Abrantes: Sabem que vai ser difícil mas não querem outra coisa

Carminda Rodrigues sempre teve o “fascínio”, diz ela, “pelo mundo das artes. O mundo do teatro fascinava-me. Gostava muito de participar naquilo. Quando vim inscrever-me nesta escola, no 10º ano, tive conhecimento que ia abrir este curso.” O curso esteve para não abrir, mas Carminda teve a oportunidade de sonho. “No primeiro dia, pensava que era tudo maravilhooooso, uns joguinhos de respresentação…” Depois, viu que era um “trabalho árduo”, e acrescenta determinada, “mas gosto”. Agora, prestes a terminar o curso secundário, está decidida. “Quero seguir isto, porque, quando estou a fazer isto, sinto-me bem, sinto-me ligada, sinto que pertenço a alguma coisa, que pertenço aqui. Não me estou a ver com outra profissão”.

Catarina Grácio já frequentava aquela Escola e quando soube que o curso ia abrir, “não pensei duas vezes. Sempre gostei de artes, desde artes plásticas a artes performativas, e nem sequer pensei. Soube que tinha de vir para aqui. E quando o curso começou… Não há palavras para descrever. Foi… muito emotivo.” Passados quase três anos, “todo o esforço investido neste curso valeu a pena. Eu era bastante tímida, e ainda sou, mas já consigo abrir-me mais perante o público e mostrar uma faceta que não conheciam.” E a Carminda ajuda a explicar: “Eu sinto-me uma pessoa diferente. Também era um bocado fechada. E descobri coisas novas sobre mim que nunca pensei… Isto sou eu? As professoras vão buscar as nossas emoções e sabem-nos levar ao lado de nós onde ninguém quer ir, ao nosso lado mais profundo. Evoluí, cresci, como pessoa e como atriz.” E a Catarina acrescenta: “Agora já consigo reconhecer emoções que no passado não sabia explicar. Isto é resultado do trabalho feito nos ensaios, em casa e nos espetáculos. Vamos descobrindo as personagens e vamo-nos descobrindo a nós”. E não tem dúvidas. “Quero seguir isto, não quero mais nada”. Mas com uma particularidade: “Quero estar nos bastidores a encenar. Por timidez, mas também porque já sei o que é o trabalho de ator, agora quero experimentar o trabalho de bastidores.”

Sabem que a vida artística é difícil, qual é que não é?, mas encontram-se cheias de determinação. Entretanto, continuam a trabalhar para a próxima peça.

Alves Jana