Sete empresas vão receber apoios de 25 milhões de euros (ME) do Fundo de Transição Justa (FTJ) para projetos de investimento no Médio Tejo, na sequência do encerramento da Central Termoelétrica do Pego, em Abrantes, foi hoje anunciado.
Em comunicado, a Autoridade de Gestão do Programa Regional do Centro (Centro 2030) dá conta que “aprovou sete projetos de empresas, que representam um investimento de 51 milhões de euros (ME), para promover a diversificação económica no Médio Tejo”, tendo referido que “os sete projetos empresariais serão apoiados com 25 ME do FTJ”, que integra o Programa Regional Centro 2030.
O FTJ para a região Centro surge na sequência do encerramento da central termoelétrica a carvão do Pego, em Abrantes (Santarém), em 2021, que implicou a perda de 420 postos de trabalho, diretos e indiretos, com efeitos negativos na cadeia de valor e um impacto significativo nas atividades económicas locais.
Na mesma nota, a Autoridade de Gestão lembra que o Programa Centro 2030 dispõe de 65 ME do FTJ para “reforçar o tecido produtivo do Médio Tejo e promover a diversificação económica deste território, fragilizado pelo encerramento da Central do Pego e pela consequente perda de empregos e de atividade”.
A Autoridade de Gestão revela ainda que foram selecionadas duas grandes empresas, duas médias empresas e três pequenas empresas, localizadas em diversos municípios do Médio Tejo (Abrantes, Entroncamento, Vila Nova da Barquinha e Ourém), e que trabalham em setores variados, destacando-se a metalomecânica, logística, embalagens em papel/cartão, reutilização de plásticos, construção modular e produção de material ferroviário.
“Algumas são empresas que têm origem noutras regiões do país e vêm instalar-se no Médio Tejo, contribuindo para robustecer o tecido produtivo deste território”, sublinha a mesma nota.
Segundo detalha a Autoridade de Gestão do Programa Regional do Centro, “tratam-se de investimentos de inovação produtiva que pretendem contribuir para a expansão da capacidade de produção e para melhorar a intensidade tecnológica das empresas na produção de bens com maior valor acrescentado”.
Para aquela entidade, tal “significa a criação de valor para o território, bem como a criação de novos empregos”, tendo estimado em “209 os novos empregos a criar com estes investimentos, dos quais 47 são qualificados”.
O presidente da CIM Médio Tejo, Manuel Jorge Valamatos, que também preside ao município de Abrantes, lembrou à Lusa, no dia 08 de abril, na cerimónia de contratualização de um pacote financeiro de 121,6 ME do Instrumento Territorial Integrado (ITI) com o Centro 20230, a importância do FTJ, e de outros instrumentos, para a estratégia de desenvolvimento da região.
O FTJ “tem alocado 65 milhões euros a serem aplicados na região, face ao encerramento da Central do Pego, declarou, tendo defendido que o mesmo “tem de ser sinónimo da uma rápida reconstrução de um território que ainda sofre com os impactos negativos dado o paradigma e a mudança para uma economia mais verde” e um “catalisador para a inovação, a resiliência e o crescimento sustentável” do Médio Tejo.
Em Portugal, e no âmbito do PT2030, estabeleceram-se três Planos Territoriais de Transição Justa nos territórios que viram encerrar instalações industriais: na zona da refinaria de Matosinhos, no Norte, na área da central termoelétrica a carvão do Pego, em Abrantes, na região Centro, e em Sines, no Alentejo.
Lusa