/ou dificuldades que enfrentam (ou enfrentaram) na transformação digital as Lacunas de conhecimentos e competências; a Escassez de talento humano; a Falta de cultura digital e suporte da liderança e/ou gestão de topo; e as Insuficientes fontes de financiamento.
A grande maioria das empresas afirma que já possui contas de e-mail personalizadas para a empresa. Grande parte das empresas já possui página internet para presença institucional (algumas já com catálogo de produtos/serviços ou mesmo com loja online).
As principais temáticas em que as empresas consideram ser relevante obter apoio de entidades acreditadas para o efeito são a Criação e gestão de redes sociais; o Planeamento e implementação de campanhas de Marketing Digital; e a Automatização de processos administrativos.
No âmbito da atividade 2 - “Promover a aceleração digital na Região Centro”, uma vez que já existia na Região um “Digital Innovation Hub”, a NERSANT assinou um protocolo de colaboração com o PTCentroDIH, para a dinamização de uma “rede informal de aceleração digital”.
Todos os negócios são digitais
A sessão informativa online incluiu ainda uma apresentação dos Apoios para a Transição Digital, no âmbito do PRR. Pedro Félix, Vice-Presidente da Comissão Executiva da NERSANT, salientou a importância de existir uma “ambição digital coletiva”, considerando que “todos os negócios podem ser digitais”. Na verdade, “há sempre formas de introduzir a transição digital nas empresas, seja ao nível da organização interna, da presença no mercado ou do marketing, para dar alguns exemplos, e hoje em dia todos os negócios têm de ser multicanal, sendo o mundo digital complementar do físico”.
A importância da aceleração digital é bem evidenciada nos números que revelam que em 2020 18% da população de Portugal ainda era infoexcluída, enquanto na Europa essa percentagem era de apenas 9%. Ainda assim, os dados mostram que houve uma evolução positiva, uma vez que em 2019 22% da população era infoexcluída (10% da Europa). Quanto às empresas, os números demonstram que houve uma evolução, passando de 40% das empresas com presença na internet em 2019 para 60% em 2020. Os dados mostram que 25% das empresas integram loja física na loja online, e 27% tem estratégia digital bem definida para a transformação digital.
Há 650 milhões de euros em apoios para a transição digital das empresas
O PRR assenta a aposta na transformação digital do país em três pilares. São alocados 650 milhões de euros à transição digital das empresas.
Em primeiro lugar, apoia a capacitação e inclusão digital das pessoas. Em segundo lugar, investe na transformação digital do tecido empresarial. O terceiro pilar é a digitalização do Estado.
No primeiro pilar, de salientar os programas Emprego Mais Digital e a Academia Portugal Mais Digital.
No que respeita aos apoios à Transformação Digital do Tecido Empresarial, destacam-se os programas Bairros Digitais e Aceleradoras de Comércio; Empresas + Digitais Aceleração da Transição Digital; e Empreendedorismo (Startup Hub Vouchers Startups & Incubadoras.
A área das Empresas 4.0 na estrutura do PRR atribui 100 milhões de euros à capacitação digital das Empresas. Desta área, a Academia Portugal Digital é uma plataforma para desenvolvimento de competências digitais em larga escala para os trabalhadores das empresas (800 mil formandos e 30 mil empresas). Por seu lado, o Emprego + Digital 2025 aposta na capacitação em tecnologias digitais para responder aos desafios e oportunidades dos vários setores económicos (200 mil participantes previstos).
Destacam-se os apoios ao comércio digital. A Digitalização do Comércio através dos Bairros Comerciais Digitais vai criar áreas comerciais digitais para fomentar a atividade das empresas. Por seu lado, são ser criadas Aceleradoras da Digitalização do Comércio para apoiar a transição digital dee micro e PME comerciais. É também apoiada a Internacionalização via e-commerce, com serviços de suporte à internacionalização das PME através de canais digitais.
Haverá aceleradoras digitais na Lezíria do Tejo e no Médio Tejo
Será constituída uma aceleradora em casa NUT III, estando previstas uma na Lezíria do Tejo e outra no Médio Tejo, que serão equipadas com recursos materiais e humanos para trabalho de proximidade. Cada estrutura deverá realizar contatos e uma avaliação da maturidade digital das empresas do seu território, com recurso a uma ferramenta de diagnóstico. Será elaborado um catálogo de serviços para a digitalização. As empresas poderão aceder a estes serviços financiados numa base de necessidade, após avaliação da aceleradora. No total deverão ser intervencionadas 30 mil empresas.
Na área do Empreendedorismo, serão atribuídos Vouchers Green & Digital para Startups, no desenvolvimento de produtos e serviços digitais e verdes. Será apoiado o reforço da estrutura nacional de empreendedorismo. Haverá Vales Incubadoras/Aceleradoras para investir no seu desenvolvimento.
Na área da Transição Digital e inovação das Empresas serão atribuidos apoios no valor de 250 milhões de euros. Está previsto o investimenro na Rede Nacional de Test Beds, infraestruturas para apoiar o desenvolvimento e teste de novos produtos e serviços digitais. Nna área dos Digital Innovation Hubs, está previsto o financiamento dos 17 pólos de inovação digital que integram a rede nacional de DIH. Para a aceleração da transição digital, serão atribuídos vales para apoiar a integração de tecnologias digitais nas PME, nomeadamente na Desmaterialização da Faturação e Selos de Certificação.
Serão concedidos apoios diretos às empresas, através de um catálogo online onde as empresas beneficiárias podem concorrer ao apoio e consultar os pacotes de serviços elegíveis, bem como os respetivos prestadores de serviços acreditados à prestação do serviço. Serão atribuídos vouchers para start-ups, vales para incubadoras/aceleradoras, e apoios ao comércio digital e ao Coaching 4.0.